Não chegam a 400 o número de residentes permanentes em São Pedro de Moel. No entanto, a praia que parece deserta no inverno anima-se bastante na época do verão.
A origem desta vila é muito antiga, havendo alguns historiadores que situam ali uma povoação árabe, bem antes da fundação da nacionalidade, até porque Muel é um dos nomes citados na carta de doação de D. Afonso Henriques ao Mosteiro de Alcobaça.
Certo é que no reinado de D. Fernando (1345-1383) São Pedro de Moel substitui o velho porto existente em Paredes, mais a sul.
A povoação começa a ser procurada como local de repouso e veraneio a partir do séc. XV porque tinha o mar por perto, muita caça no pinhal, boas hortas e locais frescos com muita água.
Contudo, é em finais do século XIX que começam a surgir em força os pedidos para a construção de casas, junto à zona dos antigos armazéns (onde hoje se situa a Praça Afonso Lopes Vieira). É então elaborado, em 1860, um plano das edificações e, em 1880, inicia-se a estrada que liga São Pedro de Moel à Marinha Grande.
Crescendo em população e importância, São Pedro de Moel foi, ao longo dos anos, sendo maioritariamente habitado por pessoas com grandes posses económicas, nomeadamente comerciantes abastados ou artistas bem sucedidos. Outras famílias vieram de sítios mais longínquos, nomeadamente de Lisboa, Coimbra e Santarém, construindo ou comprando casas que utilizavam em férias ou em fins-de-semana.
São Pedro de Moel, ideal para férias em família
E em férias ou num fim de semana, a vila oferece espaços de lazer e diversão que no verão se tornam ideais para um descanso em família. Sendo uma povoação costeira, obviamente que tudo gira em torno do mar.
Com três praias, a de São Pedro de Moel costuma ser afectada pelo nevoeiro denso, pelo que a Praia Velha costuma ser a melhor opção. Depois destas, há ainda a praia da Concha, com um areal muito curto e rochoso.
A Praia Velha acaba por ser a opção mais requisita pelos veraneantes; não só pelo extenso areal como por ter a particularidade de se formar uma lagoa com água do mar, ideal para uma descansada ida ao banho. A praia também tem uma zona de estacionamento em terra batida, que, naturalmente, fica rapidamente preenchida no época alta.
Para terminar o conjunto de boas comodidades, o restaurante-bar-esplanada que serve a praia, Old Beach, tem uma rica oferta gastronómica – e não faltam boas opções de bebidas para acompanhar.
Sinais de outros tempos
Conhecida por ser destino de estival da classe alta do distrito de Leiria e arredores, é uma zona com muitas vivendas e outras grandes propriedades. Uma delas é o complexo de piscinas, que há muito está abandonado e cuja degradação espelha a falta de investimento na praia de São Pedro de Moel.
Também melhores tempos viveu a praia no que à diversão noturna diz respeito, já que são poucos os bares que abrem a cada verão. Ainda assim, poucos mas bons, como é o caso do Rosis Pub e do Bambi Café.
Tratam-se de conceitos diferentes. O Bambi funciona como café com snacks e tostas durante o dia, fica mesmo à frente de um parque para crianças, numa zona com muita sombra fornecida pelas árvores.
À noite, transforma-se em bar e é aqui que muita gente vai beber um refresco depois de jantar. Ou então opta pelo Rosis Pub, que já tem muita fama na praia de São Pedro de Moel, graças ao bom ambiente e atendimento divertido.
O que fazer
Com uma história emaranhada com a narrativa monárquica portuguesa, São Pedro de Moel apresenta ainda vestígios do reinado que mais marcou aquele lugar. Trata-se de D. Dinis, cuja estátua se encontra edificada ao lado da Rainha D. Isabel, à entrada da zona urbanizada. Do Rei sobra ainda o Pinhal, já destruído por um grande fogo e que ao seu ritmo vai voltando a crescer.
No meio da mata, há dois percursos que costumam ser percorridos por ciclistas, seja em passeio ou ritmo acelerado. Chama-se a Volta dos Sete (quilómetros) e a Volta dos Cinco. Há grupos no Facebook que permitem agilizar a participação, contando com muita natureza e ar puro pelo caminho.
Há ainda outras figuras nobres que marcaram o lugar de São Pedro de Moel, como a Duquesa de Caminha, que acabou por baptizar o Penedo da Saudade. Tal nome deve-se, conta à lenda, às saudades que sentia do marido, sendo que era para ali que ia chorar todos os dias o seu desaparecimento. No penedo encontra-se um farol, que é alvo de visita de muito turistas e curiosos que passam na bela estrada junto ao oceano.
Onde comer
Ainda que não tenha a oferta em larga escala que se vê em muitas praias pela costa portuguesa, o que São Pedro tem para animar o estômago e alma é muito bom. Já mencionámos o Bambi Café, que serve perfeitamente para o lanche ou petiscar, e de seguida apresentamos dois dos melhores restaurantes da região.
Restaurante Brisamar. Focado naturalmente para o que o Oceano Atlântico tem de bom, este restaurante é o mais bem classificado entre os especialistas em gastronomia. Entre as críticas, destaca-se a frescura dos alimentos e o cuidado serviço do staff.
Restaurante Estrela do Mar. Especialista em marisco e mesmo em cima do mar, a vista seria aquilo que mais poderia impressionar. E é isso mesmo que acontece, pelo menos, enquanto não chegam os deliciosos pitéus elaborados pela competente cozinha do Estrela do Mar.
Onde ficar
Antes de apresentarmos três dos melhores hotéis de São Pedro de Moel, deixamos a dica de uma hipótese em harmonia com a natureza, através do parque de campismo da praia.
Este parque apresenta-se como uma boa solução para os amantes de campismo, sendo que os níveis de limpeza e de sossego são destacados nos sites especializados em reservas de alojamento. O Parque de Campismo Orbitur está muito bem localizado, a apenas 250 metros do centro.
Quanto a hotéis, há bastante variedade, começando com o Hotel Mar e Sol & Spa, de cinco estrelas, ou o Hotel Miramar, de três. Por fim, de duas estrelas, tem ainda o Hotel Verde Pinho.
Como chegar
A partir de Lisboa. O ideal é percorrer a A8 sentido norte e sair em Pataias. Depois seguir pela Estrada Nacional 242 até à Praia das Paredes da Vitória e continuar para norte, pela Estrada da Nazaré, junto ao mar, durante 20 minutos.
A partir do Porto. Seguir pela A1 em direcção a sul e mudar para a A17, sentido Aveiro, na saída 16. Continuar em sentido sul até à saída de Marinha Grande. Percorrer a Nacional 242 até à capital do vidro e depois continuar em direcção a oeste durante 16 minutos.