A avaliação escolar está a entrar numa nova era em Portugal. Desde fevereiro de 2025, os alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos tiveram a oportunidade de participar nas chamadas provas-ensaio digitais. Esta medida pode mudar o paradigma do ensino, mas também levanta questões importantes: estarão todos – alunos, pais, professores e escolas – preparados para esta transição? Vamos explorar os principais pontos desta mudança.
O que são as provas-ensaio digitais?
As provas-ensaio digitais são exames realizados em formato eletrónico, com uma duração aproximada de 45 minutos. Cada prova é composta por perguntas escolha múltipla e uma pergunta de desenvolvimento.
Embora sejam obrigatórias, não afetam a classificação final dos alunos. No entanto, os resultados permitem às escolas monitorizar o desempenho dos estudantes e identificar áreas de melhoria.
Porquê a transição para o formato digital?
Há várias razões por trás desta mudança. O Ministério da Educação quer assegurar que todos, independentemente das suas condições de acesso à tecnologia, estejam aptos a realizar provas digitais no futuro, como as Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) e os exames finais.
O formato digital também traz vantagens práticas: ajuda a identificar lacunas tecnológicas e organizativas nas escolas, permitindo ajustes nos recursos e processos.
As escolas estão preparadas?
O Governo garante que sim. As escolas receberam apoio técnico e equipamentos para implementar o projeto. No entanto, existem desafios, sobretudo em regiões onde a tecnologia ainda é escassa. Professores e funcionários precisaram de formação para se adaptarem a novos sistemas, e alguns alunos poderão sentir ansiedade perante este formato inovador. Contudo, o objetivo é exatamente permitir essa adaptação gradual, aumentando a confiança antes dos exames futuros.
Quais são os benefícios para os alunos?
Para os estudantes, estas provas são uma oportunidade de se familiarizarem com o uso de ferramentas digitais em situações de avaliação. Adaptar-se a este formato reduz o risco de dificuldades técnicas interferirem no seu desempenho. Assim, para além do domínio dos conteúdos, os alunos desenvolvem competências digitais essenciais.
E o que ainda falta melhorar?
Apesar dos avanços, ainda há obstáculos a vencer. Algumas escolas enfrentam dificuldades no acesso a computadores ou internet de qualidade, o que pode criar desigualdades. É essencial continuar a investir em infraestruturas tecnológicas, garantindo que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades.
Outro desafio prende-se com a inclusão. É fundamental assegurar que alunos com necessidades educativas especiais consigam realizar estas provas sem barreiras adicionais. Este é um ponto que exige atenção permanente por parte das autoridades educativas.
Será este o futuro da avaliação escolar?
Tudo indica que sim. Se esta fase de adaptação for bem-sucedida, é provável que as provas digitais se tornem a norma no ensino básico e secundário. A mudança pode não acontecer de forma imediata, mas modernizar o sistema educativo é uma necessidade.
Preparar as próximas gerações para um mundo digital é mais do que uma opção: é um passo estratégico para acompanhar a evolução da sociedade. Estarão as escolas e as famílias prontas para esta realidade? O futuro o dirá.