A Ripple é uma criptomoeda que, no final de 2017, teve um crescimento inesperado, tendo em consideração os valores que tinha atingido ao longo do ano. É comum que as pessoas se refiram à Ripple como sendo uma criptomoeda mas, na verdade, é uma rede através da qual é possível fazer transferências de dinheiro muito rápidas.
Associados à Ripple estão:
RippleNet: é o sistema que permite criar uma rede de pagamentos internacionais comum ao país de origem do dinheiro e o de destino, independentemente das moedas de um e outro;
XRP: esta, sim, é a criptomoeda desta tecnologia. Naturalmente, é com ela que se fazem as transferências na RippleNet. Ou seja, o dinheiro que sai do país de origem da transferência é convertido em XRP e, no país de destino, converte-se o XRP na respetiva moeda.
Neste momento, é compreensível que se esteja a questionar sobre o que é que este sistema tem de tão especial, uma vez que transferências entre diferentes países sempre existiram. Importa mencionar três características que o farão perceber e, quem sabe, render-se a esta criptomoeda.
Ripple: principais características
1. Rapidez
Através do sistema RippleNet, é possível fazer transferências dos EUA para o Japão em apenas 3,4 segundos. Uma transferência bancária dita tradicional pode demorar entre 2 a 5 dias, pelo que a Ripple acelera drasticamente um processo que por outras vias é bem mais demorado.
2. Custos
Os custos associados a uma transferência via Ripple são substancialmente mais baixos, comparados com outros no mercado financeiro.
3. Tecnologia escalável
Ao permitir até 1500 transações por segundo, a Ripple é considerado uma tecnologia escalável. Ou seja, é um sistema que pode ser repetido várias vezes sem que isso implique um aumento de esforços ou de custos.
Ripple: atrativa para os bancos
O conceito da Ripple surgiu em 2004, mas só em 2012 é que se desenvolveu a plataforma que viria a permitir transações bancárias muito rápidas. E este era precisamente o objetivo da criação deste sistema.
A Ripple veio responder a duas questões importantes para os bancos: resolver o problema das transferências morosas e manter a competitividade face a outras criptomoedas que são completamente independentes do sistema bancário.
Com a rapidez com que as transferências são feitas, a Ripple abriu caminho para os bancos terem maior liquidez, o que não podia ser mais atrativo para as entidades bancárias.
Todavia, durante 5 anos houve algum receio relativamente à utilização da Ripple. No início foram emitidos 100 mil milhões de XRP. De seguida, foram distribuídos por alguns bancos e outras entidades. A questão é que, durante esses primeiros 5 anos, mais de 50% da moeda criada ficou com a própria Ripple, a empresa criadora do projeto.
Apesar de se comprometer a não o fazer, as entidades tinham receio de que a certa altura a Ripple inundasse o mercado com XRP, manipulando o valor da criptomoeda. Então, para contornar o problema, a Ripple resolveu criar uma espécie de garantia chamada Escrow. Funcionam como cofres e são contratos que só são executados se se garantir e verificar uma série de condições.
Outra das formas de assegurar a estabilidade da Ripple é através do burn de tokens. O burn não é mais do que a eliminação de XRP a cada transação feita, fazendo com que haja menos XRP em circulação. Esta eliminação é uma espécie de taxa que cria um efeito deflacionário da moeda, conferindo-lhe mais estabilidade relativamente a outras criptomoedas.
Atualmente, esta moeda virtual está integrada em mais de 100 bancos e entidades financeiras por todo o mundo e grandes nomes da banca fazem parte do Conselho de Administração da Ripple, dando credibilidade à plataforma tecnológica.
Ripple vs bitcoin
A Bitcoin foi criada para permitir a criação de um sistema transacional descentralizado e que fosse acessível para qualquer pessoa. A Ripple é precisamente o oposto, no sentido em que é um projeto centralizado e a tecnologia é privada. Por isso, funciona numa lógica de permissão. Ou seja, só quem tem autorização é que pode fazer a integração da tecnologia.
A Bitcoin surgiu a propósito da crise financeira de 2008, também com o objetivo de retirar poder aos bancos e a outros intermediários do setor financeiro. A Ripple dá mais força ao sistema bancário.
Por estes motivos, a Ripple é mal vista pelos defensores do sistema criado pela Bitcoin. Mas há mais algumas diferenças relevantes entre as duas criptomoedas, nomeadamente:
- A Bitcoin só suporta 7 transações por segundo, enquanto a Ripple, como já foi mencionado, permite 1500 transações no mesmo período de tempo;
- A Bitcoin continua a ser sistematicamente minerada, enquanto todas as unidades de XRP já foram criadas. Isto torna a Ripple um sistema amigo do ambiente, enquanto a Bitcoin consome muita energia, para que se possa criar mais criptomoeda.
Como investir em Ripple?
Em 2017, esta moeda virtual teve um crescimento de 20,8%. Começou o ano com um valor de 0,0064 dólares, acabando a valer 1,34 dólares. Isto significa que, se tivesse investido 10 dólares em XRP, no início do ano, no fim teria o equivalente a 2000 dólares.
Se está convencido e quer começar a ganhar dinheiro com a criptmoeda, não se esqueça de acompanhar a evolução do valor da moeda no momento em que tomar essa decisão. Mas, neste momento, esta parece ser uma boa aposta.
Fique a saber que só há duas formas de aplicar dinheiro na Ripple:
- Comprar Ripple;
- Investir em Ripple, como se comprasse e vendesse ações.
Para comprar, pode usar o site GateHub, que permite comprar e vender Ripple, mas também funciona como carteira virtual para a criptomoeda. Tenha especial atenção às taxas de compra e venda do XRP para não perder dinheiro.
Para investir, pode usar o etoro, cuja grande vantagem é não ter de pagar taxas, apesar de ter de fazer um depósito mínimo de 200€ para abrir conta. E o valor mínimo de cada investimento, em Ripple ou noutra criptomoeda, é de 25€. Neste caso, também pode ganhar com a descida do valor da moeda.
Se está à procura de alguma forma interessante para investir o seu dinheiro, não deixe de considerar estas opções. Mas estude muito sobre o assunto antes de dar esse passo, para saber exatamente como funciona cada tipo de investimento e não sair prejudicado.
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