Temos lido e ouvido muitas vezes que a Segurança Social não terá a capacidade para suportar os encargos com as reformas dentro de alguns anos. Aliás, este facto já se torna uma realidade nos dias de hoje com os cortes sucessivos das reformas sob o pretexto da necessidade de cortar no défice.
Será que a Segurança Social é sustentável? Talvez não. Assim, têm de ser as famílias a poupar todos os meses para garantir o seu futuro.
5 motivos para começar a poupar já para a reforma
1. O mundo mudou:
Os esquemas de proteção social foram constituídos num momento económico e demográfico muito diferente daquele que vivemos atualmente. Na altura, as economias estavam a crescer, não existia desemprego e as pessoas viviam menos anos. Na prática, a idade para reforma era próxima da atual (65-68 anos) mas a esperança média de vida era… 65-68 anos. Assim, em média, as pessoas praticamente não se reformavam. E mesmo estando reformados, existiam muitos jovens a entrar no mercado de trabalho, pelo que eram mais pessoas a contribuir do que as que usufruíam.
2. O que sabemos hoje:
Os estudos efetuados na temática da sustentabilidade dos esquemas de Segurança Social apontam para que, com a fórmula atual, as nossas reformas no futuro serão na melhor das hipóteses aproximadamente 50%-55% no nosso último salário. Assim, quem quiser manter o mesmo nível de vida na sua reforma terá de repor sensivelmente 50% do seu último salário. Será possível?
3. Garantir o seu futuro:
Nunca é demais reforçar a ideia da necessidade (ou será urgência) em começar a poupar hoje para garantir o seu futuro. Há uns anos atrás esta ideia era muito vincada pelas estratégias de marketing dos bancos que procuravam vender subscrições de Planos Poupança Reforma (PPR). Com a redução dos benefícios fiscais à entrada (apesar de tudo ainda existem) a subscrição de PPR caiu de forma expressiva, mesmo tendo em conta que estes são os melhores produtos para poupar para o longo prazo (a sua fiscalidade é muito interessante).
4. Os juros compostos:
Se começar a poupar hoje o esforço que lhe é exigido é muito mais reduzido do que se optar por iniciar a sua poupança dentro de alguns anos. Este efeito verifica-se não só porque tem mais anos para poupar como também pelo facto de poder acumular juros que também eles renderão juros, num efeito que se reforça com o tempo. Para percebermos melhor o efeito dos juros compostos, imagine duas situações:
- Investimento hoje – €1.000
- Investimento dentro de 10 anos — €2.600
Assuma que o prazo de investimento é de 30 anos e que o retorno do seu investimento é de 10% ao ano. O valor do seu capital no final do prazo será exactamente igual nas duas situações. A diferença é que no segundo caso teve de investir muito mais dinheiro (mais 160% do que no primeiro).
5. O dinheiro poupado é SEU!
Num Estado que ainda respeita a propriedade privada, todo o dinheiro que poupar em instrumentos de aforro privados é seu. Contrariamente, o dinheiro que desconta para a Segurança Social é do Estado. Não tem controlo sobre o dinheiro e não tem garantia de que as regras da reforma se irão manter com o tempo (provavelmente terão de ser alteradas mais vezes). Assim, a melhor forma de garantir o seu futuro é poupar todos os meses, criando hábitos de poupança que irão protege-lo a si e à sua família no futuro.
Se quiser melhorar os seus conhecimentos sobre a poupança para a reforma, sugerimos que leia os nossos artigos sobre os Planos Poupança Reforma, os Seguros de Capitalização e os fundos de investimento. Dominar o investimento para o longo prazo não é uma ciência exata. É algo que é feito com o tempo e com algum estudo. Tudo para o bem do seu bolso!
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