O panorama é real e não há previsões de abrandar. Em janeiro, o preço do azeite aumentou 69% em Portugal, o maior aumento do produto registado até ao momento.
Para além disso, os indicadores portugueses ultrapassaram largamente os dados avançados pela Eurostat e que davam conta de um aumento de 50% na União Europeia.
O responsável deste aumento? A insuficiência do produto, com a produção de azeitona a reesentir-se bastante nos últimos anos, e o aumento dos custos de produção.
Saiba mais sobre as razões por detrás da subida do preço do azeite e o que indicam as estatísticas para o restante ano de 2024.
Azeite: um aumento inevitável?
A escassez na produção de azeite, em particular em Espanha, o maior produtor mundial, e o aumento dos custos da matéria-prima determinaram uma subida inevitável do preço deste produto.
Aliás, este é o segundo ano consecutivo que a Espanha tem produzido abaixo da média estabelecida por causa das secas na região.
Também Itália, outro célebre produtor de azeite, tem sofrido quebras abruptas na produção, tendo registado a pior colheita de sempre em 2023.
Apesar dos efeitos deste aumento só serem visíveis agora, as estatísticas apontam para o surgimento deste fenómeno desde o início de 2023.
Além disso, os dados do serviço estatístico europeu demonstram que, na União Europeia, o preço do azeite escalou na segunda metade de 2023, atingindo um pico de 51% em novembro, face a 2022.
Já em dezembro de 2023, o aumento do preço do azeite abrandou ligeiramente para 47% e voltou a ganhar ritmo em janeiro. Nesse mês, o preço do azeite aumentou em todos os Estados-membros.
Note-se que este não é um fenómeno exclusivamente português. Países como Grécia, Espanha ou Estónia registaram taxas de aumento no preço do azeite de 67%, 63% e 52,2%, respetivamente.
Previsões para o futuro imediato
Mariana Matos, secretária-Geral da Casa do Azeite, citada pela Agência Lusa, admite ser difícil prever qualquer cenário relacionado com a trajetória do valor do azeite e o comportamento de consumo.
No entanto, argumenta que a disponibilidade de azeite é bastante limitada pelo que a regulação do mercado realizar-se-á sempre através do preço.
De realçar que, desde o primeiro aumento em 2023, a venda de azeite embalado caiu 1% em Portugal e as exportações registaram um decréscimo de 28%.
É verdade que o Instituto Nacional de Estatística (INE) antevê um aumento da produção de azeitona, mas isso que não provocará a descida dos preços do azeite.
O que quer dizer que ainda se vai continuar a pagar um valor bem elevado por cada garrafa de azeite comprada nos supermercados do país.