Para grande parte dos utilizadores, a expressão deep web parece saída de um filme em que um grupo de piratas informáticos – hackers – está a tentar dominar o mundo sem sair do computador. A verdade é que a deep web faz parte do dia-a-dia de qualquer pessoa que esteja a aceder à internet, seja em trabalho ou em lazer.
Imagine um iceberg. Como sabe, todos os icebergs têm uma parte que se encontra à superfície e à vista de todos e outra que se encontra escondida, debaixo de água. Esta metáfora pode ser aplicada à deep web e ao conceito que esta simboliza. Na internet, existem duas “fações”: a surface web, a que está à superfície, e a deep web, a que está escondida.
Por norma, quando navegamos na Internet estamos a aceder conteúdos que motores de pesquisa como o Google e o Bing conseguem encontrar e que nos apresentam em função da nossa pesquisa. No entanto, esta informação representa apenas uma pequena parte da internet – entre 1% e 10%.
Também conhecida como invisible web e hidden web, a deep web contém informação e dados aos quais o utilizador comum não consegue aceder através de uma pesquisa nos motores de busca.
Deep web: tudo o que precisa de saber
O que é se pode encontrar na Hidden Web?
Na deep web há de tudo. É um excelente espaço para discutir política, filosofia e outros temas semelhantes – bastante atraente para diversos ativistas, por exemplo – ou para comprar alguns produtos que não existem no nosso país.
Mas também é um excelente lugar para atividades ilegais. Há sites a vender drogas e armas, sites onde se podem encomendar assassinatos, sites com pornografia infantil, etc. Esta é a chamada dark web.
A Deep Web é ilegal?
Não, pelo contrário. Ainda que a designação possa criar uma associação errada, a deep web não é ilegal. É através da deep web que conseguimos aceder a conteúdos que, normalmente, são privados e não se destinam a todos os utilizadores – e por isso não estão acessíveis aos motores de busca.
Quando fazemos login na nossa conta do banco ou de Facebook – através de um utilizador e uma password só a nós destinados – estamos a aceder a conteúdos que fazem parte da deep web e que, por razões de segurança, só devem ser apresentados a um grupo muito restrito de utilizadores.
Ao mesmo tempo, é na deep web que estão guardados grande parte dos conteúdos que ajudam as empresas a construir o website e as aplicações que no final são apresentadas aos utilizadores. Sem este conjunto de dados, seria impossível para o Spotify guardar as bases de dados necessárias para que os seus utilizadores encontrem o tão procurado álbum do seu artista favorito.
Como aceder?
Ainda que faça parte da nossa experiência diária enquanto utilizadores, para aceder diretamente a conteúdos que fazem parte da deep web, é necessário proceder a pequenas alterações de software ou recorrer a endereços de IP específicos, Proxy e VPN.
De facto, aceder à deep web exige mais cuidados do que possa pensar. Quem acede a esta parte da internet preza, regra geral, por manter o anonimato. Só assim pode navegar e descobrir tudo o que quiser.
Deixamos-lhe algumas dicas de segurança. Em primeiro lugar, procure descarregar o Tails, um sistema operativo que pode levar para qualquer lugar e que pode utilizar para aceder à internet de forma anónima. Se já tem o Tails, nada como descarregar também o Tor, um browser que impede, por exemplo, que os sites que visita recolham a sua localização física. O último passo? Arranjar uma VPN. Estes três passos permitem aumentar bastante a segurança e o anonimato de quem acede à internet (e não só à deep web).
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