Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
06 Dez, 2023 - 11:22

O profissional mais desejado dos próximos 20 anos já está em falta

Catarina Milheiro

Conheça as características do profissional mais desejado dos próximos 20 anos e prepare-se – eles já estão em falta.

Não há dúvidas de que o mercado de trabalho tem vindo a mudar bastante em vários aspetos, principalmente após a pandemia e com as questões climáticas a entrarem no centro das atenções para o futuro. Com tamanhas mudanças, a verdade é que não acompanhamos o ritmo e o profissional mais desejado dos próximos 20 anos já está em falta no mercado.

De facto, não é fácil conseguirmos prever exatamente como vão ser os negócios, os hábitos ou como vai estar a funcionar o mercado de trabalho daqui a alguns anos. No entanto, é possível analisarmos as tendências.

A 6ª. onda de inovação, voltada para a sustentabilidade, deverá resistir até 2045 e já gera uma enorme procura por especialistas na área.

O impacto da inovação no mercado de trabalho

Joseph Alois Schumpeter, um economista e cientista político austríaco que brilho na primeira metade do século passado, revolucionou a sua época quando considerou que a inovação é um ato empreendedor introduzido no sistema económico.

Schumpeter – que é o autor da teoria das ondas de inovação – chegou mesmo a afirmar, já no seu tempo, que a próxima grande tendência seria a sustentabilidade e o ambiente, a vertente social e a governança empresarial – aquilo que, em inglês, chamou de Environmental, Social and Corporate Governance (ESG).

Segundo o conceito, esta onda da sustentabilidade começou em 2020 e vai prolongar-se, no mínimo, até 2045. Mas será que os profissionais têm aquilo que o mercado procura para estes tempos? Fique connosco.

5 características do profissional mais desejado dos próximos 20 anos

Não é necessário recuarmos muito no tempo para percebermos que a procura por profissionais especializados tem vindo a aumentar exponencialmente. E se pensa que é só em áreas como as das tecnologias ou do marketing, engane-se.

O profissional mais desejado dos próximos 20 anos já está em falta no mercado e todos querem saber qual é, não é assim? Pois saiba que estamos perante uma procura incessante de profissionais especializados em ESG (uma área que tem vindo a crescer ao longo dos anos e que tem tendência para se manter em alta).

Falamos da era da sustentabilidade, onde os modelos de negócio mais sustentáveis, responsáveis e conscientes são alinhados com a sociedade e com o planeta.

Afinal, já parou para refletir sobre quantas são as empresas a colocar questões da sustentabilidade como prioridade nas suas estratégias? Saiba quais são as características do profissional mais desejado nos próximos 20 anos e comece já a preparar-se.

1.

Competências tecnológicas

Talvez esta não seja uma novidade, mas o profissional mais desejado dos próximos 20 anos terá de ser altamente qualificado e a tecnologia tem de lhe “correr nas veias”.

Não basta perceber do tema ou ter uma licenciatura numa das áreas de tecnologia. É necessário dominar conceitos, estar a par das tendências e fazer questão de demonstrar alguma experiência de trabalho.

Por isso já sabe, se a tecnologia sempre teve um papel importante na sua vida não perca tempo e comece já a fazer formação em algumas áreas especificas que sejam do seu interesse.

Especialize-se numa área como por exemplo: inteligência artificial, análise de dados, machine learning ou até facilitador de Tecnologias da Informação.

2.

Habilidades de comunicação

Torna-se cada vez mais difícil encontrar profissionais que tenham competências de comunicar de forma eficaz quando o assunto são os negócios de uma empresa.

De facto, o profissional mais desejado dos próximos 20 anos deve ser capaz de investigar, acompanhar e negociar acordos de serviços e bens de forma a garantir que os gastos da empresa estão alinhados com os padrões de ética dos seus stakeholders.

Evidentemente que o facto de já ter alguma experiência prévia com a ética nos ambientes corporativos pode ajudar e bastante. Mas não chega! É preciso demonstrar que consegue comunicar sem dificuldades e de forma eficaz.

3.

Capacidade para trabalhar sob pressão em ambientes digitais

Ainda que se debata bastante o tema da pressão no ambiente de trabalho e que sobretudo os mais jovens se recusem a trabalhar sob tais condições, a verdade é que o profissional mais desejado deve ter esta capacidade.

As ofertas de emprego passam cada vez mais pelo trabalho remoto e dentro de 20 anos a tendência é para aumentar a percentagem de profissionais a trabalhar neste regime ou híbrido.

Por isso mesmo, é necessário trabalhar a sua capacidade para trabalhar sob pressão em ambientes digitais e aprender a lidar com colegas de trabalho de todo o mundo através do ecrã. Não sabe como? É simples: respire fundo e adote técnicas que o permitam ser mais criativo, produtivo e aberto a outras ideias e métodos de trabalho.

4.

Fidelidade à empresa

Atualmente são vários os profissionais, principalmente os mais jovens, que não têm intenções de permanecer nas empresas por muito tempo, mesmo que se alinhem com a cultura da mesma!

E se há uns anos a fidelidade era motivo de orgulho tanto para as empresas, como para os trabalhadores, nos próximos 20 anos o cenário volta a ser idêntico. Assim, a solução passa por:

  • Por um lado, as empresas começarem a aceitar que os bons talentos podem até querer assumir dois trabalhos em simultâneo, desde que continuem a fazer um bom trabalho – conseguindo assim reter talento;
  • Por outro lado, os profissionais devem também ser flexíveis e adaptarem-se a um ambiente de trabalho seguro e onde a confiança impera. Além disto, assumirem um compromisso fará toda a diferença.
5.

Profissionais altamente criativos e proativos

Atualmente os discursos de responsabilidade social para fortalecer uma determinada marca parecem já não ter resultados assim tão positivos como há uns anos.

De facto, assistimos a uma enorme necessidade de entender, enfrentar e encontrar soluções que correspondam às necessidades de uma sociedade cada vez mais consciente quanto ao papel que as organizações devem ter. Falamos de problemas ambientais, políticos, sociais que fazem com que as empresas se alinhem com a sustentabilidade.

Por isso, o profissional mais desejado dos próximos 20 anos deve ser alguém cuja criatividade é quase inata – onde as soluções para os problemas surjam antes sequer de os identificar quase.

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