A rosácea é uma inflamação crónica, que não tem cura, e que afecta tipicamente as maças do rosto, nariz, testa e queixo, embora possa afectar outras partes do corpo. Costuma iniciar-se entre os 30 e os 60 anos e afecta em igual proporção homens e mulheres.
O que provoca a rosácea
A doença que na antiguidade ficou conhecida como “a maldição dos celtas” está geralmente associada a peles mais claras, finas e secas, com menor capacidade de defesa a factores externos. Embora não esteja identificada uma causa, são conhecidos vários factores desencadeadores ou de agravamento da rosácea, nomeadamente:
- Ambientais (sol, calor, frio, vento, diferenças de temperatura, etc.)
- Alimentares (tabaco, álcool, cafeína, comida picante, especiarias, etc);
- Produtos cosméticos e medicamentos;
- Stress, alterações emocionais.
Aqueles que mais frequentemente surgem relacionados com a rosácea são a exposição solar em excesso e o calor intenso. Não só no verão: o calor de fontes como um duche, uma sauna, uma lareira ou outros ambientes quentes, pode provocar crises de inflamação dos tecidos e dilatação dos vasos sanguíneos.
O demodex folliculorum, uma espécie de ácaro microscópico que habita a nossa pele, parece também contribuir para o desenvolvimento da rosácea. No caso das mulheres, pode surgir na sequência da menopausa.
Tipos de rosácea
Uma vez que o impacto físico da rosácea é habitualmente limitado, a repercussão na autoestima e na atividade socioprofissional são muitas vezes o motivo de ida ao médico. No entanto, a rosácea divide-se em quatro subtipos com diferentes graus de gravidade:
- Rosácea Eritemato-telangiectásica
- Rosácea Pápulo-pustulosa
- Rosácea Infiltrativa-nodular
- Rosácea Ocular
Na rosácea eritemato-telangiectásica, também conhecida por couperose, a pele começa por ficar rosada e progressivamente mais avermelhada com pequenos vasos superficiais visíveis na pele. O desconforto pode ainda traduzir-se em picadas, sensação de ardor, comichão, repuxamento e secura.
Em casos de maior inflamação, a rosácea pode apresentar borbulhas e abcessos, com pús, por vezes confundido-a com o acne, que designamos por rosácea pápulo-pustulosa. Já a rosácea infiltrativa-nodular ou fimatosa afecta mais os homens e leva ao surgimento de deformações na pele, em particular no nariz, cuja pele fica espessa, irregular e com nódulos.
Os doentes podem permanecer estáveis ou evoluir de um subtipo de rosácea para outro. Já a rosácea ocular pode estar associada a qualquer dos subtipos ou ocorrer na ausência de alterações na pele. Caracteriza-se por hiperémia conjuntival (olho vermelho), sensação de corpo estranho, secura ocular, intolerância à luz e visão turva.
Como tratar?
O correcto tratamento da rosácea depende do subtipo predominante. Ainda assim, alguns cuidados básicos são transversais às diferentes formas de rosácea, começando pela evicção dos factores responsáveis pela inflamação.
Está aconselhado o uso de protector solar, creme hidratante e produtos de higiene e de maquilhagem suaves, adequados a peles sensíveis. Nos casos mais exuberantes poderá ser necessário recorrer, por exemplo, a corticóides, antibióticos, tópicos ou orais, tratamentos de laser e luz pulsada.
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