O seguro automóvel é obrigatório por lei e, mesmo que não fosse, seria mais do que aconselhável para todos os condutores: afinal, ter um carro sai caro e, quando ele precisa de reparações, a conta dispara para números insuportáveis. No entanto, o conhecimento dos portugueses sobre os seguros disponíveis ainda não é propriamente extenso, e há erros que se cometem e que podiam ser evitados.
Foi a pensar nestes condutores que reunimos uma lista dos erros a evitar ao fazer um seguro auto. Nela incluímos um conjunto de falhas que a maioria dos clientes comete e que podem prejudicá-los a longo prazo – tanto do ponto de vista do prémio que pagam como do ponto de vista da possível recusa da seguradora em assumir responsabilidades em caso de sinistro.
7 erros a evitar ao fazer um seguro auto
1. Ir pelas seguradoras “da moda”
É certo que a publicidade das seguradoras praticamente se atropela no ecrã da televisão e invade uma boa parte das páginas que visitamos online, mas deixar-se levar pelas modas é um dos erros a evitar ao fazer um seguro auto.
Se quer ter o seu carro seguro, procure todas as ofertas do mercado – das mais óbvias às mais improváveis. As surpresas boas podem vir de onde menos espera e pode, com elas, poupar um bom dinheiro todos os anos.
2. Mentir na hora de assinar o contrato
É claro que, quando vai contratar um seguro, quer que ele seja o mais barato possível, e que para isso se sinta tentado a “dourar a realidade” para conseguir um preço com desconto.
Falamos de “pequenas mentiras”, como dizer que o carro fica na garagem durante a noite (quando nem garagem tem) ou que circula com ele numa aldeia de 100 habitantes e não no centro da capital.
Estas pequenas mentiras ajudam, sim, a baixar o prémio, mas são erros a evitar ao fazer um seguro auto porque podem sair-lhe muito caras se forem descobertas: a seguradora pode não só recusar assumir as responsabilidades que lhe caberiam como ainda pode acusá-lo formalmente de fraude, deixando-o numa posição legalmente vulnerável.
Além disso, não se esqueça que as seguradoras guardam e partilham os registos negativos, por isso, mesmo que depois de ser apanhado a mentir tente trocar de seguradora, a nova seguradora vai saber da história e penalizá-lo por ela.
3. Não avaliar a apólice à luz da viatura segurada
Um dos erros a evitar ao fazer um seguro auto é pensar no seguro por si só, ignorando o carro que ele está a segurar. O valor e as condições da viatura influenciam o preço do seguro, mas também devem influenciar a sua decisão. Pense bem: fará sentido pagar por um seguro de danos próprios com todas as coberturas e mais alguma para proteger um carro de gama baixa e com 15 anos?
Ajustar a apólice ao valor do carro é sempre a melhor forma de tomar uma decisão acertada e evitar pagar de mais – mesmo quando, olhando de repente, o seguro até nem parece muito caro.
4. Não nomear o condutor habitual certo
Outro dos erros a evitar ao fazer um seguro auto é a nomeação errada do condutor habitual. Esta podia entrar no tópico das “pequenas mentiras”, só que, na verdade, é uma mentira bem grande.
Na realidade, ninguém nomeia o condutor habitual errado por acaso. Os tomadores de seguros fazem-no para baixar o preço, porque provavelmente o verdadeiro condutor habitual tem um perfil de risco (idade jovem ou poucos anos de carta). O problema é que é exatamente o mesmo motivo pelo qual as seguradoras fazem questão de saber quem costuma andar com o carro…
Mentir na designação do condutor habitual pode levar à suspensão do seguro e anulação dos benefícios, ou seja, se o seu carro estiver envolvido num acidente às mãos de um condutor que não é o habitual (e ainda por cima tem perfil de risco) é considerado justa causa para a seguradora se escusar a pagar um cêntimo. Ficam, assim, do seu lado todas as despesas relacionadas com o sinistro.
5. Não saber as franquias
O mediador disse-lhe que este é o seguro mais barato do mercado e que vai pagar bem menos por ano para proteger a sua viatura. Certo, mas de quanto é a franquia em cada uma das coberturas?
A franquia é o valor que o tomador do seguro assume das despesas, ficando a seguradora obrigada a pagar apenas o restante.
Por exemplo, numa franquia de 200 euros o tomador do seguro aceita pagar, em qualquer tipo de situação, os primeiros 200 euros, e a seguradora só começa a pagar a partir daí.
Claro que, quanto mais alta for a franquia, mais baixo é o prémio do seguro… mas só vale a pena se tiver capacidade financeira real para fazer face às franquias contratadas, caso contrário pode estar metido em apuros se tiver um acidente.
6. Não conhecer as tabelas de desvalorização nem de bónus
Assumimos que sabe que o seu carro desvaloriza a cada ano que passa, mas será que sabe o quanto a sua seguradora acha que ele desvaloriza? As tabelas de desvalorização têm de ser disponibilizadas pelas seguradoras, mas poucos são os tomadores de seguro que de facto olham para elas.
Uma tabela desajustada, no entanto, é um prejuízo a longo prazo, porque dentro de poucos anos vai estar a pagar muito por um carro que, entretanto, já desvalorizou bastante.
O mesmo acontece com as tabelas de bónus. Nem todas as seguradoras oferecem a mesma recompensa por um ano sem registo de sinistros, e é claro que, enquanto consumidor, lhe interessa a que o premeia melhor. Assim, deve considerar fora de questão a possibilidade de assinar um contrato de seguro sem olhar primeiro para a tabela de bónus.
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