Poupar continua na ordem do dia e, não raras vezes, nem nos apercebemos que lá em casa tudo podia ser diferente se houvesse menos desperdício.
Na realidade, muito do que compramos não precisava de ser comprado – já para nem falar do muito que compramos e não chegamos a consumir.
Porque um bom projeto de poupança começa com uma boa estratégia de utilização de recursos, recolhemos algumas dicas para reduzir o desperdício em casa e começar a poupar (a carteira e o ambiente) sem grande esforço.
Descubra as nossas 7 dicas.
Dicas para reduzir o desperdício em casa
Planificar bem as compras antes de as fazer
Passear no supermercado está longe de ser um bom passatempo para quem não gosta de desperdiçar recursos. As prateleiras não estão organizadas ao acaso e também não é coincidência que tudo nos pareça tão delicioso e atraente: é tudo feito para nos fazer comprar – até aquilo de que não precisamos.
Assim, o primeiro passo para reduzir o desperdício em casa é partir para as compras já com um plano do que vão ser as refeições ao longo da semana. Se comprar apenas os ingredientes de que precisa – e nas quantidades necessárias -, nota logo que o desperdício é menor.
Falando em comprar apenas as quantidades necessárias, vale a pena lembrar que há muitos produtos vendidos a granel. O que se compra a granel quase sempre sai mais barato do que quando é comprado já embalado, e ainda tem a vantagem de poder comprar exatamente a quantidade que lhe faz falta: desperdício zero!
Fazer as pazes com o congelador
O congelador não serve só para guardar gelados e cubos de gelo para as bebidas. Congele tudo aquilo que sobrar das refeições ou até produtos que estão quase a passar do prazo e que não vai conseguir usar a tempo.
A congelação prolonga a vida de muitos alimentos, não altera as suas propriedades e ainda lhe permite comer muitas coisas fora de época (como frutos vermelhos, por exemplo). Em alguns casos, além de reduzir o desperdício em casa, também poupa tempo: experimente congelar os legumes já cortados para a sopa ou fazer cubinhos de azeite e ervas aromáticas.
Uma dica preciosa é a de congelar os alimentos já separados nas quantidades em que os consome, para não ter de descongelar tudo de uma vez e, lá está, cair no desperdício.
Plantar as próprias ervas aromáticas
Há aqui duas coisas a ter em conta: a primeira é que um raminho de ervas aromáticas no supermercado custa os olhos da cara quando, convenhamos, algumas delas nascem praticamente ao acaso nas hortas de muitas pessoas (como é o caso da salsa); a outra é que as ervas frescas têm um tempo de vida tão curto que, se não as for usando para praticamente tudo o que cozinhar, vai acabar por deitá-las fora ao fim de poucos dias, já murchas e de ar triste.
Uma excelente solução para este problema é a plantação caseira. Grande parte das ervas, como a salsa, o manjericão ou o tomilho, são perfeitamente cultiváveis em vasos dentro de casa e nem sequer dão grande trabalho. Basta um vaso pequenino, um bocadinho de terra e umas sementes, e terá sempre ervas frescas, biológicas, baratas e com um tempo de vida muito mais longo – pelo menos enquanto não as cortar do pé!
Aproveitar as cascas
Se leva a missão de reduzir o desperdício em casa mesmo a sério, comece a pensar em aproveitar as cascas. Dependendo do fruto ou legume a que pertencem, podem ser usadas para inúmeras coisas!
As cascas da fruta, por exemplo, dão boas compotas e aromatizam bolos e chás. As cascas da batata podem ser fritas. As cascas da cenoura dão uma graça às saladas. As cascas de maçã podem ser reduzidas a puré.
Usar panos e vidros
Nem só de comida deitada fora se faz o desperdício de uma família. Os sacos de plástico, por exemplo, são um desperdício de recursos – naturais, porque são prejudiciais para o ambiente, e nada económicos.
Se vai reduzir o desperdício em casa, comece a usar sacos de pano para as compras e deixe de vez os sacos plásticos – e isso inclui os sacos transparentes da fruta (já alguma vez parou para contar quantos sacos plásticos trouxe para casa só para transportar a fruta?).
Aproveitando o ritmo, deixe também de fora os sacos de congelação. Os alimentos podem (e devem) ser congelados em recipientes de vidro, que são reutilizáveis e muito fáceis de lavar. Como bónus, são ainda mais fáceis de arrumar, porque não mudam de forma depois de congelados. É como fazer tetris com a gaveta do congelador.
Desligar o standby
O standby dos eletrodomésticos e aparelhos eletrónicos é, literalmente, o pior inimigo da eficiência energética, por isso, é impossível falar em reduzir o desperdício em casa sem falar no modo de suspensão de tudo o que está ligado às tomadas.
Basta olhar à sua volta: o carregador do telemóvel que ficou ligado à corrente? Está a consumir energia. O televisor, que está só com a luzinha vermelha? Está a consumir energia. O forno, que só está a mostrar as horas? Está a consumir energia.
Se quer mesmo poupar o bolso aos gastos desnecessários de eletricidade, habitue-se a tirar as fichas das tomadas – ou, quando isso não é possível (como acontece com o forno), invista em tomadas inteligentes que se ligam apenas em horários pré-definidos. É garantido que, ao fim de um ano, o total gasto em luz vai ser bem diferente daquilo a que estava habituado.
Vender o que já não usa
Já diz a sabedoria popular que o lixo de uns é o luxo de outros. Ter em casa roupas, acessórios, móveis e objetos que não usa é, além de desnecessário, um desperdício: para quê guardar o que não lhe serve?
Inclua na sua estratégia para reduzir o desperdício em casa um plano de venda ou doação de tudo o que já não está a fazer falta. Podem ser roupas, móveis, eletrodomésticos, acessórios, objetos de decoração, brinquedos, gadgets… Para escolher, considere tudo o que não usou nos últimos três meses: se não o fez, é porque não lhe faz falta.
Com alguma sorte, além de reduzir o desperdício em casa ainda ganha uns euros extra, que pode investir na própria estratégia de redução do desperdício (por exemplo, comprando recipientes de vidro para congelação ou os vasos para plantar as ervas). Nada se perde!
Artigo originalmente publicado em 2020. Última atualização em março de 2024.