Levar um segundo animal de estimação para casa é uma questão que deve ser encarada com a mesma seriedade e ponderação que aplicaria a decisão de ter mais um filho. Isso mesmo que leu.
No fundo, se analisar bem, vai estar a aumentar a sua família e essa decisão não deve ser tomada de ânimo leve. Mas não se assuste se for essa a sua vontade. Queremos apenas que tenha em consideração alguns factores importantes que podem ajudá-lo a decidir e a tomar opções que só lhe vão facilitar o processo de escolha e de introdução de um novo membro na família.
um segundo animal de estimação para casa: que perguntas deve fazer
Tem tempo para um animal de estimação extra?
Se a sua ideia é ter um segundo animal de estimação para fazer companhia ao primeiro porque ele passa muito tempo sozinho sem a sua companhia, saiba que um segundo pet não vai resolver nada e pode até piorar a situação.
Se o animal que já existe lá em casa é um animal muito social, por exemplo um cão que se dá bem com todos os outros e que gosta mais de passar o seu tempo a brincar com os da sua espécie do que com o dono, tudo pode correr pelo melhor.
Mas se ele for um animal que anseia pela companhia do dono ele pode ficar ciumento se vir que tem de partilhar o pouco tempo que passa com ele com outro membro da família.
Lembre-se que o tempo que terá de despender para brincar com os dois, para os tratar, escovar e mimar, vai ter de ser maior, por isso avalie bem o seu horário antes de avançar para mais um pet.
Tem orçamento para os dois?
Para além do tempo, outra coisa que vai duplicar é o orçamento que tem de ter disponível para as despesas. Com um segundo animal de estimação, os custos com consultas veterinárias, vacinas, coleiras, comidas, caixas de wc, etc., vão aumentar e é importante que consiga dar aos dois os mesmo benefícios.
Tem espaço para todos?
Dependendo do tamanho do segundo animal de estimação, a questão do espaço pode ser importante. Lembre-se que alguns precisam de territórios e locais próprios, como acontece frequentemente com os gatos, e que um dono consciente deve conseguir proporcionar-lhes condições para viverem em segurança e felizes.
O resto da família humana também quer?
Todos os membros da casa têm de estar em acordo sobre esta questão e só assim o novo animal poderá ser introduzido de forma feliz. Por isso, se não vive sozinho, fale com quem precisa saber desta sua vontade de aumentar a família.
A sua vida está numa fase estável?
Não podemos prever o que vai acontecer na nossa vida, mas há coisas que sabemos de antemão. Se vamos ter um filho, se vamos mudar de emprego ou de casa, ou e estamos no meio de um divórcio.
Antes de adoptar um segundo animal de estimação espere para que tudo esteja mais normalizado, evitando que a nova adopção se possa tornar mais um problema para resolver ou uma fonte de stress desnecessária.
O seu animal está preparado para outro?
Esta é talvez uma das perguntas mais importantes a fazer. Porque você pode estar preparado, mas ele não. Observe o seu comportamento quando está perto de outros animais e perceba se ele é do tipo solitário ou se prefere companhia.
Avalie a sua saúde física. Se ele já for muito velhinho e não vai querer ser incomodado por uma animal mais novo, que vai querer brincar muito e o vai incomodar nesta fase da vida.
E oferecer um lar temporário…?
Se tiver dificuldade em responder a algumas destas perguntas, pense em criar em sua casa um lar temporário para algum animal. Muitos cães e gatos resgatados precisam desse tipo de lares até irem para um lar definitivo.
Pode fazer esse teste em sua casa, para ver como toda a família reage e para ter mais respostas que o ajudem a decidir. Mas se a resposta a todas estas perguntas lhe indica que pode avançar, saia então qual é o próximo passo para o procurar o segundo pet ideal.
Um segundo animal de estimação: arranje o certo
Procure níveis de atividade e comportamentos parecidos
O mais importante é que os seus dois animais tenham coisas em comum, sendo que o comportamento e os hábitos são as coisas que deve procurar. Não precisam ser da mesma raça, nem ter o mesmo tamanho, desde que partilhem vontades parecidas.
Gostam de passar o dia a brincar ou gostam de ficar deitados ao sol? São ambos animais que brincam de forma bruta ou preferem as festas e mimos mais suaves? Independentemente das idades e tamanhos que vão ter, estes são comportamentos que os podem ajudar a ser felizes juntos.
Os sexos oposto atraem-se
Isso mesmo. Gatos ou cães, e mesmo outros animais de espécies, têm tendência a dar-se melhor se forem do sexo oposto. Especialmente se ambos foram machos, mesmo que tenham crescido em comum, as probabilidades de haver escaramuças serão sempre maiores.
Um animal idoso com um recém nascido pode funcionar
Se o animal idoso ainda tiver energia para a brincadeira, as coisas podem funcionar bem, ou se o pet idoso for muito grande e o novo de tamanho mais pequeno. As diferenças e energia física podem compensar-se se eles tiverem hábitos minimamente parecidos.
Há outra vantagem em juntar idades diferentes é a facilidade com que o segundo animal de estimação pode ser treinado porque ele tem tendência a adoptar os comportamentos do mais velho.
Os animais mais novos, especialmente se forem da mesma espécie, têm tendência a imitar os comportamentos dos seus companheiros. Mas lembre-se que imitam tanto os bons como os maus comportamentos, o que também pode causar problemas a dobrar.
Animais de outras espécies? Sim!
É cada vez mais frequente haver donos de cães que têm gatos, papagaios ou outros animais que vivem em conjunto e todos formarem uma família feliz.
Lembre-se na verdade que tudo depende da personalidade de cada um do tempo e paciência que o dono tem de ter disponível para fazer uma boa reintrodução e gestão do espaço da casa.
Por exemplo, os gatos adultos são animais bastante territoriais que são conhecidos por não querer nenhum outro animal no seu território, mas não desista à primeira. Uma boa introdução pode resolver essa recusa.
Deixe-os conhecerem-se primeiro pelo cheiro
Quer sejam gatos, cães ou animais de outras espécies, investigue sobre como é melhor eles conhecerem um novo amigo. Para cães e gatos por exemplo, introduzi-los primeiro através do cheiro é sempre a melhor estratégia.
Pode delimitar nos primeiros dias áreas específicas da casa onde cada um vai ficar sem se cruzar com o outro. Deixe-os sentir o cheiro de outro animal próximo e troque objetos com os seus cheiros próprios entre os dois territórios delimitados.
O objectivo é que eles conheçam o novo cheiro e o associem ao seu espaço, isso é particularmente importante para o animal que já lá habita. O primeiro encontro visual deverá ser feito em território neutro, por exemplo no jardim ou casa de um vizinho.
Observe sinais de stress e não desespere se ainda for cedo e tiver de repetir de novo o processo, por exemplo, fazendo com que cada um circule primeiro algum tempo no espaço um do outro quando não estão lá para deixar o seu cheiro.
São passos lentos que exigem paciência, mas que se foram cumpridos marcam a diferença entre uma família feliz ou outra que está a começar um futuro de escaramuças.