Vai na 4ª geração e continuar a ser um dos modelos charneira da marca. Em 2021, o Renault Megane, que conta com 26 anos de bons serviços, continua a projetar-se com design moderno e versão híbrida plug-in, acompanhando a tendência da moda: a eletrificação do automóvel.
Este modelo francês foi apresentado no Salão Automóvel de Frankfurt, em 1995, e tinha a responsabilidade de dar continuidade ao sucesso do então Renault 19. Este foi um automóvel também de cariz familiar que teve grande aceitação por parte de clientes da marca e do público em geral.
O Renault Megane da primeira geração, projeto X64, segue a filosofia de design implementado meses antes no Laguna. Este facto contribuiu para o sucesso do familiar compacto que apresentava uma relação conforto/comportamento equilibrada a que juntava um leque de motorizações que satisfazia os condutores mais exigentes.
Renault Megane: 6 carroçarias e 4 motores
O sucesso do Megane passou também pelo modo como a Renault posicionou o novo modelo no mercado. Desde logo quis abranger o maior leque possível de potenciais clientes. E, para isso, nada como diversificar carroçarias. Isto é, posicionar-se no maior número de segmentos. E se assim pensou, melhor o fez.
A gama Renault Megane comungava de uma estrutura com grande “know-how” e para espanto da concorrência apresentou uma variante de seis carroçarias: 5 portas, sedan de 4 portas; Break (versão carrinha); coupé, cabrio e a grande novidade, o primeiro monovolume compacto europeu que “respondia” pelo nome Megane Scenic.
Monovolume francês: um sucesso
Com este monovolume a Renault inovava mais uma vez e fazia escola. Isto porque o correr dos anos mostrou que este formato, a par de outro que surge mais tarde, o SUV, incrementou uma moda e são carroçarias muito procuradas, com a certeza de que todas as marcas da atualidade procuram ter um modelo neste segmento de mercado. Mesmo as mais luxuosas e elitistas renderam-se à moda monovolume/SUV.
O sucesso do monovolume Megane Scénic foi de tal ordem que a sua comercialização acabou por autonomizar-se, passando, anos mais tarde, a ser designado apenas por Scénic.
Quanto a motores estavam disponíveis, em Portugal, os blocos a gasolina 1.4 Energy, que debitava 75 cv e 1.6 litros, com 90 cv; e os diesel 1.9 atmosférico com 68 cv e um mais potente turbodiesel 1.9 litros com 90 cv.
Quatro motores bem adaptados à realidade nacional que ficaram conhecidos pela fiabilidade e economia, itens que agradam sempre aos clientes.
Versão mais apimentada do Megane tinha 150 cv
Como o leque de carroçarias incluía uma versão coupé, a marca teve de apostar numa motorização mais apimentada. Até porque, o Megane Coupé, apresentava linhas elegantes mas com perfil vincadamente desportivo.
Para animar dinamicamente, o coupé foi escolhido o motor a gasolina 2.0 litros 16V que debitava interessantes 150 cv.
Os anos passavam e, antes do virar do século, em 1999, a marca aposta na implementação de novo conjunto de motores, nomeadamente, a gasolina com a introdução do bloco 1.4 litros 16 V, com 98 cv e, mais uma vez inova, ao disponibilizar o primeiro motor com injeção direta a gasolina.
Paralelamente, nos diesel, reforça a oferta com um novo turbodiesel, também de injeção direta – 1.9 TDi com 100 cv.
No ano 2000 este motor é substituído por outro, com a mesma cilindrada mas, capaz de debitar 105 cv e que apresenta uma nova denominação dCi, que se mantém até à atualidade.
Segunda e terceira gerações: a evolução tecnológica
As segunda e terceira gerações do Renault Megane, datam de 2002 (apresentação no Salão Automóvel de Paris) e 2008 (Salão Automóvel de Paris, e apresentação em Portugal no âmbito do Renault Roadshow F1, que decorreu em Lisboa).
Nestas duas gerações é evidente a evolução do design, da dinâmica e da tecnologia que, cada vez mais está presente nos automóveis.
Na segunda geração mantém-se o mesmo número de carroçarias, com a diferença de que o modelo de três portas substitui o então Coupé e o novo CC (coupé-cabriolet), que tinha assinatura da Karmann, e tinha capota metálica retráctil.
Esta é uma inovação na marca que aliava ao cabriolet o conforto do isolamento térmico e acústico das tradicionais berlinas. A vantagem era que no verão o carro podia ser conduzido a céu aberto e a capota metálica retráctil. Por sua vez, nos dias de inverno tornava o habitáculo mais confortável.
Como novidade tecnológica, o Megane da segunda geração introduzia no segmento a chave (neste caso um cartão) de acesso mãos livres à viatura (abertura e colocação em funcionamento) da viatura.
No capítulo da segurança, ativa e passiva, que cada vez mais se impunha, e que sempre foi um tema caro à Renault, o compacto familiar somava pontos ao obter 5 estrelas nos testes de segurança protagonizados pelo Euro Ncap.
Megane da terceira geração marca a sofisticação dos habitáculos
A evolução do Megane não se fez sentir só no design exterior, com o apurar de linhas, e crescimento da carroçaria cujas quotas influenciavam o habitáculo, no sentido de criar mais espaço para ocupantes e bagagens.
A verdade é que o Megane, desde a primeira geração, pautou-se por ser uma referência entre os demais modelos concorrentes, principalmente, porque a marca francesa colocava também o foco na segurança e evolução tecnológica.
Neste sentido, os modelos da segunda e da terceira geração são bem diferentes no que respeita ao habitáculo e, da terceira para a quarta geração, a atual, essa diferença é do “dia para a noite”, como se costuma dizer.
O Megane de 2008 apresentava habitáculo inovador e sofisticado, com design inspirado no Laguna, também ele uma referência. O painel de instrumentos conjugava instrumentação analógica e digital e trazia novidades como o travão de mão elétrico, o cartão de acesso e arranque “mãos-livres”, com o trancar de portas por afastamento e um sistema de navegação Carminat Bluetooth® DVD.
Para que a personalização do automóvel atingisse um nível premium a Renault disponibilizava um sistema áudio 3D Sound by Arkamys®.
O Megane da terceira geração continuava a ser comercializado com a já conhecida variedade de carroçarias.
Primeiro Megane Renault Sport surge em 2004
Se a carreira comercial do normal Megane, e restantes elementos da gama, seguia de vento em popa, a chegada do modelo mais radical e desportivo Megane R.S. (Renault Sport) abriu caminho a novas conquistas de público, nomeadamente entre os jovens.
A aposta da Renault foi certeira. A entrada do R.S. no mercado comercial revolucionou o segmento dos coupés desportivos.
A par da estética diferenciadora, o motor 2.0 Turbo de 225 cv do R.S. fazia toda a diferença pela pujança e pronta resposta. Mais tarde, a marca melhorou o que já era bom e coloca no mercado uma versão Trophy e, em 2007, volta a surpreender com a versão Megane F1 Team R26, em homenagem aos títulos de Campeã do Mundo da Renault na Fórmula 1.
A cereja no topo do bolo chegava depois com a série limitada (430 exemplares) do R26 R (2008), 123 kg mais leve, com apenas 2 lugares. No lugar do banco traseiro encontrava-se um “rol bar”. Este modelo cumpriu uma volta ao mítico circuito de Nürburgring Nordschleife (também conhecido como “inferno verde”), em 8:17s.
Mais uma marca a juntar ao sucesso do modelo.
Megane R.S. e Trophy: a excelência dos desportivos franceses
Com a terceira geração do Megane a Renault aposta mais fichas no modelo desportivo. As lições aprendidas com a anterior geração R.S. deram aso a que em 2009 nova variante de três portas do R.S. visse a luz do dia e fizesse a alegria de mais uns milhares de fãs.
O novo modelo chegava com o mesmo motor 2.0 litros turbo da geração anterior, mas a debitar 250 cv. A velocidade máxima subia para os 225 km/h e o “sprint” 0-100 km/h era cumprido em 6s. Uma bomba.
Como se estes valores não fossem expressivos que bastasse, a Renault volta a “mexer” uns cordelinhos e arrojou, em 2011, elevar a potência deste motor para incríveis 275 cv. E, para justificar esse aumento de potência, disponibiliza nova versão R.S. Trophy.
A “loucura” não ficou por aqui. A Renault Sport volta a mexer no modelo e produz o R.S. Trophy-R com 275 cv, mas voltado para uma utilização essencialmente desportiva.
O resultado foi bombástico. O Renault Megane R.S. Trophy-R foi ao circuito de Nürburgring Nordschleife e estabelece novo recorde, na sua categoria, cumprindo uma volta em 7m54s.
Renault Megane: 4ª geração data de 2015
E do sucesso dos modelos desportivos regressamos, de novo, ao normal Megane, que em 2015 evolui para a quarta geração.
Este é, porventura, o Megane mais sofisticado e tecnológico que acompanha as exigência do mercado: moderno, com design apelativo, económico, eficiente e amigo do ambiente.
O reforço tecnológico é uma exigência a que se juntam os diversos e cada vez mais importantes sistemas de ajuda à condução.
Mas, não são só estes parâmetros que fazem do Megane um automóvel de excelência. É também a ergonomia do habitáculo, que atualmente é dominado por elementos digitais e onde se destaca o tablet de 8,7 polegadas colocado em posição vertical no topo da consola central.
Assim, é a partir deste interface que o condutor controla grande parte das funcionalidades do automóvel, desde o sistema de som, ao computador de bordo, passando pelas funções de ar condicionado; interação com smartphone ou escolha dos diferentes ambientes luminosos.
O futuro passa pelas soluções híbridas
O Megane de 2021 é uma montra tecnológica. A esta realidade a marca francesa, que há poucos meses mudou o seu logótipo que deixou o formato 3D e passou para uma imagem mais direta em 2D (visto pela primeira vez no Renault 5 Prototype), acrescenta todo o ‘savoir faire’ que construiu ao longo de 122 anos de atividade.
Neste sentido, adaptou-se e abraçou a mudança de paradigma passando a disponibilizar motorizações E-TECH, híbrida Plug-in, que integram motor 1.6 de combustão com dois motores elétricos.
O resultado é uma potência total de 160 cv e a possibilidade do Megane percorrer até 65 km em modo puramente elétrico. Este valor é anunciado para a cidade, enquanto em circuito extra-urbano a marca anuncia distância até 50 km/h. Valores de acordo com o ciclo WLTP.
Ainda o Megane R.S. e o Trophy
O passar do templo engrandece as mecânicas. É o caso do atual Megane R.S., expressão máxima do modelo no que ao desporto diz respeito. A atual geração trouxe um desportivo com 280 cv, com chassis trabalhado em pista e que recebe todo o ADN da marca.
A este soma-se o Trophy. Sim o Megane R.S. Trophy que tantas alegrias deu à Renault continua a somar pontos e apresenta-se agora numa renovada versão que debita estonteantes 300 cv.
O carro distingue-se dos demais modelos pela pintura específica, por ter acertos de suspensão pensados para as exigências das corridas e por tantos outros detalhes que sublinham a sua vocação desportiva.
No patamar acima está o radical R.S. Trophy-R, de apenas 2 lugares, predestinado a fazer sucesso nas pistas e nas competições desportivas de estrada.
Atualmente o Renault Megane está disponível na configuração de 5 portas, Grand Coupé (4 portas) e Sport Tourer (carrinha).
Os preços do novo Megane começam nos 26.150 euros da versão berlina; a Sport Tourer arranca nos 27.300 euros, enquanto a versão mais exclusiva Grande Tourer é proposta a partir dos 27.000 euros.