Arrendar uma casa em Portugal tornou-se mais caro em 2024, com um aumento de 4,7% face ao ano anterior. Este crescimento reflete a tendência de valorização do mercado imobiliário nacional, especialmente em áreas urbanas e turísticas. De acordo com o índice de preços do idealista, o custo médio por metro quadrado (m²) atingiu 16,2 euros no final de dezembro. Mas como esta subida afeta diferentes regiões e cidades? Vamos analisar em detalhe.
A evolução das rendas: variações trimestrais e anuais
Embora as rendas tenham subido 4,7% no espaço de um ano, os últimos três meses de 2024 registaram uma estabilização, com uma ligeira variação de -0,3%. Isto pode indicar uma tendência de abrandamento do crescimento dos preços no futuro próximo, especialmente em algumas zonas específicas.
Cidades com maior aumento e cidades mais acessíveis
Os preços subiram em quase todas as capitais de distrito, com Faro (13,9%), Santarém (13,6%) e Braga (13,3%) a liderarem as maiores subidas. No entanto, as cidades de Aveiro (-1,6%) e Leiria (-1,4%) registaram descidas, tornando-se opções mais económicas para quem procura arrendar casa.
- Cidades mais caras para arrendar:
- Lisboa: 21,8 €/m²
- Porto: 17,7 €/m²
- Funchal: 15,3 €/m²
- Cidades mais baratas:
- Castelo Branco: 7 €/m²
- Viseu: 7,3 €/m²
- Leiria: 8 €/m²
Distritos e ilhas: onde arrendar ficou mais caro (ou barato)
A análise por distritos revela um panorama diversificado:
- Aumentos mais significativos:
- Vila Real (+21,4%)
- Beja (+12,5%)
- Ilha da Madeira (+12,2%)
- Quedas nos preços:
- Castelo Branco (-2,8%)
- Viseu (-0,7%)
Nos distritos mais caros, Lisboa mantém-se no topo (20 €/m²), seguida do Porto (15,7 €/m²) e da ilha da Madeira (15,2 €/m²). Já as rendas mais acessíveis encontram-se em Portalegre (6,9 €/m²) e Castelo Branco (7,3 €/m²).
Análise regional: quem lidera os preços?
A Região Autónoma da Madeira destacou-se como a região com maior subida (11,1%), seguida pelo Alentejo (8,6%) e Algarve (7,7%). Lisboa continua a ser a região mais cara (19,3 €/m²), enquanto os Açores (9,2 €/m²) e o Centro (9,4 €/m²) são as mais acessíveis.
Ranking das regiões por custo médio:
- Área Metropolitana de Lisboa: 19,3 €/m²
- Região Autónoma da Madeira: 15,1 €/m²
- Norte e Algarve: 14,3 €/m²
- Região Autónoma dos Açores: 9,2 €/m²
O que esperar do arrendamento em 2025?
Com a estabilização das rendas no final de 2024, é possível que o crescimento acelerado dos últimos anos abrande. Contudo, a elevada procura em áreas urbanas e turísticas, como Lisboa, Porto e Algarve, continua a ser um fator determinante na manutenção de preços elevados. Estas zonas concentram muitas oportunidades de emprego, acesso a serviços e uma vasta oferta cultural, o que as torna atrativas tanto para residentes nacionais como para estrangeiros.
Por outro lado, o mercado de arrendamento em regiões menos procuradas, como Castelo Branco ou Leiria, apresenta uma relação custo-benefício mais apelativa. Estas áreas destacam-se pelo custo de vida mais acessível, menor densidade populacional e um ritmo de vida mais tranquilo, sem abdicar de bons acessos e qualidade nos serviços essenciais. Para quem trabalha remotamente ou privilegia qualidade de vida em detrimento da proximidade aos grandes centros, estas podem ser escolhas acertadas.
Antes de tomar uma decisão, considere fatores como a duração do contrato, os custos associados (despesas de condomínio, água, luz, etc.) e a proximidade de infraestruturas importantes, como escolas, transportes públicos e serviços de saúde. Além disso, negociar as condições com o senhorio e avaliar várias opções na mesma região pode fazer a diferença na escolha do imóvel ideal para as suas necessidades.
Seja para viver no coração de Lisboa ou numa cidade mais pequena, o mercado de arrendamento oferece opções para diferentes estilos de vida. Planear com antecedência e analisar o contexto do mercado imobiliário são passos essenciais para garantir uma escolha informada e sustentável.