Em Itália, 99% dos pacientes que morreram com o novo coronavírus tinham pelo menos um problema de saúde pré-existente. Já 50% dos doentes que morreram tinham três patologias pré-existentes. Isso significa que o risco de COVID-19 aumenta em função da existência de outras doenças ou problemas de saúde.
Além das doenças pré-existentes aumentarem o risco de COVID-19, os estudos também têm evidenciado que os pacientes mais velhos que contraem o novo coronavírus desenvolvem sintomas mais graves e severos, do que os restantes. Saiba mais.
9 doenças que aumentaM o risco de COVID-19, segundo o relatório do Instituto Nacional de Saúde italiano
Algumas das doenças pré-existentes a que estes estudos sobre o risco de COVID-19 se referem são problemas cardíacos, hipertensão, diabetes ou doença renal. Por exemplo, 76.1% dos pacientes que morreram com COVID-19 sofriam de hipertensão.
Doença cardíaca
Os especialistas ainda não perceberam completamente o porquê dos indivíduos com problemas de coração correrem mais risco de COVID-19. Alguns médicos avançam que a razão pode estar no facto da pressão exercida pelo novo coronavírus sobre os pulmões sobrecarregar, igualmente, o coração.
A Associação Americana do Coração também adianta que as pessoas com problemas cardíacos têm, habitualmente, sistemas imunitários mais fracos, o que também ajuda a explicar o progresso do vírus.
Por esse motivo, o Centers for Disease Control and Prevention, assim como a Associação Americana do Coração, alertam todos os pacientes com problemas cardíacos para o facto de deverem tomar precauções, como lavar as mãos correta e frequentemente; desinfetar as superfícies; manter-se isolado em casa; e ter as vacinas em dia.
Diabetes
A diabetes foi a segunda doença mais comum (35.5%) em pacientes com COVID-19 que morreram em Itália.
Este problema de saúde pode agravar os sintomas da COVID-19, pois alguns vírus “beneficiam” de uma corrente sanguínea com níveis mais elevados de glicose, além de que os indivíduos diabéticos têm, por norma, sistemas imunitários mais comprometidos.
Cancro
20.3% dos pacientes com COVID-19 que morreram em Itália tinham tido cancro nos últimos 5 anos. O cancro e os tratamentos associados (como a quimioterapia) podem incapacitar o sistema respiratório e tornar a pessoa imunodeprimida.
Doença renal
O estudo italiano adianta que 18% dos indivíduos com COVID-19 que morreram no país tinham historial de doença renal crónica.
A Fundação Nacional do Rim recomenda que os pacientes com doença renal sigam os conselhos de proteção endereçados a toda a população para minimizar o risco de COVID-19: ficar em casa; lavar as mãos; desinfetar as superfícies; e armazenar os fármacos necessários, de modo a que não falhem a medicação. Os doentes que façam diálise não devem faltar aos seus tratamentos.
Doença pulmonar obstrutiva
Esta patologia, à semelhança de outras como enfisema pulmonar ou bronquite, estavam presentes em 13.2% dos pacientes com COVID-19 que morreram em Itália. A explicação está no facto destes doentes terem pulmões mais fracos e com menor capacidade de combater infeções respiratórias.
A infeção pelo novo coronavírus causa inflamação nos pulmões e irritação nos nervos à volta deles. O vírus também pode inflamar os alvéolos, o que pode provocar pneumonia, ficando os pulmões cheios de líquido.
Esta situação impede que os alvéolos disponibilizem oxigénio suficiente à corrente sanguínea e, também, eliminem o dióxido de carbono. Esta circunstância pode causar falhas nos órgãos vitais e ser fatal.
Acidente Vascular Cerebral
9.6% dos doentes italianos com COVID-19 que morreram já tinham sofrido no passado um AVC. A Associação de Acidente Vascular Cerebral afirma que um sobrevivente de AVC não está, só por isso, em maior risco. A questão é que muitas das pessoas que sofreram AVC’s têm outros problemas de saúde, esses sim de risco, como a hipertensão, por exemplo.
Demência
Em Itália, 6.8% dos pacientes com COVID-19 que morreram sofriam de demência. É possível que a demência, em si, não aumente o risco de COVID-19. Porém, algumas caraterísticas associadas às pessoas com esta condição de saúde, como a idade ou o facto de se esquecerem de lavar as mãos, pode justificar esta prevalência.
Por essa razão, a Associação de Alzheimer recomenda que os cuidadores de pessoas com demência tomem medidas extra para garantir que estes pacientes se mantêm protegidos. Ter stock dos medicamentos mais importantes e encontrar estratégias para relembrar o doente que deve lavar as mãos são, apenas, alguns desses passos imprescindíveis.
Transplantes de fígado
3.1% dos pacientes com COVID-19 que morreram em Itália tinha sido sujeitos a um transplante de fígado. Embora ainda não se saiba exatamente porquê, o novo coronavírus pode afetar o fígado, mesmo de indivíduos com órgãos saudáveis.
As pessoas que fizeram transplante de fígado e que estão a tomar medicamentos imunossupressores podem correr maior risco de COVID-19 . Estes indivíduos devem consultar os seus médicos e pedir aconselhamento.
Fibrilhação auricular
Cerca de um quarto dos doentes com COVID-19 que morreram em Itália sofriam de fibrilhação auricular. Esta condição provoca um batimento cardíaco irregular que pode propiciar AVC, ataques cardíacos, entre outras complicações. O risco de COVID-19 é assim bem real.