As principais causas de acidentes estão, por norma, relacionadas com comportamentos de risco ao volante. O ato de conduzir obriga o condutor a tomar decisões em frações de segundo. Assim, importa redobrar cuidados e deixar alguns hábitos e vícios de parte.
Conduzir em excesso de velocidade, sob o efeito do álcool ou atender o telemóvel enquanto conduz são, por si só, situações consideradas de risco e que potenciam os acidentes nas estradas.
De acordo com os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), divulgados no Relatório de Novembro de 2020, nos primeiros onze meses de 2020
registaram-se 23.630 acidentes com vítimas no Continente, de que resultaram 360 vítimas mortais ocorridas no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 1.649 feridos graves e 27.428 feridos leves.
Para além disso, segundo o mesmo organismo, comparativamente com o mesmo período de 2019, observa-se
uma melhoria nos principais indicadores de sinistralidade: menos 9.076 acidentes com vítimas (-27,8%), menos 77 vítimas mortais (-17,6%), menos 479 feridos graves (-22,5%) e menos 12.182 feridos leves (-30,8%).
A colisão é a natureza de acidente mais comum
A ANSR, no documento em que faz pormenorizadamente a análise da sinistralidade em Portugal, constata que a
colisão foi a natureza de acidente mais frequente (51,3% dos acidentes com vítimas, 43,1% dos feridos graves e 55,9% dos feridos leves), apesar do maior número de vítimas mortais ter resultado de despistes (+46,1%).
Em comparação com o mesmo período em 2019,
nesta tipologia de acidente verificou-se uma redução de 35 vítimas mortais (-17,4%) e de 108 feridos graves (-13,5%). Nos atropelamentos registaram-se menos 4 vítimas mortais (-6,6%) e menos 164 feridos graves (-39,9%) e nas colisões verificou-se um decréscimo de 38 vítimas mortais (-21,7%) e de 207 feridos graves (-22,5%).
De salientar, ainda, que no período de janeiro a novembro de 2020, e segundo a ANSR,
foram fiscalizados mais de 103 milhões e 900 mil veículos, um aumento de 25,7%, em comparação com igual período de 2019, devido ao acréscimo de 30,2% dos sistemas de radares da ANSR (rede SINCRO) e de 86,1% dos radares da PML [Polícia Municipal de Lisboa]. Nestas ações foram detetadas mais de um milhão de infrações, o que representa uma diminuição de 3,6% face ao ano anterior.
Excesso de velocidade no topo das infrações
A ANSR divulga ainda que a taxa de infratores, n.º total de infrações/n.º total de veículos fiscalizados, foi de 1,1%, o que reflete uma redução de 23,4% comparativamente com 2019”.
Já no que diz respeito à tipologia de infrações, 62,8% do total registado no período de janeiro a novembro de 2020 foi referente a excesso de velocidade.
Número de acidentes com vítimas diminuiu a nível distrital
Mas, nem tudo são más notícias. No relatório da ANSR está ainda referenciado que a nível distrital o número de acidentes com vítimas diminuiu em todos os distritos, quando comparado com o mesmo período de 2019.
Sustenta ainda que quanto às VM (vítima cujo óbito ocorra no local do acidente ou durante o percurso até à unidade de saúde) + FG (vítima de acidente cujos danos corporais obriguem a um período de hospitalização igual ou superior a 24 horas),
observou-se um agravamento nos distritos de Castelo Branco (+10,3%) e uma melhoria em todos os outros”.
Conclui que
em termos absolutos, Leiria (com +8), Viana do Castelo (com +7), Lisboa (com +4) e Santarém (com +2) foram os distritos que registaram aumentos de vítimas mortais e Coimbra e Beja a maior redução (ambos com -16).
As principais causas de acidentes
Ainda segundo o relatório de Novembro da ANSR a tipologia de infrações, que acabam por integrar a lista das principais causas de acidentes, são:
- Excesso de velocidade;
- Condução sob efeito do álcool;
- Uso do telemóvel;
- Não utilização do cinto de segurança.
Entretanto, a estes acrescentámos mais um conjunto de situações que, no dia a dia, são negligenciadas pelos condutores e que contribuem para elevar os números da sinistralidade.
Conheça, assim, as principais causas de acidentes rodoviários:
Excesso de velocidade
Muitos condutores aceleram nas respetivas viaturas e esquecem os normativos e limites impostos por lei. A pressa é uma inimiga, lembre-se disso.
A condução deve ser realizada cumprindo os limites de velocidade impostos em cada situação (cidade, estrada, auto-estrada). Não cumprir implica não só o potenciar do risco de acidente, bem como incorre numa multa.
Consumo de bebidas alcoólicas
Sensatez é o que deve ter quando se quer divertir e depois conduzir. Tenha presente que o álcool diminui a perceção do perigo e retarda os reflexos.
Além disso provoca sonolência, pelo que se conduzir sob o efeito do álcool não só está a colocar-se em perigo, como ainda coloca em risco a vida dos outros condutores e peões.
Uso do telemóvel
Durante a condução, considere não utilizar o telemóvel. Se tiver de atender/realizar uma chamada use o sistema de alta voz da viatura ou então utilize um adaptador Bluetooth.
Ainda assim, tenha em atenção que utilizar este tipo de sistemas reduz a concentração e constitui motivo de distração. O uso do telemóvel, a par do excesso de velocidade, são das situações mais fiscalizadas pelas autoridades.
Por isso se for apanhado com o telemóvel na mão durante a condução o resultado é uma multa.
Conduzir sem cinto de segurança
A utilização do cinto de segurança é obrigatório por lei e ao não o colocar arrisca numa multa alta. Não facilite. Coloque sempre o cinto de segurança.
Este elemento pode salvar-lhe a vida em caso de acidente. Não esqueça que os passageiros também não devem negligenciar o seu uso.
Cansaço, fadiga e sono
Estes são três fatores que são inimigos da condução. Resultam num “cocktail” explosivo, pelo fato de reduzirem significativamente o tempo de resposta do cérebro, além de que potenciam o risco de despiste.
Por isso evite conduzir se estiver com sono ou muito cansado.
Não observar as caraterísticas da estrada
Conduzir e não prestar atenção às caraterísticas da via em que se circula é um erro e potencia o risco de acidente.
Conduzir em alta velocidade numa rua/estrada estreita, ou numa via degradada é ser inconsciente. Tenha também em atenção o número de vias e a existência de lombas.
Adeque a condução ao tipo de via onde circula.
Deficiente ou mesmo falta de manutenção do veículo
Conduzir uma viatura com deficiente ou mesmo falta de assistência é ser negligente. Coloca a sua vida e a dos outros condutores em perigo.
Tenha em atenção o desgaste dos pneus, a eficácia dos travões, alinhamento da direção e a condição dos amortecedores. Efetue as revisões preconizadas para a viatura e também a inspeção periódica, evitando problemas e multas.
Conduzir só com uma mão no volante
Muitos condutores facilitam e conduzem só com uma mão. Este não é um bom hábito, pois em situação limite, para efetuar um desvio, pode levar à perda do controlo da viatura. Conduza sempre com as duas mãos no volante.
Alteração/mudança repentina de faixa de rodagem
Já aqui referimos que a pressa é inimiga da condução. A atenção ao que se passa ao redor da viatura é importante para evitar “desaires”. Por isso, tenha atenção quando tiver de mudar de direção (num cruzamento), de faixa, ou ultrapassar outra viatura.
Certifique-se de que pode dar início à manobra sem colocar em perigo outros condutores. Assinale a mudança de direção, faixa ou ultrapassagem com o “pisca” respetivo e verifique o tráfego pelo espelho retrovisor e espelhos laterais da viatura.
Conduzir colado ao veículo da frente
Um dos maiores aliados do condutor é praticar uma condução defensiva. Precaver e antecipar situações são ações recomendáveis para quem circula na estrada.
Por isso, manter uma distância de segurança para a viatura que segue na frente é importante e poderá ser o espaço que precisa se tiver de fazer uma travagem de emergência.
Conduzir colado ao veículo da frente, além de causar stress ao outro condutor, pode resultar em acidente em caso de travagem repentina da viatura.