Visão desfocada, ardor e cansaço ocular são alguns dos sintomas da síndrome visual do informático. Já ouviu falar? Se passa boa parte do tempo em frente ao computador, é provável que faça parte dos 25% de pessoas afetadas pela doença. É hora de ficar alerta aos seus sinais.
Três horas seguidas em frente ao ecrã do computador, do tablet ou do telemóvel. Um hábito cada vez mais comum na rotina de jovens e adultos e que pode significar estar exposto a uma nova patologia oftalmológica: a síndrome visual do informático. Os sintomas são, muitas vezes, encarados com normalidade e é habitual que as pessoas não os valorizem como deveriam. A realidade é que os monitores mudaram a nossa forma de ver o mundo, e junto com isso, estão a alterar também a nossa visão.
Síndrome visual do informático: o que é?
O olho humano não foi feito para ver apenas de perto, mas os ecrãs da vida moderna encurtam cada vez mais a nossa perceção do mundo. Exercitamos menos a nossa capacidade de ver ao longe e a proximidade com que olhamos para os objetos que fazem parte da nossa rotina diária está a alterar a visão humana. Ver bem está a ser cada vez mais difícil.
A doença oftalmológica é emergente e o problema é, de facto, epidémico. Hoje, a síndrome visual do informático é encarada como uma questão de saúde pública, devido ao aumento exponencial no número de casos diagnosticados. Dores de cabeça, cansaço ocular e sensação de ardência são alguns dos sintomas mais comuns relatados por quem já sofre com a patologia.
Hoje em dia, 75% das atividades diárias incluem a utilização de um ecrã, número que já está refletido na grande fatia de pessoas afetadas pela síndrome: 25% da população que faz uso diário e prolongado das tecnologias é diagnosticada com a doença. Alguns estudos concluíram que, em todo o mundo, 70 milhões de profissionais estão na eminência de sofrer com esta lesão ocular. O principal alerta a ter em conta a partir destes estudos é: este número vai continuar a crescer.
A síndrome visual do informático em Portugal
Em Portugal, ainda não há estudos que revelem o número de pessoas afetadas, mas sabe-se que crescem os relatos em consultório sobre as queixas típicas da doença. Os oftalmologistas Portugueses são taxativos ao afirmar que a irritação ocular e a vermelhidão são sinais clínicos que identificam este problema de saúde, e há cada vez mais pessoas afetadas em todo o país.
Fatores de risco: infância e velhice
- Infância: a ausência de autocontrolo na utilização de dispositivos tecnológicos, que habitualmente não são desenhados para a utilização por elas, e a negligência no que diz respeito aos sintomas, fazem com que as crianças sejam um grupo de risco a ter em conta.
- Idosos: as populações mais velhas sofrem com a pouca lubrificação ocular, fator que as torna mais suscetíveis aos danos provocados pelos ecrãs.
Principais sintomas
- Olhos vermelhos
- Irritação ocular
- Cansaço ocular
- Ardência
- Visão dupla ou desfocada
- Dores de cabeça
- Dores nos ombros e no pescoço
Prevenção
- Utilizar equipamentos de qualidade e corretamente posicionados.
- Espaço de trabalho com ar pouco seco.
- Evitar ventilação artificial, pó, luz constante e intensa.
- Fazer pausas – experimente seguir a regra 20-20-20 e a cada 20 minutos, faça uma pausa de 20 segundos. Durante este tempo, deverá manter o olhar num objeto que esteja a mais de 6 metros de si.
As novas gerações e o futuro da visão
Num mundo onde as brincadeiras à luz do dia são cada vez mais raras e os ecrãs ocupam cada vez mais espaço na rotina das crianças, é possível mesmo afirmar que as novas gerações estão a desenvolver uma visão mais deficiente. A miopia está a crescer a um ritmo acelerado e a razão é simples: as crianças já não exercitam a visão ao longe e a falta de exposição ao sol diminui a produção natural de dopamina, fatores que levam ao aumento do globo ocular.
A responsabilidade social
Por apresentar um rápido aumento no número de casos, a síndrome visual do informático é um assunto sério e que requer a máxima atenção da população. A evolução da tecnologia e as rotinas de trabalho devem, a curto prazo, ter responsabilidade no que toca às suas influências na visão do trabalhador. Embora possa ser tratada, uma vez desenvolvida a patologia oftalmológica, dificilmente serão apagados todos os malefícios que causou à visão.
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