O grupo francês Peugeot Citroën (PSA), liderado pelo português Carlos Tavares, anunciou a compra da Opel à norte-americana General Motors (GM) por 2,2 mil milhões de euros. Atualmente o grupo PSA é dono das marcas Peugeot, Citroën e DS, e com esta aquisição passa a deter a Opel e a Vauxhall.
A compra inclui, além da actividade de produção da Opel, a marca Vauxhall, presente no Reino Unido, e as operações da sucursal financeira da GM na Europa. A aquisição da actividade de construção automóvel está avaliada em 1,3 mil milhões de euros, enquanto o braço financeiro da GM Financials custará 900 milhões de euros. No caso do negócio da da GM Financials, a compra é realizada em ‘joint-venture’ com o banco BNP Paribas, que deterá 50% da operação, mantendo a equipa actual.
PSA compra Opel e dá origem ao segundo maior construtor de carros da Europa
Segundo o comunicado emitido pelas companhias, esta operação cria o segundo maior grupo automóvel da Europa, com uma quota de mercado de 17%. No ano passado, se juntarmos as marcas de ambos os grupos, as vendas ascenderam a 17,7 mil milhões de euros.
De acordo com as fabricantes de automóveis, a operação que leva a PSA a comprar a Opel irá criar economias de escalas e sinergias avaliadas em 1,7 mil milhões de euros até 2026, atingindo uma margem de lucro de 6% até 2026 e gerando um ‘cash flow’ operacional positivo até 2020.
O presidente da PSA, Carlos Tavares, mostra-se confiante sobre o sucesso da operação e afirma mesmo que “o ‘turnaround’ da Opel/Vauxhall vai acelerar significativamente com o nosso apoio”. Contudo, Carlos Tavares salienta que a PSA irá “respeitar os compromissos feitos pela GM aos empregados da Opel/Vauxhall”.
De acordo com a agência financeira “Bloomberg”, é expectável que Carlos Tavares replique na Opel o plano que tem levado a cabo na PSA e que passa pela redução de postos de trabalho, congelamento de salários e eliminando modelos não rentáveis.
Mercado satisfeito
Mary Barra, CEO da GM, afirma que “este novo capítulo coloca a Opel e a Vauxhall numa posição ainda mais forte no longo prazo”. A presidente da fabricante norte-americana sublinha que mantém o interesse “de participar no sucesso e na forte criação de valor potencial da PSA através do nosso interesse económico e da colaboração em actuais e futuros projectos”.
A GM deixa assim em aberto a possibilidade de deter uma participação na nova entidade que resulta da combinação da PSA e da Opel, nomeadamente, através de direitos de compra de acções que detém. As duas fabricantes de automóveis esperam ainda colaborar no desenvolvimento de tecnologias de electrificação automóvel e em sistemas de células de combustível. A Opel está nas “mãos” da GM há quase 90 anos.
O mercado está a ver com bons olhos a PSA comprar a Opel, prova disso é o facto das acções da GM terem encerrado, na passada sexta-feira, – quando o desfecho do negócio estava iminente – a valorizar 1,24% para 38,23 dólares enquanto os títulos da Peugeot fecharam a subir 2,89% para 19,06 euros.
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