Share the post "Renault Twingo Electric: o elétrico mais barato já chegou a Portugal"
Conduzimos o novo Renault Twingo Electric, que passa a ser a ostentar o título do carro elétrico mais barato em Portugal.
Os elétricos não atraem mais clientes, entre outros motivos, porque são mais caros. Mas o Renault Twingo Electric oferece uma autonomia interessante com um “preço-canhão”. Já tivemos oportunidade de andar no elétrico mais barato à venda em Portugal.
O mais pequeno dos elétricos da Renault chega ao mercado português com os níveis de equipamento Zen e Intens. Este é o primeiro, pelo valor de 22.200 euros e pouco mais de 18.000 euros para clientes empresariais, que beneficiam da dedução integral do valor do IVA.
Com mais equipamento, a versão Intens custa mais 1.000 euros. Sublinhe-se que a aquisição da bateria está incluída nos preços, ao contrário do que acontecia até recentemente com o Renault Zoe.
Tudo sobre o Renault Twingo Electric
A autonomia é de 190 km (ciclo WLTP) e pode estender-se a 225 km no modo ECO ou a 270 km (autonomia urbana). Isto torna-o mais versátil, ultrapassando concorrentes maiores e mais caros.
Se consideramos que a distância média que as pessoas fazem por dia em cidade é de 40 km e que numa utilização inteligente do sistema elétrico conseguimos fazer 200 km, o intervalo entre carregamento estende-se a cinco dias.
A bateria tem uma capacidade de 22 kWh. Para recarregar a bateria, o Twingo pode receber energia de uma fonte de corrente alternada (não suporta corrente contínua e postos rápidos), adaptando-se, automaticamente, até um máximo de 22 kW.
Estes são os tempos de carga anunciados: 15 horas a 2,3 kW; 4 horas a 7,4 kW; 3h15 m a 11 kW e 1h30 m a 22 kW. Neste último, é possível recuperar 80 km em 30 minutos.
Para calcularmos o tempo, basta dividirmos os 22 kWh de capacidade da bateria pela potência da tomada usada para a carregar. A potência da tomada calcula-se multiplicando a tensão da rede pela intensidade de corrente da tomada.
Quanto maior a potência, mais depressa a bateria é recargada. Isto verifica-se ainda que a redução do tempo não seja proporcional.
Será que o Twingo Electric se despacha?
O motor de 82cv é capaz de levar o Twingo de 0 a 50 km/h em 4,2 segundos. No entanto, o motor elétrico fornece ainda 160 Nm de força, o que coloca esta unidade ao mesmo nível de um motor a gasolina atmosférico com dois litros de cilindrada.
De resto, é capaz de cumprir o exercício dos 0 aos 100 km/h em 12,9 segundos e tem uma velocidade máxima de 135 km/h.
Conduzimos o Twingo Electric num trajeto que combinava o trânsito urbano do centro de Lisboa, mas que incluía também quilómetros em autoestrada e estradas nacionais na zona de Arruda dos Vinhos e Bucelas.
Ao todo, foram cerca de 84 quilómetros, onde alcançamos um consumo médio na ordem dos 11,6 kWh/100 km. Para se ter uma ideia, o Zoe faz em média 16 kWh/100 km.
O contacto dinâmico, sem grandes cuidados com a autonomia, terminou com mais de metade da bateria disponível e 116 km de autonomia restante, o que permitiria realizar o mesmo percurso e ainda sobrar autonomia para mais umas “voltas”.
Para além disso, ao longo do trajeto ficou evidente a forma desembaraçada com que o Twingo Electric é capaz de enfrentar o “caos” urbano, onde se sente como peixe na água. Mais ainda, surpreendeu em autoestrada, que não é propriamente o terreno ideal para um elétrico, especialmente um citadino.
O motor de 82cv assegura-lhe um dinamismo aceitável, perfeitamente ao nível das motorizações a gasolina, com a vantagem de ter uma aceleração muito melhor.
Estão disponíveis dois modos de condução, o Normal e o Eco. Este último limita a aceleração (ligeiramente mais lenta) e a velocidade máxima a 100 km/h, aumentando a autonomia para 225 km.
E a concorrência?
O preço posiciona o novo elemento da família ZE (Zero Emission) da Renault como o elétrico mais barato disponível em Portugal. Para além disso, coloca-o também entre os melhores em termos de autonomia, batendo o Smart Fortwo e ForFour, que apresentam 130 km de autonomia.
Acima só modelos com um preço (significativamente) superior e sempre acima dos 30 mil euros. É o caso, por exemplo, do Opel e-Corsa, a partir de 30.000 euros (330 km de autonomia), Renault Zoe, a partir de 32.200 euros (295 km de autonomia), Peugeot e-208, a partir de 34.200 euros e 340 km de autonomia ou o Honda e, que tem 222 km de autonomia, mas um preço superior a 36 mil euros.