Estamos habituados a comparar o preço por quilo quando vamos, por exemplo, ao talho ou à mercearia. Pagamos a carne ao quilo, as maçãs ao quilo, as cebolas ao quilo. Mas por que não fazer o mesmo para outros produtos?
Comparar o preço por quilo, litro ou unidade é um dos mais eficazes truques de poupança que podemos adotar. Descubra porquê e como pode começar a mudar a forma como consome.
De uma forma geral, quando vamos às compras encontramos, nas prateleiras, produtos de todos os preços e também de todos os tamanhos.
Mas quando, para a mesma categoria de produto, nos oferecem embalagens de diferentes capacidades, fazer as contas a qual compensa mais pode tornar-se complicado. O preço por quilo resolve esse problema.
Ao “traduzir” o preço total para um preço por quilo, ficamos em condições de comparar, de forma rigorosa, o custo real de cada produto concorrente, independentemente do tamanho da embalagem. E ao colocar os preços todos na mesma base de referência, as diferenças tornam-se também mais evidentes.
Quem diz preço por quilo, diz preço por litro ou por metro, dependendo dos artigos em questão. Do atum ao papel higiénico, dos detergentes à areia de gato, quase tudo o que está à venda pode ser comparado, dentro de uma mesma categoria, com recurso a essa informação.
É natural, no entanto, que tenha maior facilidade em “traduzir” o preço por quilo em alguns produtos do que noutros. Mas já lá vamos.
Como calcular o preço por quilo (ou por litro)
A boa notícia é que a maioria dos supermercados já faz a conta pelos clientes: é normal encontrar, nas etiquetas que exibem o preço, uma referência em letras mais pequenas ao preço por quilo ou litro daquele produto. Essa referência também aparece nos sites dos supermercados, geralmente por baixo do preço final.
No entanto, há produtos onde o preço por quilo é substituído pelo preço à unidade, por exemplo. Quando assim é, ou quando não existe qualquer referência para comparação de preços, pode fazer o cálculo do preço por quilo dividindo o preço da embalagem pelo peso que ela tem (não se esqueça de converter primeiro em quilos). O mesmo é válido para encontrar o preço por litro.
Imagine, por exemplo, uma caixa de chocolates de 300 gramas que está à venda por 4,95 euros: divide o preço pelo peso (4,95€ / 0,3kg) para ver que aqueles chocolates custam 16,5 euros por quilo.
Quando o produto não é “medido” pelo peso
Se costuma ir às compras, com certeza estará a pensar que nunca viu papel higiénico ou tupperwares a serem vendidos ao peso. De facto, há produtos onde o custo não é calculado ao quilo, mas à unidade.
Quanto aos tupperwares, pouco ou nada há a fazer, nem é preciso: são produtos que se compram tendo em conta a qualidade do material e outro tipo de características, por isso o preço por quilo não é relevante.
Quanto ao papel higiénico, rolos de cozinha e outros produtos semelhantes, a solução pode passar por levar as embalagens até à zona dos legumes e da fruta e aproveitar as balanças do próprio supermercado para pesá-las.
Depois basta dividir o preço da embalagem pelo peso e encontra o preço por quilo de papel, independentemente do número de unidades que a embalagem tenha.
O que ter em conta além do preço por quilo
Ainda que seja altamente vantajosa, a técnica de comparação do preço por quilo tem algumas fragilidades.
A primeira é o facto de deixar de lado alguns critérios de avaliação dos produtos que podem ser importantes para o consumidor. Na verdade, a diferença de preço por quilo entre algumas marcas pode mesmo ser o reflexo de uma diferença na qualidade do produto e, nesses casos, pode valer a pena levar para casa o mais caro.
Depois há a relação peso/quantidade. Um produto mais pesado não é, obrigatoriamente, um produto que dura mais tempo ou que rende mais. Se pensarmos, por exemplo, no papel higiénico, um rolo pode ser mais pesado do que o outro por ter um papel mais grosso, e não porque tem mais metros de papel.
Por fim, há que considerar as necessidades de quem compra, no que à quantidade diz respeito. Comprar um garrafão de cinco litros de óleo até pode ser mais barato do que comprar cinco garrafas de um litro, mas será que precisa dessa quantidade toda? Se não fizesse as contas ao preço por litro, levaria na mesma cinco litros?
Se a resposta for não, está a gastar no imediato muito mais do que aquilo que seria necessário, ainda que, do ponto de vista puramente matemático, o negócio não seja mau. Acontece que a matemática simples nem sempre está de acordo com a inteligência financeira.
Uma última nota…
Uma última nota para um possível susto: é natural que, começando a fazer as contas ao preço por quilo, se aperceba de que alguns produtos custam verdadeiras fortunas. Encontrar bombons a 50 euros por quilo ou snacks a 30 euros por quilograma é mais comum do que possa imaginar.
Por isso, faça as contas por si e quando o valor lhe parecer muito mais baixo do que seria de esperar, desconfie.
Pelo sim, pelo não, confirme sempre duas vezes. Não vá julgar que está a fazer um bom negócio e depois ter uma má surpresa.
Artigo originalmente publicado em julho de 2020. Última atualização em abril de 2024.