Share the post "Segunda entrevista de emprego: o que deve mesmo ter em conta"
Uma segunda entrevista de emprego é, em regra, mais exigente do que a primeira, podendo assumir diferentes formatos, incluindo até a possibilidade de ter de realizar exercícios práticos mediante um briefing inicial.
Pode ser diretamente com o diretor de Recursos Humanos, com outros membros da equipa ou até mesmo com o futuro chefe, sendo que há sempre a possibilidade de tudo acontecer à distância, por causa da pandemia.
Acima de tudo, a segunda entrevista de emprego gera um misto de entusiasmo e de dúvidas. A melhor forma de superar esta fase com sucesso é antecipar algumas questões e preparar-se para qualquer eventualidade.
Reunimos, por isso, algumas dicas que deve ter em conta.
Segunda entrevista de emprego: 5 questões às quais deve saber responder
Antes de mais, faça uma reflexão sobre a primeira entrevista. Perceba o que pode ter chamado a atenção do entrevistador ou aquilo que gostaria de ter dito ou mostrado.
Depois, prepare-se para dar a melhor resposta de acordo, por exemplo, com as questões que se seguem.
O que pode dizer mais sobre si?
É comum pedirem-lhe que fale um pouco sobre si. Aproveite o momento para fazer a ligação entre o seu percurso profissional e as necessidades da empresa.
Deve começar por falar do presente, depois do passado e, por fim, do futuro. Ou seja, a sua função atual, conhecimento ou interesses específicos; a experiência anterior e como adquiriu as suas competências profissionais; e o que espera para o futuro da sua carreira, sem deixar de referir a empresa em causa.
Por que acha que é a pessoa certa para o cargo?
Esta foi uma das perguntas a que já terá respondido na primeira entrevista. No entanto, na segunda fase de recrutamento, poderá estar perante outras pessoas. Caso seja a mesma pessoa a colocar a questão, isso pode ser propositado, de modo a perceber se algo mudou, agora que sabe mais sobre a empresa e o cargo a ocupar.
Qual a proposta de valor do seu perfil?
Quando uma empresa coloca uma questão concreta relacionada com a empresa (por exemplo: um novo projeto) é porque se trata de algo importante.
Ou seja, o entrevistador está a querer perceber como seria capaz de integrar uma equipa e a proposta de valor que poderá trazer para esse projeto e para a empresa.
Responda da forma mais assertiva possível e com muita cautela. Use a sua experiência com uma situação semelhante e nos resultados que conseguiu obter.
Qual a sua expetativa salarial?
Esta é uma das perguntas habituais e determinantes para a entidade recrutadora. A empresa precisa de perceber se pode ou não responder ao seu objetivo antes de lhe apresentar uma proposta.
Refira o valor que considera justo para o cargo. Se se sentir mais confortável, refira uma faixa salarial e deixe espaço para a negociação.
Por que razão quer mudar de emprego?
Preste muita atenção à resposta que dá a esta pergunta. O entrevistador estará à procura de eventuais sinais de alerta. Vai querer perceber se foi demitido, e por que razão, ou se está apenas à procura de um novo desafio.
Seja honesto, mas não refira aspetos negativos, isso pode virar-se contra si. Mantenha a sua resposta entre o neutro e o positivo. Afinal, todas as experiências são importantes na aprendizagem, mesmo que algumas não corram como esperado. Destaque apenas a parte boa e o desejo de abraçar novos desafios.
Pontos-chave que podem marcar a diferença
Em qualquer entrevista de emprego, mas em especial na segunda fase – e habitualmente decisiva – é fundamental que mostre algumas competências específicas que dizem respeito às exigências atuais (e futuras) do mercado de trabalho.
Domínio de tecnologias de informação
Ainda em contexto de pandemia, o domínio das tecnologias de comunicação é uma das principais exigências do atual mercado de trabalho.
O uso de ferramentas digitais que lhe permitam, por exemplo, fazer uma apresentação, mostrar o seu portefólio ou fazer análise de dados durante a entrevista, pode servir para testar o seu domínio das mesmas e, consequentemente, a sua capacidade de trabalho à distância, o que o ajudará, com toda a certeza, a ganhar pontos nesta fase.
Um outro aspeto estará relacionado com o conhecimento de ferramentas específicas utilizadas no setor/funções a que se candidata.
Proposta de trabalho prático
Um dos desafios da segunda entrevista de emprego pode passar pela realização de um trabalho prático num determinado prazo. Desta forma, a entidade recrutadora consegue avaliar as suas competências técnicas, de gestão de tempo, criatividade, pensamento crítico, e até mesmo a sua capacidade de trabalho sob pressão.
Imagine que lhe pedem para desenvolver uma proposta de trabalho em 24 horas. O ideal é que se foque na sua concretização, apresentando a resposta mais adequada e criativa, no menor espaço de tempo possível (menos do que 24 horas). Tenha particular cuidado em definir uma metodologia de trabalho e detalhá-la na apresentação da proposta.
Se não conseguir antecipar a entrega, pelo menos, cumpra o prazo, rigorosamente. Cumprir prazos é uma regra de ouro.
Notas para o final da entrevista
No final da segunda entrevista de emprego, aproveite a oportunidade para colocar as suas questões.
Essas poderão estar relacionadas, por exemplo, com a política organizacional da empresa, a progressão de carreira ou novos projetos que tenham sido referidos pelo entrevistador.
É normal e legítimo que queira ver esclarecidos alguns aspetos antes de decidir aceitar a oferta de trabalho.
Para fechar esta segunda entrevista de emprego, tenha sempre o cuidado de agradecer. Esse pode ser o último contacto com o recrutador antes da escolha do candidato. Mesmo que não seja a pessoa selecionada, vai deixar uma boa impressão e isso pode deixar-lhe uma porta aberta para o futuro.