O reskilling na universidade vai marcando um posição cada vez relevante. Desde 2006 que o Governo estabeleceu o regime que permite um a maiores de 23 anos ingressarem no ensino superior, através da realização de provas específicas para o efeito. Isto já vem permitir a requalificação profissional (e pessoal) para muitos.
Contudo, nem todas as instituições contam com esta possibilidade, mas oferecem outros caminhos, como as licenciaturas em regime pós-laboral e os mestrados. No mercado da era digital, altamente competitivo e onde a inovação é constante, é fundamental estar atento e marcar a diferença.
O poder de atualizar competências e de se reinventar (requalificar) pode constituir um verdadeiro ato de coragem, mas pode ser o seu grande trunfo para garantir um emprego e ter sucesso profissional. Perceba o que é, qual a importância e qual a realidade do reskilling na universidade em Portugal.
Tudo sobre o reskilling na universidade
O que é?
A tradução aproximada de reskilling é “requalificação“. Significa, essencialmente, aprender novas habilidades, adquirir novas competências, a fim de poder realizar um trabalho diferente. Nasce da vontade ou necessidade de mudar a nível profissional.
Desta forma torna-se mais competitivo e apto a realizar um trabalho distinto.
Porquê?
Podem ser diversas as razões que justificam uma aposta no reskilling na universidade. Para além de o mercado impor, cada vez mais, uma aposta a este nível, quem decide seguir o caminho da requalificação académica e profissional, fá-lo, habitualmente, porque:
- Não consegue emprego na área de formação inicial;
- Gosta de outras áreas e quer mudar de profissão;
- Quer apostar nas suas competências e alargar as possibilidades de trabalho;
- Quer tornar-se mais competitivo e evoluir na carreira.
As mais-valias do reskilling académico
Vantagens
São muitas as vantagens da atualização de competências ou requalificação profissional.
Destacam-se algumas:
- Mudar de área de trabalho;
- Garantir a empregabilidade e a competitividade no mercado;
- Manter-se atualizado e capaz de responder a novas exigências, nomeadamente de inovação tecnológica;
- Evoluir profissional e economicamente;
- Mudar de emprego ou de função;
- Auferir um bom (ou melhor) salário;
- Maior dinamismo, flexibilidade e capacidade de adaptação.
Competências do profissional do futuro
O mercado de trabalho está em franca expansão e mudança. Apesar dos constrangimentos gerados pela pandemia da COVID-19, os desafios com que se deparam os profissionais são cada vez mais exigentes. Um deles tornou-se evidente agora, com a necessária capacidade de domínio das novas tecnologias fundamentais num regime de teletrabalho.
O profissional do futuro precisa ter inúmeras habilidades para se manter ativo no mercado. Por isso, é fundamental que ele se desenvolva cada vez mais para fazer com que essas habilidades se tornem caraterísticas naturais da sua personalidade.
Entre essas habilidades ou competências (técnicas e comportamentais) estão a capacidade de resolução de problemas complexos, o pensamento crítico, a criatividade, a coordenação, a capacidade de gerir pessoas, a orientação para servir, a capacidade de negociação e a sabedoria para julgamento e tomada de decisões.
Além disso, é fundamental que o profissional desenvolva a capacidade de se manter constantemente atualizado no que respeita à inovação e tecnologia, assim como no que toca à inteligência emocional e interpessoal e a flexibilidade cognitiva.
O reskilling na universidade permite adquirir conhecimentos, práticas e atitudes, como a gestão de trabalho e a competitividade, abrindo sempre novas oportunidades umas após as outras. Este método (re)aprendido em matérias que se apresentam como novas metas a cumprir, acaba por se refletir a nível profissional e pessoal, conferindo uma flexibilidade essencial no futuro, e já hoje.
O RESKILLING NAS UNIVERSIDADES PORTUGUESAS
Oferta das universidades nacionais
O reskilling académico é ainda algo residual no nosso país, sobretudo no que diz respeito à licenciatura, o primeiro grau de formação superior.
As licenciaturas são maioritariamente de regime laboral. Considerando que são, principalmente, profissionais, já com formação e/ou trabalho que procuram uma requalificação de competências, torna-se difícil de gerir.
Porém, ainda que reduzido, o número de candidatos maiores de 23 que ingressam na universidade têm essa oportunidade e entre esses, alguns (poucos) ingressam numa nova licenciatura, numa área distinta. São ainda poucos, mas existem.
Outros, por sua vez, ainda sem formação superior, ingressam no ensino universitário em busca de mais qualificação, de modo a aumentarem as suas competências e evoluírem na carreira.
Há algumas instituições com oferta de cursos em regime pós laboral
A Universidade de Lisboa é uma delas. São sete as licenciaturas com regime pós-laboral, entre as quais se conta Direito, Administração Publica e Políticas do Território, Gestão de Recursos Humanos e Sociologia, entre outras. Também a Universidade de Aveiro oferece algumas possibilidades de formação superior à noite, nas áreas de Marketing, Contabilidade e Finanças.
No entanto, é nos mestrados (segundo ciclo de estudos superiores) que, para já, que se registam níveis mais consideráveis de reskilling na universidade. Este é o caminho mais escolhido para a requalificação superior, para os que querem ou precisam de apostar em novas competências e procurem mudar drasticamente a sua área de formação.
Uma maior facilidade de conciliar com um trabalho ou uma menor duração ajudam a justificar esta tendência.
Há ainda uma outra oferta de reskilling na universidade. A Faculdade de Economia da Universidade do Porto tem apostado nesta área, também na formação dos professores. Todos os professores têm a possibilidade de frequentar um conjunto alargado de formações de âmbito pedagógico nas quais se inclui: como falar em público, como motivar os estudantes, adaptar as aulas para utilizar metodologias de ensino-aprendizagem mais focada no estudantes.
Apesar de poder ainda não ser algo muito significativo, o reskilling na universidade mostrar ser uma tendência inevitável de futuro. O mercado e o mundo em gral, exigem que assim seja.