Share the post "Seguros online são rápidos e simples. Mas será que compensam?"
Contratar seguros online já se tornou, para muitos consumidores, a única forma de proceder quando se trata de fazer um seguro para a casa ou para o carro.
Tal como acontece com os bancos ou com as compras, tratar de um seguro já não implica deslocar-se fisicamente a um estabelecimento, aguardar a sua vez e ter de escolher os dias úteis e determinadas horas para tratar destes assuntos.
A internet veio simplificar uma série de processos e os seguros online são apenas mais um sinal de que, hoje em dia, temos praticamente tudo à distância de um clique.
Menos deslocações, menos tempo perdido, menos papel. Aparentemente, são só vantagens. Mas será mesmo assim?
Seguros online: prós e contras
Para muitas pessoas, o principal receio em recorrer à internet para tratar de assuntos como contas bancárias ou seguros é o receio que este meio ainda causa, não só porque tudo é virtual, mas também porque são muitas as notícias sobre fraudes online.
Este é um ponto em que os seguros online não perdem para os tradicionais. Na verdade, todos os seguros são alvo de supervisão por parte da ASF.
A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões regula e supervisiona a atividade seguradora, resseguradora, dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras e da mediação de seguros.
Ou seja, há um conjunto de regras que todos têm de cumprir e, em caso de dúvida ou reclamação, pode contactar esta entidade.
Direitos e deveres
E é a própria ASF que, no seu site, esclarece que “podem celebrar-se contratos de seguro por telefone ou internet”, alertando, desde logo, para duas obrigações:
- Devem ser prestadas ao tomador do seguro informações sobre o segurador e as condições do contrato, antes deste se vincular.
- O tomador do seguro tem também de identificar, de um modo completo e verdadeiro, o risco que apresenta ao segurador.
Estas duas condições, essenciais nos seguros presenciais, mostram, ao consumidor mais relutante, que os seguros online são tão credíveis como os outros.
Por outro lado, o cliente tem, online, a mesma obrigação de ser verdadeiro nas declarações prestadas.
A entidade que supervisiona os seguros sublinha também que, para além das informações comuns que são aplicadas a outros contratos, o segurador deve informar o potencial segurado sobre:
- os custos adicionais dos meios de comunicação à distância;
- o modo de realizar o pagamento;
- o direito de livre resolução do contrato;
- o período de validade das informações prestadas;
- os meios alternativos de resolução de litígios e o respetivo modo de acesso.
Todas estas informações devem ser prestadas de forma clara e em português, antes da celebração do contrato.
Estipula também que estas informações devem estar acessíveis no site, devem ser apresentadas ao tomador do seguro à medida que ele avança no processo de contratação e devem poder ser guardadas.
Mediador ou seguros online?
A verdade é que pode ter ambos. As seguradoras já oferecem aos mediadores a possibilidade de efetuarem seguros online.
O mediador intervém na apresentação da proposta e na divulgação e recolha de documentos, mas o cliente pode tratar de tudo por e-mail, sem necessidade de se deslocar.
Recebe a proposta, analisa a documentação, assina e envia por mail os documentos que forem necessários e, em poucos minutos, tem o seguro feito. Esta opção, quando aliada, por exemplo, ao débito direto, pode ter condições bastante vantajosas.
Para além ser mais fácil esclarecer dúvidas, a vantagem de recorrer a um mediador é que será ele a analisar as várias opções existentes no mercado e a escolher a que lhe parecer mais adequada ao seu caso.
Simular e comparar
No caso dos seguros online, tem duas opções: ou faz várias simulações, ou recorre a uma plataforma de comparação de preços.
No caso, por exemplo de um seguro automóvel, terá de incluir os dados do veículo e outras informações, como a idade do condutor habitual, o tipo de utilização, se tem ou não garagem, etc.
Se pretende fazer um seguro para a casa, a localização, ano de construção ou a existência de alarme, por exemplo, são fatores que alteram o valor do seguro.
Recorrendo a um simulador ou a um comparador, e até porque nem sempre é fácil perceber “as letras pequeninas”, antes de assinar contrato tenha sempre em atenção as coberturas abrangidas, as exclusões ou os períodos de carência.
Podem parecer detalhes, mas é nos detalhes que está a diferença de preço.
Nem sempre precisa de recorrer à opção mais cara, mas escolher o mais barato pode significar que está a abdicar de algo que, em caso de acidente, pode ser importante.
Outra forma de tentar baixar o preço do seu seguro passa por concentrar, no mesmo prestador, os diversos seguros que tem.
Os seguros online são mais baratos?
O preço é, à partida, uma das vantagens competitivas destes seguros.
Sem espaços físicos e com um número mais reduzido de funcionários, as empresas que operam apenas online têm a vantagem de poder oferecer preços mais baixos.
Por outro lado, muitas vezes estes preços só são possíveis porque os serviços oferecidos são low cost, ou seja, contemplam apenas as coberturas básicas, que podem não ser o que precisa.
Outra razão porque é difícil comparar é porque não há dois seguros iguais. O que é bom para o seu vizinho pode não dar, à sua casa, a proteção necessária.
Dois automóveis iguais são conduzidos por pessoas diferentes, com antecedentes e necessidades diferentes.
Por isso, não veja apenas os valores que são apresentados nos anúncios. Geralmente têm um “desde” antes do preço e abrangem apenas coberturas mínimas para casos muito específicos. Ou podem ser apenas promoções limitadas a um determinado período.
Ou seja, poderá fazer ótimos negócios online, mas tente sempre comparar e avaliar as várias opções. Embora os seguros online sejam mais rápidos e simples, isso não significa que não possa levar o tempo que for necessário para tomar a melhor decisão.