O Prozac chegou às farmácias norte-americanas em 1988. Tratou-se de um momento de glória para os médicos, farmácias e doentes da época, por significar uma revolução no tratamento da depressão.
Também conhecido na altura como pílula da felicidade, este medicamento é até hoje bastante popular – talvez por ter aparecido numa época em que os medicamentos eram escassos e por causar menos efeitos laterais do que muitos outros presentes no mercado.
Ainda que seja visto como uma mais-valia, é necessário compreendermos que estamos perante um medicamento e, como tal, deve ser prescrito pelo médico depois de analisar e estudar cada situação.
É por isso essencial que se faça um diagnóstico assertivo para que seja possível adequar a medicação a cada pessoa. Afinal, o mesmo medicamento utilizado num tratamento idêntico, pode não ser o mais indicado para duas pessoas distintas.
Fique connosco e saiba tudo sobre o Prozac, como atua e para que serve.
O que é o Prozac e para que serve?
O Prozac é um medicamento antidepressivo, cujo princípio ativo é a Fluoxetina. Para um melhor entendimento, a Fluoxetina constitui então um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina.
Parece difícil compreender como funciona? De uma forma geral, o princípio ativo age inibindo a absorção de serotonina pelos neurónios que quando têm níveis mais baixos, podem mesmo causar depressão, ansiedade ou outros sintomas obsessivo-compulsivos.
Ou seja, o Prozac age aumentando os níveis de serotonina no cérebro – um neurotransmissor que é responsável pelas sensações de bem-estar e prazer de cada um de nós.
Como tal, é um medicamento de uso oral bastante frequente no tratamento de distúrbios psicológicos como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e a depressão.
Apesar de ser altamente eficaz, a melhoria dos sintomas nos pacientes pode demorar até cerca de 4 semanas a aparecer. Contudo, se refletirmos bem, é como qualquer outro medicamento utilizado para estes casos onde os resultados não são imediatos.
Para que tipo de tratamentos é indicado o Prozac?
Conforme referimos anteriormente, são várias as indicações para o tratamento com Prozac. Desde logo para doenças do foro psiquiátrico como a depressão, o Transtorno Obsessivo-Compulso (TOC) e a ansiedade.
A sua utilização está também indicada em alguns quadros de Transtorno Pré-menstrual e de distúrbios alimentares como a bulimia.
Para além destas condições, o Prozac pode ser também utilizado nas situações de ejaculação precoce nos homens.
Pode o medicamento influenciar no dia a dia?
De facto, pode. O maior benefício do uso do medicamento é na melhoria dos sintomas associados à depressão. Por norma, pouco a pouco, a pessoa sente-se mais ativa, bem-disposta, com melhorias no humor e mais desperta para a sua vida familiar, social e laboral.
Há também melhorias a nível de outros sintomas cognitivos, tais como: a atenção, a capacidade de memorização e concentração.
No entanto, o Prozac não é isento de efeitos laterais que podem de alguma forma alterar a qualidade de vida das pessoas. Estes verificam-se essencialmente nas primeiras semanas de utilização, desaparecendo normalmente com a continuação do tratamento.
Os efeitos laterais do Prozac
De uma forma geral, os efeitos laterais existem, mas não significa que se verifiquem em todas as pessoas que tomam o Prozac. São geralmente transitórios não obrigando à paragem do tratamento. Sendo que os mais frequentes são:
- fadiga;
- dores de cabeça;
- falta de apetite;
- sensação de ansiedade ou irritabilidade;
- diminuição de peso;
- disfunção sexual, com diminuição da líbido e lentificação na ejaculação masculina;
- náuseas;
- palpitações;
- sonolência ou insónias;
- reações na pele;
- tremores;
- Vómitos ou diarreia.
Alguns dos efeitos laterais do Prozac são aproveitados para o tratamento de algumas doenças.
Por exemplo: o facto de diminuir o apetite faz com que seja utilizado no tratamento de alguns casos de obesidade. Por outro lado, o efeito no atraso da ejaculação funciona como um benefício no tratamento de casos de ejaculação precoce.
Se sentir alguns dos efeitos laterais converse com o seu médico para que juntos, percebam e decidam o que fazer. E recorde-se: as vantagens da utilização deste medicamento superam os possíveis efeitos laterais.
A medicação deve ser acompanhada por uma mudança do estilo de vida
São vários os benefícios dos antidepressivos, inclusivamente do Prozac. Afinal, o medicamento ajuda a amenizar os sintomas. No entanto, é importante entender que não resolve o problema de vez.
É necessário fazer um esforço para alterar o estilo de vida e alguns hábitos que temos impregnados e que podem não estar a contribuir para o nosso bem-estar e felicidade.
Apesar de se tratar de um tipo de medicamento que não causa dependência física (isto é, com sinais de abstinência quando é retirado), também não causa tolerância. O que significa que, em geral não há necessidade de ajustamentos da dose ao longo do tratamento.
Ainda assim, nada garante que a depressão ou outras patologias do foro psicológico não voltem a aparecer. Por isso mesmo, se tiver que voltar ao tratamento, não o entenda como algo negativo. Afinal, é mais importante viver sem depressão do que sem antidepressivos.