Amarante está a cerca de 40 minutos do Porto, na entrada para o Douro vinhateiro, sendo aliás um ótimo ponto de partida para umas férias pelo Douro.
É uma cidade cheia de história, onde as tradições populares se unem a uma herança artística que teve o seu expoente máximo no pintor Amadeo Souza Cardoso.
Comece por visitar o centro histórico de Amarante, um espaço relativamente pequeno, mas cheio de vida e de lojas de comércio tradicional.
Percorra as calçadas da cidade e demore-se nas esplanadas, onde pode saborear a doçaria regional desde as Brisas do Tâmega, até aos Papos de Anjo, não esquecendo as Ferramentas de São Gonçalo, mas a essas já lá vamos. A Confeitaria da Ponte, aberta desde 1930, é um clássico onde deve parar para um pequeno almoço ou um lanche onde a dieta não entra.
Aprecie as vistas a partir da Ponte de S. Gonçalo (dignas de uma pintura do renascimento), o santo padroeiro da cidade, casamenteiro das mulheres mais velhas, e visite a igreja homónima, um edifício que bebe de influências renascentistas, maneiristas, barrocas e oitocentistas.
Almoce um dos muitos tasquinhos que espalhados pela cidade, como a Adega Kilowatt, cheio de enchidos tradicionais, ou na Quelha, um restaurante típico com comida tradicional de comer e chorar por mais. Da parte da tarde desfrute das margens do rio nas várias praias fluviais da região.
Amarante e o espírito de Amadeo Souza Cardoso
Deixe para o segundo dia a parte cultural. Amarante foi o berço de um dos mais conceituados pintores do século XX, Amadeo Souza Cardozo, por isso uma visita ao museu do artista é obrigatória.
A entrada custa 1€ e para além da exposição permanente que revisita toda a obra do pintor surrealista português, também acolhe várias exposições temporárias, por onde já passaram nomes como Paula Rego.
Aliás, Amarante era ponto de encontro de vários artistas portugueses do século passado. Teixeira de Pascoaes, Agustina Bessa-Luís, Almada Negreiros, Sophia de Mello Breyner, entre outros, eram presença assídua na cidade, lembrança que o Hostel des Arts, aberto em 2017, não deixa esquecer.
Este edifício pertencente à família de Teixeira de Pascoaes, era o Grande Hotel Silva, ponto de encontro entre a créme de la créme da cultura nacional, hoje nas margens do rio é um polo de atração, com um bar com vários petiscos e cheio de memórias do passado boémio da casa.
Para os apreciadores de vinho a 13 quilómetros de Amarante está o Monverde Wine Experience Hotel, um hotel vínico, da Quinta da Lixa, onde pode fazer provas de vinho. Também os fãs da alta gastronomia têm em Amarante um dos melhores restaurantes do país – O Largo do Paço – Casa da Calçada, com 1 estrela Michelin.
Parque aquático
Para quem tem crianças e prefere não arriscar uns mergulhos no rio, o Parque Aquático de Amarante oferece um dia de diversão garantido com vistas para o rio.
Razões não faltam para conhecer esta cidade que tem estado cada vez mais nas bocas do mundo, em parte graças ao Festival Mimo (acontece normalmente no final de julho), e que tem levado a Amarante artistas mundialmente conhecidos.
Um festival de 3 dias, gratuito, com um ambiente único, longe da azáfama das grandes cidades e que espalha arte por todas as ruas.
Para além disso, Amarante é uma porta grande para explorar o Douro vinhateiro, por isso, recarregue energias na cidade de Amadeo Souza Cardoso e siga viagem pelos socalcos do nosso tão querido e estimado Douro!
Amarante: informações úteis
Como ir?
A A4 leva-nos direitos a Amarante, sendo a alternativa a EN15.
Onde ficar?
O Hostel Des Arts é uma excelente opção, é central, bonito e cheio de romantismo, para além de ter opções para todos os preços – desde camaratas até quartos de casa com casa de banho.
Onde comer?
Para além das paragens obrigatórias no restaurante A Quelha e na Adega Kilowatt, pode ainda petiscar na Taberna Don Rodrigo e na Tasca do Adérito.