Já está a poupar para a reforma? Mesmo que ainda esteja longe do dia em que vai deixar de trabalhar, não é cedo demais para preparar os anos de descanso e garantir que vai manter um bom nível de vida.
Quando falamos em reforma, pensamos muitas vezes nos descontos que fazemos para a Segurança Social. Essa é, para a grande maioria dos portugueses, a principal forma de financiamento com que estão a contar para a sua reforma.
Se é um deles, talvez esteja na altura de fazer contas e pensar em alternativas para poupar para a reforma. É que o rendimento que vai ter nessa altura não será o equivalente ao seu último salário.
Aliás, as projeções da Comissão Europeia apontam para que, em 2045, os novos reformados recebam menos de metade do que recebiam a trabalhar. E esta tendência não se deve inverter, até porque o financiamento da Segurança Social pode vir a ter dificuldades.
Como poupar para a reforma
A boa notícia é que, quanto mais cedo começar, menor será o esforço de poupança para atingir um determinado valor. Começar a poupar para a reforma mais cedo permite, também, que tenha mais margem para arriscar; ou seja, para aplicar o seu dinheiro em opções mais arriscadas, mas com maior rentabilidade.
Ainda assim, e até porque existem diferentes perfis de investidores e diferentes orçamentos, há várias opções a considerar para preparar a sua reforma. Conheça algumas.
Plano de Poupança Reforma (PPR)
O PPR é uma opção popular, até porque não exige um grande esforço de poupança e pode começar em qualquer idade.
Se não gosta de arriscar, pode ter dificuldade em encontrar opções com capital garantido, isto é, que garantam que não perde o que investiu. Assim, antes de escolher um PPR, perceba se é um seguro ou um fundo e pondere o grau de risco.
Os PPR são atrativos também devido aos benefícios fiscais, sobretudo quando subscreve esta opção de poupança mais cedo e a mantém durante mais tempo.
Outra vantagem desta forma de poupar para a reforma é que, em caso de necessidade, pode fazer o resgate antecipado. Isto é, pode “levantar” o dinheiro que poupou para acorrer a situações de doença, desemprego ou, até, para pagar prestações do crédito habitação.
Certificados de Aforro e do Tesouro
Os Certificados de Aforro são outra opção popular e com um nível de risco baixo. No fundo, são uma espécie de empréstimo que faz ao Estado, entregando dinheiro e recebendo em troca pagamento com juros.
São produtos pensados para investimentos a médio e longo prazo e têm vários horizontes temporais disponíveis. No entanto, se o objetivo é poupar para a reforma, talvez seja boa ideia apostar nos produtos com prazos mais longos.
Os Certificados do Tesouro são outra opção de poupar para a reforma. Neste caso, estará a comprar dívida pública, isto é, do Estado. É uma solução igualmente segura, ideal para poupanças a médio prazo (entre 1 e 7 anos), em que o rendimento aumenta a cada ano que mantém o investimento.
Conta-poupança
É a solução mais conservadora e tem como vantagem o facto de os depósitos até 100 mil euros estarem assegurados pelo Fundo de Garantia de Depósitos. Isto significa que, em caso de falência do banco, não perde o seu dinheiro.
Se optar por uma conta com entregas programadas, assegura que a poupança é reforçada periodicamente.
Outra vantagem é que, como esse valor é retirado da sua conta à ordem, não cai na tentação de o gastar. E, aos poucos, vai juntando dinheiro que será útil mais tarde.
No entanto, se as taxas de juro estiverem baixas, o rendimento pode ficar muito aquém do esperado.
Imóveis
O investimento em imóveis, sobretudo em zonas com elevado potencial de valorização, pode ser uma boa forma de poupar para a reforma.
Como os imóveis geram sempre despesas (como impostos e despesas de condomínio, entre outras), o melhor será arrendar e retirar desde já alguma rentabilidade desses investimento. Assim, quando se reformar, pode usar esse rendimento para complementar a reforma ou vender o imóvel. Neste caso, porém, há que fazer as contas às mais-valias.
Outros investimentos
Os investimentos mais arriscados e complexos, como fundos de investimento ou criptoativos são uma opção para investidores mais ousados e que têm ainda tempo para recuperar de eventuais perdas. Quanto mais tarde começar a poupar para a reforma, menor será a disponibilidade para arriscar, mesmo que a rentabilidade seja mais alta.
A diversificação dos investimentos é frequentemente recomendada pelos especialistas. Neste caso, poderá poupar para a reforma através de uma mistura de várias opções. Pode, por exemplo, combinar um PPR sem garantia de capital com Certificados de Aforro, ou investimento em imobiliário e ações.
Existem várias hipóteses de combinar formas de poupança. O mais importante é mesmo tomar a decisão e começar quanto antes a garantir um rendimento extra nessa altura.
Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em abril de 2024.