A resiliência emocional tem acompanhado a evolução sociológica do homem ao longo dos tempos. Trata-se de uma competência adaptativa, que se ganha e desenvolve à medida que se enfrenta desafios novos. E no que toca ao trabalho, em que medida é que a resiliência emocional é importante?
A vida profissional é plena de desafios e oportunidades. Resistir a todas as adversidades e contrariedades que aparecem pelo caminho, bem como tomar decisões complexas face a oportunidades vantajosas, requer crescente maturidade e o desenvolvimento de uma competência-chave: a resiliência emocional.
Que competência é esta que tanto contribui para a felicidade e o bem-estar a longo prazo, mas que se trabalha, precisamente, através da vivência de situações menos agradáveis e desafiantes, como a crise que o mundo enfrenta agora devido à pandemia?
O que é resiliência emocional no trabalho
Resiliência emocional é a capacidade que o trabalhador tem de se adaptar a mudanças e adversidades, mantendo um bom desempenho.
Os trabalhadores que têm um bom índice de resiliência emocional são aqueles que, quando submetidos a situações de stress a nível de trabalho, não se deixam ir abaixo, recuperam rapidamente sem se dobrarem, sem cederem, ou desistirem.
Como tal, a resiliência emocional deve surgir a par com uma vida laboral saudável, pelo que cultivar bons hábitos no trabalho é fundamental para que nos tornemos mais resilientes emocionalmente.
Resiliência emocional no trabalho em contexto de pandemia
A resiliência profissional no trabalho assume uma importância enorme nos dias que correm.
Se manter a resiliência emocional no trabalho de uma forma sustentada a longo prazo pode ser um desafio num contexto profissional normal, em tempos de crise, como a pandemia que estamos a vivenciar, tudo se agudiza. Em tempos de crise profunda, tudo muda, tudo fica relativizado.
O confinamento mudou radicalmente o modo de trabalho de muitas empresas e de inúmeros trabalhadores. Então, como alcançar a resiliência emocional no trabalho durante a pandemia? Ou como não a perder?
Cultivar a resiliência emocional no trabalho em tempos de crise
A resiliência não é um talento inato, é uma competência que se adquire. Como qualquer competência, a resiliência pode ser alvo de aprendizagem com a prática.
Isto pode não ser muito agradável de se ouvir, mas a resiliência ganha-se muitas vezes depois de encontrar obstáculos e “aprender fazendo”, ou seja, aprendendo com os próprios erros.
Em tempos de crise, a melhor maneira de se lidar com isso, pelo menos de uma forma inteligente, é conseguir vislumbrar todos os caminhos possíveis.
O que o confinamento e a pandemia em geral trouxeram de novo em termos de limitação à vida dos trabalhadores e da população em geral foi afastar as pessoas fisicamente. A interação pessoal foi praticamente eliminada das nossas vidas.
Certamente que a vida de muitas empresas, sobretudo as que dependem de uma grande interação entre muita gente, ficou seriamente afetada.
Mas houveram, com certeza, muitas delas que souberam contornar o obstáculo. Afinal de contas, porque não usar os recursos que a internet e as novas tecnologias nos oferecem para colocar as pessoas em contacto? Ser resiliente também é isso. É olhar para os obstáculos e identificar imediatamente formas de os contornar.
A incerteza que a pandemia causa nas pessoas é talvez o maior inimigo da resiliência emocional no trabalho, porque causa medo e, perante o medo, o primeiro instinto é ficarmos mais retraídos.
A sensação que o confinamento causa de que o mundo deve parar tem um sentido só: o de evitar contágios entre pessoas. Tirando todos esses constrangimentos, há todo um mundo de coisas que é possível continuar a fazer, a produzir. Pensar assim é ter resiliência emocional.
Fortalecer a resiliência emocional em pandemia
Não ceder à tentação de ficar parado
Como mencionamos anteriormente, o confinamento produz a sensação de que tudo na nossa vida deve parar, mas isso não é necessariamente verdade. Não use a desculpa da pandemia para deixar de ter projetos e concretizá-los.
Não querer fazer tudo de uma vez só
É natural que o confinamento possa despertar uma grande vontade de aproveitar o tempo livre para trabalhar muito. Para além disso, esta vontade causa uma sensação de escape em relação ao que se passa no mundo.
Contudo, não trabalhe mais por se sentir pressionado para tal. Trabalhe na dose certa, pelo menos de modo a que a sua vida familiar e pessoal não sofra com isso.
Promover o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal
Combine momentos de trabalho com momentos em que simplesmente não faz nada. Para quem passa o tempo em casa, é importante proporcionar momentos de atividade díspares ao cérebro, a bem da sua saúde mental.
Viver o presente
Está provado que passar muito tempo a pensar no passado ou no futuro causa ansiedade. Aproveite para experienciar os bons momentos que a sua vida lhe proporciona, foque-se nisso e não nas notícias negativas que abundam nos media.