Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
14 Nov, 2022 - 18:41

Rotavírus em crianças: 7 dúvidas frequentes

Catarina Milheiro

Saiba o que é o rotavírus, quais os seus sintomas e como ajudar o seu filho em caso de infeção.

Já ouviu falar sobre o rotavírus? Pertence a uma família de um vírus com a forma de roda e é uma das causas mais frequentes de diarreia aguda e vómitos em bebés e crianças pequenas.

Estima-se que, a nível mundial, praticamente todas as crianças até aos 5 anos terão pelo menos um episódio de gastroenterite a rotavírus, já que o mesmo tem uma elevada prevalência no intestino humano e é excretado pelas fezes.

Assim, por causar diarreia e vómitos, é extremamente importante que sejam adotadas medidas para evitar que a criança fique desidratada – aumentando então o consumo de líquidos.

Para além disso, saiba que não é recomendado dar à criança alimentos ou medicamentos que prendam o intestino antes dos primeiros 5 dias de diarreia. Tal acontece porque é necessário que o vírus seja eliminado através das fezes para que não haja um agravamento da própria infeção.

7 dúvidas sobre o rotavírus em crianças

Se tem bebés ou crianças em casa, sabe que a probabilidade de contraírem um vírus nas escolas ou até mesmo em casa é enorme e o rotavírus não fica de fora.

De facto, as crianças estão menos protegidas contra este tipo de vírus devido ao seu sistema imunitário. Por ainda se encontrarem em crescimento, torna-se mais fácil contrair uma série de doenças e vírus através do simples contacto de pele com pele com adultos e outras crianças.

Respondemos às dúvidas mais comuns sobre o rotavírus. Fique connosco.

1.

Como se contrai o rotavírus?

O vírus é libertado para o ambiente através das fazes de um adulto, criança ou bebé portador e consegue sobreviver vários dias fora do hospedeiro humano.

Ou seja, o rotavírus dissemina-se de uma pessoa para a outra, principalmente se as pessoas com diarreia não lavarem as mãos com bastante cuidado depois de defecarem.

Além disto, a infeção também pode ocorrer se a criança, bebé ou adulto portador do vírus, tocar na boca depois de tocar num objeto contaminado por fezes infetadas (como fraldas, brinquedos, chuchas ou muda-fraldas, por exemplo).

As infeções também podem acontecer devido ao consumo de alimentos ou de água contaminada com o vírus. No entanto, a prevalência é menor.

2.

Em que época do ano é maior a transmissibilidade do vírus?

Como sabemos o inverno é a estação do ano em que as crianças mais ficam doentes. E no que diz respeito ao rotavírus é precisamente durante o inverno (de dezembro a abril) em climas temperados que provoca a maioria dos casos de diarreia e vómitos.

3.

E por que motivo +a infeção é tão contagiosa?

A verdade é que são precisas apenas algumas partículas virais para causar a infeção. E as crianças infetadas chegam a eliminar milhões de partículas de rotavírus por grama de fezes.

Por sua vez, este tipo de eliminação inicia antes de aparecem os sintomas e pode mesmo prolongar-se quando já estão livres de qualquer sintoma. Por isto mesmo, torna-se quase impossível evitar o contágio.

Além disso, e conforme referimos anteriormente, o rotavírus mantém-se infecioso durante vários dias em objetos contaminados.

4.

Quais são os sintomas associados?

Os principais sintomas do rotavírus são a febre e vómitos, seguidos de diarreia aquosa que dura normalmente cerca de 5 a 7 dias.

Se os líquidos perdidos não forem repostos, a criança infetada pode ficar desidratada – o que a torna cansada, com a boca constantemente seca e pulsação rápida. Por isso, o mais importante a fazer nestas situações é hidratar.

No caso de não conseguir ingerir muitos alimentos e até mesmo beber muita água ou chá, o ideal é ir molhando os lábios com regularidade para que algum líquido seja absorvido.

5.

O meu filho frequenta um infantário. Corre o risco de contrair o vírus?

A infeção por rotavírus é facilmente transmitida entre crianças, principalmente quando existe contacto próximo entre elas – que é o que acontece nas creches, entre irmãos e nos infantários.

Sendo que se trata de uma infeção com prevalência em bebés e crianças até aos 5 anos, é normal que corram o risco de contraírem o vírus com os colegas de sala.

Contudo, mesmo que não frequentem infantários ou creches, a verdade é que todas as crianças estão em risco de infeção e de ter um caso grave de gastroenterite a rotavírus.

6.

Como é feito o tratamento para a infeção por rotavírus?

Não existe um medicamento específico para o vírus. Assim, o tratamento baseia-se na manutenção da hidratação da criança (através de líquidos ou de soro em casos graves) e medicamentos para controlar os sintomas como a febre e vómitos.

Em caso de suspeita de infeção, contacte o pediatra o mais rápido possível.

7.

Existe alguma vacina para proteger contra o vírus?

Atualmente as vacinas disponíveis contra o rotavírus são soluções para serem administradas por via oral e não por via injetável.

Recomenda-se a administração da vacina o mais cedo possível, sendo que pode ser tomada a partir das 6 semanas de vida. Para além disto, saiba que o esquema de vacinação consiste na administração de várias doses e deve estar completo antes das 24 ou 32 semanas de vida (dependendo da vacina).

Segundo o Programa Nacional de Vacinação, as vacinas orais podem ser dadas por um profissional de saúde em simultâneo com outras vacinas injetáveis. Converse com o médico e coloque todas as suas questões.

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