Quantas vezes, durante uma conversa, lembramo-nos de falar algo mas, subitamente, esquecemo-nos. Apesar de ser uma situação frequente e comum à generalidade das pessoas, é normal questionarmo-nos por que esquecemos o que íamos falar. Os cientistas têm resposta para esta pergunta. Fique a saber qual!
Por que esquecemos o que íamos falar? A explicação científica
Segundo os neurocirurgiões, estes esquecimentos devem-se a uma perda súbita do fluxo de pensamento, quando estamos perante uma situação inesperada. Estes lapsos de comunicação são benignos e não estão associados a qualquer demência ou problema de memória.
No entanto, se estes lapsos estiverem relacionados com mudanças de humor e/ou depressão ou forem demasiado frequentes e estiverem associados a coisas básicas, como palavras e acontecimentos banais, então vale a pena consultar um especialista, para avaliar a situação.
O estudo
Estas conclusões têm por base um trabalho de investigação publicado na revista Nature Communications. De acordo com esta pesquisa, sempre que somos interrompidos por sons ou nos assustamos, temos mais dificuldade em seguir a sequência do nosso discurso. É como se o corpo enviasse ao cérebro sinais elétricos que param o fluxo do pensamento, assim como é capaz de enviar sinais capazes de interromper o movimento do corpo.
Segundo Adam Aron, neurocientista da Universidade da Califórnia:
“Um acontecimento inesperado parece fazer-nos esquecer aquilo em que estávamos a pensar”.
A explicação está no núcleo subtalâmico (STN), um conjunto de neurónios que fica no mesencéfalo e que é capaz de suspender o pensamento.
Aron acrescenta ainda que:
“A ideia radicalmente nova por detrás do estudo é que o mecanismo de travagem acionado pelo cérebro quando temos que parar fisicamente o nosso corpo, é o mesmo que é ativado para nos fazer interromper o fluxo de pensamentos.”
Conclusão
De acordo com os cientistas, este processo de interrupção do fluxo do pensamento constitui uma forma evolutiva que o ser humano desenvolveu para reagir às ameaças do meio envolvente.
Assim, o cérebro bloqueia os pensamentos para que nos foquemos em tudo aquilo que pode representar um perigo para nós. Obviamente que nem sempre aquilo que o cérebro perceciona como ameaça o é realmente.
Basta surgir um barulho forte ou inesperado para ficarmos alerta, mesmo que se trate de uma simples porta que bate ou de uma pessoa que eleve mais um tom de voz. Muitas vezes relacionados com formas de distração, esquecermo-nos daquilo que vamos dizer é um processo comum ao ser humano e que não tem, necessariamente, a ver com falta de foco ou de concentração.
Portanto, e apesar de ser uma reação normal, saiba que pode sempre fortalecer a sua memória e a sua concentração, recorrendo a atividades como leitura, jogos, meditação, exercícios físicos e cognitivos, tocar instrumentos musicais e ver filmes.
Além disso, em caso de esquecimento, procure retomar o fio condutor da conversa que estava a ter, de maneira a ser mais fácil recordar-se daquilo que ia a dizer.