Share the post "Pocket Rockets: pequenos grandes carros que fizeram sucesso"
O mundo automóvel é simplesmente apaixonante. Não só por todos os dias nos dar a conhecer novas e interessantes propostas, mas também por permitir viagens temporais. Neste sentido vamos até aos anos 80 e 90 recordar os carros populares da época: os Pocket Rockets.
Fiat Turbo ie, Citröen AX GT, Peugeot GTi, Opel Corsa GT ou Renault 5 Turbo são pequenos carros que marcaram os anos 80 e 90 e que ainda hoje suscitam a curiosidade de muitos apaixonados por automóveis.
Designados por Pocket Rockets, numa tradução mais popular “foguetes de bolso”, estes eram conhecidos assim por serem automóveis muito compactos, equipados com potentes motores (à época), leves e ágeis, que os tornava assim muito divertidos de conduzir.
Estes modelos derivavam diretamente dos automóveis de série com as marcas a “aditivarem”, também, visualmente, os pequenos foguetes que, normalmente, à saída dos stand, ostentavam com orgulho siglas Turbo, GT, ou GTi, diferenciando-os dos demais.
Geralmente também recebiam arquitetura de suspensão e travões mais elaborados, condizentes com o que se esperava destes endiabrados automóveis.
Estes pocket rockets estavam ainda dotados de equipamento superior e normalmente, bancos com carácter desportivo. Eram pequenos desportivos que faziam as delícias dos jovens condutores encartados e que recordamos saudosamente neste artigo.
Pocket rocket: pequenas “bombas” dos anos 80 e 90
Citröen AX GT e GTI
O popular Citroen AX conquistou o mercado europeu desde logo ao ser produzido em França e Espanha, sendo por isso bastante acessível. Ao sucesso da versão civil, que surgiu em 1983, seguiram-se os modelos mais desportivos, os GT e GTi, com potências de 95 cavalos e peso de 745 kg.
O sucesso conquistado na altura ainda hoje se repercute muito devido ao gozo de condução e, aos preços muito acessíveis, para a época. Este pequeno GTi cumpria a aceleração dos 0-100 km/h em 9,9 segundos e a velocidade máxima era de 185 km/h. Uma flecha com motores a anunciar grande fiabilidade e durabilidade.
Fiat Uno Turbo ie
Ao falarmos da Fiat é forçoso que se fale do Uno Turbo ie. Uma pequena máquina cheia de raça italiana, divertida de conduzir e como muitos outros Pocket Rocket da época, também cumpriu muitos ralis por esse mundo fora.
O Turbo ie era um conjunto muito leve equipado com motores de 106 a 118 cv, consoante as gerações, e conseguia andamentos rápidos e muita diversão na condução. No entanto, para o condutor menos avisado, o Fiat Uno Turbo ie poderia ser matreiro e pedia “mãozinhas” na condução.
Em andamento dito normal, isto é até cerca das 3.500 rpm, nada se passava, com este Fiat a mostrar-se algo pachorrento, Mas, o caso mudava de figura quando o turbo de geometria fixa com 0,8 bar enchia o “pulmão”.
A descarga de “adrenalina” era de tal forma que a potência subia em catadupa até cerca das 6.000 rpm, numa sinfonia de sensações.
Opel Corsa GT
O Opel Corsa é um caso sério de sucesso. Surgido, o Corsa A, em 1983, o modelo está no mercado há 37 anos e a marca acaba de lançar a geração F, que junta aos tradicionais motores a combustão (gasolina e diesel) um motor elétrico, mais adequado às normas ambientais do momento.
O Corsa GT foi produzido entre os anos de 1985 e 1987 e era equipado com motor de carburador, com 1.3 litros de cilindrada e debitava 70 cv de potência. A caixa era manual de cinco velocidades.
O Opel Corsa GT sucedeu ao Corsa SR. Mais potência, “spoilers” algo discretos, jantes de liga leve e bancos desportivos eram a receita do sucesso do endiabrado desportivo alemão. Em 1988 foi substituído pelo mais potente Corsa GSi.
Peugeot 205 GTi
O Peugeot 205 GTi (e outros modelos desportivos do 205) é indiscutivelmente um dos automóveis com as linhas mais bonitas dos anos 80 e 90. Este pocket rocket brilhou principalmente nas provas de rali onde se destacava devido à suspensão independente nas 4 rodas. O motor atmosférico debitava 130 cv e animava um conjunto que não pesava mais de 860 kg.
Foi comercializado com diferentes motorizações e potências. Destacava-se o motor 1.6 litros, com curso curto que devorava estrada, e o 1.9 litros, com curso mais longo, mas nem por isso menos pachorrento.
O sucesso deste modelo foi de tal ordem que a marca francesa ao longo dos anos foi produzindo uma série de modelos 205 GTi, de edição limitada, mantendo o interesse num modelo icónico no seio da marca. Um autêntico Pocket Rocket.
Renault 5 Turbo
Não podemos deixar de fora da lista dos pocket rockets i Renault 5 Turbo, um hatchback de alto desempenho lançado pela marca francesa no Salão Automóvel de Bruxelas, em janeiro de 1980. Projetado inicialmente para ralis, o modelo acabaria ter um sucesso comercial muito interessante.
O R5, conhecido também por Supercinq, nome que lhe assentava que nem uma luva, cumpria os 0-100 km/h em 8 segundos e a velocidade máxima superava os 200 km/h. Valores recorde para um automóvel construído em 1985.
O Renault 5 Turbo conquistou várias vitórias no início dos anos 80 em provas do WRC em França, Portugal, Suíça, Hungria e Espanha. Mesmo após o final de produção continuou carreira desportiva desenvolvida por muitas equipas de entusiastas.
Suzuki Swift GTi
O Pocket Rocket japonês dos anos 80 e 90 destacava-se pelo design e pelo potente motor 1.3 litros twincam, de 16 válvulas, que debitava 101 cv às 7.400 rpm. O baixo peso do conjunto (810 kg) contribuía para a agilidade deste compacto que apresentava ainda sonoridade muito típica.
O motor muito elástico e “redondo” permitia saídas de curva em forte aceleração, mostrando-se sempre muito vivo. No habitáculo, pouco desafogado para os dias de hoje, destacava-se a boa posição de condução.
Classificado no mercado europeu como segmento B, nas ilhas britânicas a sua classificação faz jus ao seu espírito ao ser conhecido como “o Supermini”.
Volkswagen Polo G40
O último dos pocket rockets da nossa lista é rápido, muito rápido. É aquilo que podemos dizer do Volkswagen Polo G40.
Era animado por um motor 1.300cc que debitava 115 cv de potência devido à utilização de um compressor volumétrico G-lader. Daí a denominação “G”, e o “40” faz referência à dimensão do compressor.
O VW Polo G40 foi um dos mais endiabrados compactos, senão mesmo o mais endiabrado.
Este pocket rocket cumpria o sprint dos 0-100 km/h em menos de 9 segundos, o primeiro quilómetro fazia-se em menos de 30 segundos e a velocidade máxima era de 200 km/h. Leve, muito leve, o Polo G40 tinha uma estrutura desenvolvida no início dos anos 80 e estava preparado para motorizações bem menos potentes.
A adoção desta motorização tornou-o num autêntico foguete que desafiava os automóveis dos segmentos maiores. A condução era rápida e exigia “mãos” de piloto.