Há coisas que mudam muito na nossa vida a partir do momento em que os filhos aparecem e uma delas é a nossa perspetiva sobre a saúde. E nessa altura é natural que nos comecemos a perguntar se valerá a pena fazer um seguro de saúde familiar.
Como em todos os seguros, há sempre detalhes a ter em conta na hora de avaliar se o seguro de saúde familiar compensa, mas regra geral a conta é positiva para o seu lado. Saiba porquê.
O que é o seguro de saúde familiar?
Um seguro de saúde familiar é uma modalidade de seguro que abrange vários elementos da mesma família sob as condições da mesma apólice, isto é, todos têm direito ao mesmo tipo de suporte em caso de doença.
Do ponto de vista do negócio, é uma espécie de seguro único para todos lá em casa: há uma só conta para pagar, uma só seguradora e uma só apólice, mas todos estão seguros.
Quem pode ser abrangido pelo seguro de saúde familiar?
Pais, filhos, netos, avós, irmãos… Desde que sejam família, podem estar todos sob a alçada da mesma apólice de seguro de saúde familiar.
Só tem de ter em atenção os limites estabelecidos pelas seguradoras, que podem variar entre instituições (não só em relação ao número de familiares que podem ser incluídos, mas também em relação a outras variáveis, como as idades e os limites de permanência).
Porquê contratar um seguro de saúde familiar?
1. Mais barato
A regra é quase igual em todas as seguradoras: quanto mais elementos da família acrescentar à sua apólice, menor é o preço que paga por cada um. Nos sites das diferentes seguradoras a operar no mercado português encontra as tabelas de descontos, que aumentam na mesma proporção do número de pessoas incluídas no seguro de saúde familiar.
2. Menos burocracia
Com o seguro de saúde familiar acaba-se a pilha de papéis bafientos com regras que ninguém leu. Há uma apólice conjunta, com regras iguais para todos, e um preço comum para a família toda. Menos papéis, menos letras pequeninas escondidas nas alíneas, menos stress na hora em que mais precisa de apoio.
3. Melhor negociação
Pense que, quanto mais pessoas incluir no seguro de saúde familiar, maior é o seu poder negocial. Se uma seguradora não quer perder um cliente, imagine perder três ou quatro de uma vez… Se tiver a família toda incluída no mesmo seguro, a seguradora vai fazer possíveis e impossíveis para os fidelizar.
4. Seguros individuais facilitados
Voltamos ao poder negocial: é muito mais fácil (e barato) fazer um seguro de saúde individual para um jovem adulto que acabou de estar abrigado pelo seguro de saúde familiar do que para um jovem adulto que nunca teve um seguro na vida.
A questão aqui não é tanto pela existência de registos, mas porque a seguradora vai querer manter o laço de confiança e converter o jovem adulto num novo e fiel cliente.
5. Outros seguros mais baratos
Claro que uma família inteira sob a alçada de um seguro de saúde familiar ganha pontos na hora de fazer qualquer outro seguro dentro da mesma instituição. Quanto mais dinheiro der a ganhar à seguradora, mais ela vai querer mantê-lo por perto e isso pode (e provavelmente vai) fazer-se notar pelos descontos exclusivos que lhe vão oferecer.
6. Alternativa ao médico de família
É certo que nada se equipara ao médico de família do SNS, que (num cenário ideal) acompanha todos os elementos de um agregado familiar desde que nascem até que envelhecem, registando pelo caminho todos os episódios relevantes de saúde. No entanto, todos sabemos que há uma boa parte da população que não tem médico de família, sequer.
Se abrigar a família toda sob o mesmo seguro de saúde familiar, pode aproveitar a cobertura do seguro para apoio médico, escolher um médico e chamá-lo a casa sempre que precisa. A visita vai ser comparticipada pelo seguro e, se o médico for sempre o mesmo, passa a ter uma espécie de uma versão particular do que seria um médico de família, o que só tem vantagens.
7. Coberturas alargadas
Tal como o nome indica o Serviço Nacional de Saúde tem um alcance geográfico limitado ao território português, ou seja, só funciona dentro do nosso país.
Do lado de fora da fronteira, em caso de necessidade, as regras do jogo são diferentes e, mesmo que tenha um cartão europeu de saúde, as suas opções ficam restringidas aos hospitais públicos do país onde estiver, independentemente da qualidade de serviço que ofereçam.
Nestes casos, um seguro de saúde familiar alarga as coberturas a um nível transfronteiriço, garantindo-lhe a possibilidade de procurar hospitais privados mesmo que esteja fora de casa. Mesmo que esses hospitais não tenham convénio com a sua seguradora e o obriguem a adiantar o dinheiro do seu bolso, pode sempre enviar as faturas e pedir o reembolso quando voltar a casa, coisa que não pode fazer no SNS.