Share the post "Roteiro de férias para descobrir o melhor do norte de Portugal em 10 dias"
Faça a mala, encha o depósito do carro e deixe-se levar pelas paisagens, cheiros, sons e sabores do norte de Portugal. Cada vez mais um dos principais destinos escolhidos por turistas dos quatro cantos do mundo, Portugal fica quase sempre remetido para último plano quando chega a hora dos filhos da nação planearem as suas próprias férias. Injustamente, uma grande parte dos portugueses não tem a noção das maravilhas que o nosso país esconde e da parafernália de ofertas para umas férias inesquecíveis sem ter que passar a fronteira. Apesar de pequeno, percorrer quilómetros e mais quilómetros de estrada facilmente o farão sentir que não conhece assim tão bem as pessoas e a cultura do país real.
Uma região montanhosa para caminhadas infindáveis, cidades medievais com tantas histórias para contar, praias para explorar e repousar, comidas tradicionais com os melhores ingredientes da região para provar e uma das maiores e mais reconhecidas paisagens e produções vínicas do mundo inteiro. O que mais pode pedir?
Roteiro de 10 dias pelo norte de Portugal
Dias 1 e 2 – Aveiro / Costa Nova e Arouca / Passadiços do Paiva
Comece a sua viagem pelo norte de Portugal por Aveiro. Esta cidade, ligada por diversos canais, é muitas vezes apelidada de pequena Veneza de Portugal. Entre num moliceiro e embarque numa viagem até à ria, que o fará perceber a identidade da cidade e das suas gentes. Mais tarde e já dentro do carro, faça um desvio até à Costa Nova. Pode já ter viajado pelo mundo inteiro, mas, certamente, nunca encontrou um lugar como este.
As casas desta aldeia piscatória perto de Aveiro são pintadas em faixas horizontais coloridas: vermelho berrante, azul e verde com riscas brancas. Originalmente construídas por pescadores como abrigos, são agora usadas como casas de férias. Um pedaço à beira mar plantado onde poderá provar os melhores peixes e mariscos de toda a região. No segundo dia, e a pouco mais de 1 hora de viagem de Aveiro, chegará a Arouca e aos seus aclamados Passadiços do Paiva.
Para lá da maravilhosa posta arouquesa da raça bovina homónima, criada nas pastagens de Arouca, os Passadiços do Paiva são local de visita e passeio obrigatório mesmo que não seja o maior simpatizante de atividades ao ar livre. Uma experiência única em total harmonia com a natureza ao longo de um passeio de 8 quilómetros por escadas de madeira e pontes suspensas, situadas ao longo do rio Paiva, o mais bonito de Portugal. Rodeado por vegetação das mais variadas espécies, cascatas deslumbrantes a cair sobre a água cristalina do rio e até alguns animais selvagens, esta é uma experiência que não pode nem vai querer perder. No final, recarregue energias com a tal posta na Tasquinha da Quinta.
Dia 3 – Lamego
Lamego, a sensivelmente 2 horas de viagem a partir de Arouca, é uma antiga aldeia barroca na região do Douro, famosa pelos seus vinhos do Porto, onde poderá e deverá experimentar alguns durante a sua estadia. Uma cidade (mais antiga que o próprio país) repleta de histórias para contar. Foi aqui, em Lamego, que o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, subiu ao trono no século XII. O Rei mandou construir a magnífica Igreja da Sé (Sé de Lamego). Outras atracções incluem um castelo do século XII e uma Torre do século XIII que guarda a cidade do alto de uma colina. No interior da cidade encontrará ainda o que sobrou do domínio árabe no norte de Portugal. O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é a principal atração de Lamego. Com duas grandes torres no topo da colina da cidade, este santuário é hoje o principal ponto turístico da cidade.
Dia 4 – Amarante
Quando chegar à pequena e deslumbrante cidade de Amarante, estacione o carro e deixe-se perder no centro histórico. Caminhe ao longo das pequenas ruas, aprecie as casas típicas, deslumbre-se pela ponte e deixe-se envolver pela arquitectura da cidade. Se gosta de história, no centro histórico encontrará inúmeros edifícios e estruturas dos tempos romanos e da Idade Média.
Em Amarante, São Gonçalo, o padroeiro da cidade, é creditado e aclamado pela construção de uma ponte de pedra no século XII sobre o rio Tâmega. Conhecida pelos seus vinhos verdes, a cidade celebra o festival de São Gonçalo em Junho. Os monumentos religiosos são abundantes, incluindo a bela Igreja de São Gonçalo, que parece um número de ilusionismo quando fica exposta à luz do final do dia. Como nem só de passeios se faz o homem, nesta zona encontrará algumas das melhores receitas de vitela e cabrito assado.
Dias 5 e 6 – Porto e Gaia
Actualmente um dos destinos de eleição de toda a Europa e o representante do norte de Portugal, o Porto oferece-lhe uma vasta lista de monumentos, passeios, restaurantes, ruas e arcadas que não pode perder. Explore a cidade a partir das suas ruas estreitas na parte antiga da cidade da Ribeira até às grandes avenidas e praças, dos Aliados aos Clérigos, antecedida pela merecida subida até à praça dos Poveiros, ao lado do Coliseu. Deixe-se perder pelas ruas circundantes, pois é a melhor forma de conhecer o Porto na sua verdadeira essência.
No segundo dia, caminhe sobre a Ponte Luís I e rume em direcção à outra margem do Douro. O Cais de Gaia está repleto de caves e experiências de degustação de vinho do Porto. Pelo mesmo e curto caminho, regresse ao Porto, perca-se na Rua do Almada e nas Galerias de Paris, fique para um copo ao final do dia, um jantar prolongado e deixe-se levar pela vida noturna da cidade.
Dias 7 e 8 – Guimarães e Braga
Por vezes, vale a pena tentar perceber a origem das coisas, pelo que Guimarães, considerada o berço de Portugal, é o local certo para descobrir Portugal. Com edifícios góticos, um centro medieval com ruas estreitas e praças arejadas repletas de esplanadas, Guimarães tem uma história diferente para lhe contar ao dobrar de cada esquina. Entre os principais pontos de interesse, destacam-se as ruínas do castelo que defendeu Guimarães e o condado contra ataques mouros e normandos. Poderá ainda subir no teleférico até ao Parque da Penha e aventurar-se pelos seus trilhos infindáveis.
Braga é considerada a terceira maior cidade de Portugal e o maior centro religioso do país, com tantas igrejas e monumentos. Mas, se tem as horas contadas, não desanime: concentre-se apenas nos mais importantes e planeie a visita a partir do imponente Santuário do Bom Jesus do Monte e termine no Palácio dos Arcebispos, ou num local não religioso, como a Torre de Santiago, na antiga muralha da cidade.
Dias 9 e 10 – Viana do Castelo e Parque Nacional da Peneda-Gerês
Viana do Castelo é uma histórica cidade portuária no norte de Portugal que serviu como ponto de desembarque e refúgio de alguns dos nossos navegadores após as suas expedições e muitos dos edifícios antigos de Viana do Castelo datam do período do século XVI. As atracções a visitar incluem a fonte renascentista de 1535 na Praça Maior, o museu das carruagens de Geraz do Lima, a catedral românica que remonta ao século XV e a igreja do século XVI em estilo flamengo, a Misericórdia de Viana do Castelo. Quando estiver cansado de revisitar a história, relaxe numa das muitas praias da região.
No décimo dia, e a uma pequena viagem de menos de 1 hora, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (o único parque nacional do país). O Parque Nacional da Peneda-Gerês foi fundado em 1971, com o objectivo de valorizar, para fins educativos, científicos e turísticos, as atividades humanas e os recursos naturais desta paisagem privilegiada inserida nas zonas montanhosas do norte de Portugal. Ao longo dos anos, o solo, a água, a flora e a fauna têm sido devidamente preservados. O planeamento mostrou-se frutífero e a biodiversidade é hoje uma das características desta área protegida. Natureza, relevo, variações de altitude e influências atlânticas, mediterrâneas e continentais permitiram a presença de arbustos, carvalhos e pinheiros, florestas de bétulas, vegetação exuberante ao longo das margens dos rios, pastagens e terras agrícolas.
Não se esqueça de visitar os castelos de Castro Laboreiro e Lindoso, do período megalítico, os testemunhos da ocupação romana e a estrada romana ou “geira”. Observe os marcos interessantes no que resta da antiga estrada romana que foi usada pelos legionários para ir de Braga a Astorga.
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