Share the post "Roubou mais de 100 milhões em arte e é conhecido como “homem-aranha”"
O episódio é todo ele bastante insólito, mas o facto é que Vjeran Tomic, de 49 anos, entrou no Museu de Arte Moderna de Paris em plena luz do dia e roubou algumas das obras mais conceituadas do mundo, conjunto avaliado em mais 100 milhões de euros.
Depois de preso pela polícia acabou por confessar o roubo que lhe valeu a alcunha de “homem-aranha” – sobretudo pelas suas habilidades em escalar edifícios – e explicar detalhadamente como o fez.
O método do “Homem-Aranha”
Disse que entrara no museu através de um portão trancado e que, em seguida, removeu uma janela. Ao longo do caminho teve ainda a oportunidade de destruir uma câmara de vigilância. Isto tudo com o intuito de roubar uma obra específica de Ferdinand Léger. Como sabia que os alarmes estavam desligados naquela altura – especula-se que tenha tido cúmplices no interior do museu – tornou-se tudo muito mais fácil.
Mas o “homem-aranha” não se ficou por aqui. Depois de roubar o Léger, Tomic, que se diz um verdadeiro amante da arte, alegadamente imiscuiu-se num grupo que fazia uma visita guiada no museu e aproveitou para roubar mais 4 obras, nomeadamente de Picasso, Matisse, Braque e Modigliani. Simplesmente cortou as telas das molduras e guardou-as numa mochila.
Apesar do episódio ter acontecido em Maio de 2010, o julgamento só teve início recentemente, no final de Janeiro de 2017, e no qual o “homem-aranha”, alvo de 14 acusações, será provavelmente condenado. As obras em causa não chegaram a ser recuperadas e os especialistas dizem que se perdeu muito mais do que 100 milhões de euros.
As obras roubadas pelo “homem-aranha”
1. “Dove with Green Peas” de Pablo Picasso
Datada de 1911, esta obra era um exemplar da fase cubista do pintor espanhol.
2. “Still Life with Candlestick” de Ferdinand Léger
Considerada também uma pintura cubista, esta obra, de 1922, destaca-se pela diversidade da paleta de cores e pela sua combinação com um plano geométrico a preto e branco. Mais importante do que este aspecto formal é a temática mundana do qual o artista se serve para as suas experimentações cubistas.
3. “Pastoral” de Henri Matisse
Diríamos que é uma obra da fase fauve do pintor francês. Data de 1906. As cores fortes e contrastantes, a pincelada rápida, a ausência de perspectiva é típica do Fauvismo. É uma homenagem ao pai da arte moderna, artista que pintou “Le Déjeuner sur l’herbe, Édouard Manet.
4. “Olive Tree near l’Estaque” de Georges Braque
Do co-fundador do Cubismo, a par de Picasso, esta obra de 1906 de Braque revela alguma preocupação em sintetizar as formas da natureza, tal como na obra do artista que lhe serve de referência, Paul Cézanne.
5. “Woman with Fan” de Amedeo Modigliani
De formas esguias, elegantes e sem expressão no olhar, numa clara homenagem à figura feminina, esta obra de 1919 tem todas as características do pintor italiano, contemporâneo de Picasso.
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