E num “abrir e fechar de olhos” voltamos a estar na época mais desejada pelos mais pequenos e talvez a mais “temida” pelos adultos: o Natal. Porquê? Esta época festiva implica um esforço financeiro considerável para muitas famílias e gerir o orçamento familiar para o Natal acaba por ser um exercício que tem de ser feito de de forma criativa.
Não haverá maior desejo para os pais do que contribuir para que as suas crianças tenham um Natal feliz e recheado. Claro está que nem sempre isso é sinónimo de prendas, mas, por vezes, até uma mesa de Natal repleta pode afetar significativamente o orçamento familiar.
Por isso, para que se possa preparar com tempo, temos alguns conselhos.
6 conselhos para preparar o orçamento familiar para o Natal
Tente não incluir o subsídio de Natal (ou incluir só uma parte)
O subsídio de Natal é um direito dos trabalhadores em Portugal, garantido pelo Código do Trabalho. Este subsídio funciona, na prática, como um “salário extra” dado aos trabalhadores no final do ano. Regra geral, este valor ajuda muitas pessoas: é possível liquidar despesas anuais antes de o ano acabar e pagar os custos extras com as celebrações de fim de ano, por exemplo.
Aconselhamos que não inclua no seu orçamento familiar para o Natal todo o seu subsídio, aproveite para o rentabilizar. Como? Esta é uma boa oportunidade para, como ditam as boas regras das finanças pessoais, reforçar o fundo de emergência ou investir parte num Certificado de Aforro, por exemplo.
Planeie com antecedência para garantir o equilíbrio orçamental
Até no Natal é necessário ter regras e limites para que não coloque a sua situação financeira em risco, por isso não é o momento para deixar de pensar em poupar. Para isso, aconselhamos que planeie com antecedência o seu Natal, a ceia, as prendas que vai oferecer, a quem as vai oferecer e o orçamento total disponível.
Para que a sua poupança não seja esquecida, deixamos-lhe uma fórmula já testada, que comprovadamente se mostrou eficaz para muitas outras pessoas: a fórmula 50/30/20.
Esta fórmula determina percentagens máximas para gastos (essenciais e não essenciais) bem como uma percentagem mínima para poupar.
50% do seu ordenado deve ser destinado às despesas essenciais
As despesas essenciais correspondem às despesas fixas, aquelas a que não pode mesmo fugir e que todos os meses têm que ser asseguradas.
Neste tipo de despesas inclui-se os gastos com a habitação, como as rendas ou pagamento das prestações do empréstimo da casa, bem como as despesas com alimentação, combustível para o carro, passes, telefone, internet, luz, água e gás.
30% para despesas não essenciais
Repare que 30% é mesmo o valor máximo que pode gastar em roupa, restaurantes, cinema, concertos, viagens e outros momentos de lazer. Ou seja, em tudo o que não é fixo e pode ir ajustando, desde que não ultrapasse este teto máximo de 30%.
20% para poupar
Este é o valor mínimo do seu rendimento mensal que deve ser destinado à poupança.
Por exemplo, se ganhar 1.500 euros por mês, 300 euros não lhe devem sair do bolso a não ser para o tal fundo de emergência, depósito a prazo, ou qualquer outro instrumento de aforro à sua escolha.
Faça uma lista de todas as pessoas a quem vai oferecer presentes
Sente-se e pense a quem realmente gostaria de oferecer um presente este Natal. Esta lista de pessoas vai permitir delinear uma estratégia, planear e organizar um orçamento razoável e adequado às suas possibilidades.
Por vezes, reduzir a lista pode ser complicado, mas tente perceber se realmente faz sentido a inclusão de todas essas pessoas na lista. Além disso, provavelmente gere melhor o seu orçamento familiar para o Natal quanto mais restrito for o grupo.
Saiba quanto planeia gastar na prenda de cada pessoa
Propomos-lhe que, de forma a controlar o seu orçamento familiar de Natal, designe um valor para cada pessoa e que, posteriormente, tente encontrar algo que se enquadre no seu gosto pessoal e também valor atribuído.
Todas estas listas vão-lhe proporcionar um controlo antecipado sobre o valor total gasto em prendas.
Seja criativo na hora de planear as prendas
Porque não pensar em algo que realmente seja sinónimo da personalidade da pessoa e oferecer a pensar nisso, até mesmo algo feito por si? Por exemplo, um álbum de fotografias, desde que conhece a pessoa, uma compota feita por si. Na verdade, existem muitas opções para colocarmos um sorriso no rosto dos que nos são mais queridos, nem tudo tem que ser de valor avultado.
Saiba quantas pessoas se vão sentar à sua mesa na ceia de Natal
Não é apenas em prendas que gastamos parte do nosso orçamento de Natal. Afinal, a ceia de Natal será em sua casa ou na casa de algum familiar? Se for na sua, conte com um valor avultado direcionado apenas para os alimentos que tanto nos agradam na noite da véspera e dia de Natal.
Verifique se existe a possibilidade de todos os que participam na ceia de Natal poderem contribuir com algum alimento, ou com algum montante de dinheiro, para que o seu orçamento não fique tão “pesado”. Afinal, quando todos ajudam tudo se torna mais fácil.
Não se esqueça das suas despesas fixas mensais
Imbuídos do espírito natalício, a probabilidade de estarmos mais predispostos a gastar é elevada. Por isso, deve, em primeiro lugar, garantir que todas as suas despesas mensais fixas estão asseguradas. Devem, aliás, ser a sua prioridade, pois são estas que garantem o seu bem estar e o da sua família. Além de que, créditos, sejam de tipo forem, devem ser tratados com o máximo de responsabilidade para que nunca entre numa espiral de endividamento.
Sabemos que o Natal é uma época de despesa extra, pelo que preparar o seu orçamento familiar para o Natal pode ser uma ferramenta imprescindível para garantir que tem um Natal Feliz e as suas finanças se mantêm equilibradas.
Artigo originalmente publicado em dezembro de 2021. Atualizado em novembro de 2023.