No futuro hostel em Florianópolis, à nossa espera, está um canadiano, que também troca trabalho por alojamento. A subida para lá chegar é muito íngreme e só a podemos fazer a pé. Mas a vista compensa o esforço.
Olá, Florianópolis!
A casa onde estamos é a única habitável, neste espaço que será um hostel, e apesar de precisar de uma limpeza mais a fundo tem tudo o que precisamos para cozinhar, uma cama de rede, uma vista ampla e é bastante arejada.
O canadiano estava de saída. O que por um lado era bom, pois ficaríamos com a casa só para nós, por outro iríamos perder o contacto social que tanto nos preencheu no Rio de Janeiro.
No dia seguinte ajudei durante 2 horas o pedreiro que estava a construir o hostel sozinho. Mostrou-me a planta e neste momento estava a fazer um alpendre com o formato de um violão.
As nossas expectativas relativamente a Florianópolis eram bastante elevadas e os primeiros dias ficaram um pouco aquém. O tempo nublado não ajudou e também estávamos afastados das praias.
Com o passar dos dias começámos a conhecer a ilha, onde os locais são conhecidos pelos manézinhos. Esta designação provém dos tempos da colonização da ilha pelos açorianos, pois um dos nomes mais utilizados pelos portugueses era Manuel sendo o seu filho manelinho, por aproximação chamaram-lhes “manézinhos”.
O pedreiro apareceu apenas mais duas tardes durante toda a semana e acabei por sentir que o hostel estava a ser feito a um ritmo muito relaxado, onde acabámos por contribuir muito pouco para o tempo que ficámos. A Susana iniciou os estágios de observação em escolas Waldorf no Brasil e está a adorar conhecer novas formas de estar e atuar no cuidado da criança até aos 3 anos.
Nas palavras da Susana este intervalo no seu trabalho em Portugal para conhecer estas escolas “é como ir ao topo de uma montanha inspirar ar puro“.
Com o passar dos dias, à medida que conhecemos melhor a ilha percebemos que o ambiente do centro é muito diferente do chillout que se vive na zona leste da ilha, onde estão as mais belas praias e as ondas de que tanto se ouve falar.
Na próxima semana, segundo o pedreiro chegavam três americanos, mas no sábado o dono do hostel pediu-nos que deixássemos as chaves num canto pois iria chegar mais uma pessoa para ajudar no hostel. Deixámos tudo organizado e arrumado, pois iríamos sair no início da próxima semana. Fomos até à Lagoa da Conceição e no autocarro fomos pedindo informações de como chegar até à cachoeira que existia por lá.
Chegámos à trilha de barco, e que bela paisagem! Avisaram-nos que na trilha havia cobras, mas o que encontrámos foi uma iguana com um metro de comprimento. Descansámos na cachoeira que por momentos estava vazia só para nós.
Ainda falámos com um senhor que viajou durante dez anos pela América do Sul e um outro que vez a travessia do Atlântico num veleiro, que é a forma como gostaria de terminar esta viagem.
Quando regressámos a casa, ao final do dia, a luz da cozinha estava acessa!
Veja também: