As diferentes estações trazem diferentes desafios aos condutores. Sabemos que há problemas mais comuns no inverno que se devem às temperaturas baixas e que podem comprometer o funcionamento normal do veículo, pelo que é necessário estar atento.
Devido a uma massa de ar frio que vem do interior da Europa e que está a afetar Portugal Continental nas últimas semanas, as temperaturas têm descido mais do que habitual. Se, em anos anteriores, o frio poderia causa mossa aos condutores, este ano tem provocado ainda mais.
A própria GNR já lançou alguns conselhos para ajudar a retirar o gelo do pára-brisas, por exemplo. Porém, além desse, há outros problemas igualmente comuns nesta altura e que também eles afetam constantemente quem conduz.
Os 5 problemas mais comuns no inverno
O carro não arranca
Não é de todo incomum, no inverno, o carro não pegar. Ou seja, não conseguir ligar o motor. Isso deve-se sobretudo a duas componentes do automóvel: a bateria e as velas de ignição.
No primeiro caso, é um facto comprovado que o frio diminui a capacidade de carga e, em sentido inverso, a temperatura exterior mais baixa obriga a uma sobrecarga dos componentes de arranque do motor, como as luzes, o ar condicionado, o alternador e o motor de arranque.
Todos eles ligados de forma maior ou menor à bateria, acabam por gastá-la numa altura em que a mesma tem menor capacidade de carga. Para evitar que isso aconteça, não deixe o carro parado muitos dias, sujeito a uma descarga natural com o passar do tempo.
Caso o automóvel não pegue mesmo, experimente, através de cabos, ligar a bateria do automóvel à bateria de um outro. No entanto, se nada resultar ou o problema for subsistente, o melhor será mesmo trocar a bateria.
Relativamente à bateria, não esqueça que nas mais antigas deve verificar os níveis e acrescentar água destilada até ao limite máximo do nível. Se a bateria for mais recente a solução mais segura é a substituição.
Além da bateria, este problema poderá ser provocado pelas velas de ignição. Neste caso, se o seu carro pegar com dificuldade a frio ou o ralenti estiver irregular, está na altura de as verificar.
Sobreaquecimento do motor
Parece curioso, mas a realidade é este é mesmo um dos problemas mais comuns no inverno para os condutores. Mesmo em pleno inverno, com frio, há a possibilidade de o motor sobreaquecer. Isso estará relacionado, provavelmente, com o sistema de lubrificação do carro.
Com o frio, este sistema poderá ser incapaz de funcionar a 100%. Basta pensar no ser humano para perceber: no verão mexemo-nos mais facilmente do que no inverno. Isto deve-se ao efeito de contração e limitação da circulação provocado pelo frio.
Portanto, nestes casos, é aconselhável verificar com regularidade o nível de óleo de motor, assim como outros líquidos importantes. Outro conselho é colocar uma solução anticongelante.
Também pode e deve colocar produtos anticongelantes no líquido para limpar para brisas, visto que se o produto usado para limpar o para brisas congelar poderá danificar a bomba elétrica do esguicho.
O automóvel derrapa
Infelizmente, neste caso, não há nenhuma solução que não passe por gastar dinheiro e comprar pneus específicos do inverno, com maior escoamento, mais aderentes e próprios para pisos molhados.
Afinal, a chuva e até o gelo comuns nesta altura, fazem com que os pneus derrapem. Lembre-se que os pneus são a parte mais importante da segurança automóvel. São eles que fazem a conexão entre a carroçaria e o piso onde circula.
Além disso, a área de conexão entre as duas partes é diminuta: somente do tamanho da palma de uma mão.
Vidros embaciados e pára-brisas com gelo
Este é um dos problemas mais comuns no inverno com o qual mais nos temos deparado nos últimos tempo. Como é óbvio, com o frio, há uma grande possibilidade de o pára-brisas ficar embaciado ou carregado da geada da noite.
Primeiramente, o ar condicionado não serve apenas para refrescar, mas também para aquecer internamente. Ou seja, entre outras opções, consegue desembaciar o pára-brisas utilizando o ar condicionado.
No entanto, utilize panos para limpar o vidro apenas em última instância para não provocar riscos ou sujidade no vidro e nunca a mão ou papéis.
Se a parte interior, é mais fácil, exige apenas, na maior parte dos casos, algum tempo de espera, o exterior é mais complicado. Primeiro, para evitar o gelo, pode colocar cartões ou até protetores. No entanto, mais uma vez, tenha cuidado na aplicação destes itens para não riscar o vidro.
Caso não tenha possibilidade de estacionar numa garagem ou proteger o veículo, existem formas de tirar o gelo do pára-brisas que não comprometem o bom estado do vidro e do veículo, como recorrer a líquidos ou raspadores de gelo próprios.
Na ausência da possibilidade de adquirir algum destes elementos, a GNR disponibilizou um publicação nas redes sociais onde explica como fazer o próprio descongelante:
“Pode ainda preparar um descongelante “caseiro” para pulverizar o vidro com gelo, basta para tal seguir uma das seguintes “receitas”:
– Para três partes de água, uma de vinagre; ou
– Para duas partes de água, uma de álcool.”
No entanto, lembre-se: evite colocar água quente diretamente sobre o vidro, uma vez que, se o mesmo estiver frio, vai rachar ou partir quando entrar em contacto com uma superfície quente.
Aquecer o motor propositadamente
Por último, nesta lista de problemas mais comuns no inverno, alertamos para um comportamento de muitos condutores que pode por em causa a preservação do veículo.
Ligar o motor e deixar o carro parado até a temperatura interior do motor aquecer é um hábito comum de muitos portugueses, por causa do frio. O hábito de aquecer o motor de manhã não produz benefícios nos automóveis atuais.
Além de sobrecarregar o catalisador, reduz a eficiência das velas e consome combustível inutilmente. Arranque assim que possível e conduza de forma moderada, até atingir a temperatura normal de funcionamento do motor.
Automóvel Club de Portugal
Guarda Nacional Republicana