Share the post "Sines e Melides: ponto de partida para o litoral alentejano"
Fundem-se com o mar e é, muitas vezes, este o principal meio de subsistência. Afinal, Sines e Melides estão ligados ao Oceano Atlântico e existem muitas e boas provas disso mesmo, não só pelas atividades económicas existentes, como pela gastronomia e atividades de lazer.
Mas vamos por partes. Sines pertence ao distrito de Setúbal e encontra-se numa posição que parece abranger dois “Alentejos” diferentes: as praias de areia fina a Norte que nos guiam até Troia e, para Sul, as pequenas enseadas que compõem uma parte considerável do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina.
A região é famosa na história de Portugal por ser a cidade-berço do navegador Vasco da Gama, que descobriu o caminho marítimo para a Índia, no final do séc. XV. Esta viagem foi de tal forma importante que mudou o mundo, passando a ligar a Europa e o Oriente. E foi a partir daqui que as relações comerciais se intensificaram. Por esse motivo, Vasco da Gama foi nomeado Almirante dos Mares das Índias.
Já Melides, pertencente ao concelho de Grândola, é um local marcado pelas belezas naturais, onde se destaca a atual Fonte dos Olhos, assim denominada por formar um espetacular espelho de água, junto do qual é possível fazer um piquenique em família. Mas são, igualmente, as praias e a lagoa que marcam a freguesia e condicionam as atividades económicas.
Parta connosco neste roteiro que percorre uma das zonas mais bonitas de Portugal.
O que não pode perder em Sines
Em Sines não faltam cantos e recantos para percorrer e descobrir, sem pressas e com tempo, pois só assim poderá apreciar todas as graças que a cidade oferecer a cada visitante.
E começamos precisamente por aqui: prefira sempre conhecer o local a caminhar, deixe o carro de lado e terá grandes vantagens: faz exercício físico, poupa na gasolina, protege o meio ambiente e descobre locais que de outra forma não encontraria.
Centro histórico de Sines
O centro histórico de Sines estende-se por uma falésia que liga o castelo ao Forte do Revelim – já lá vamos – e não conseguimos colocar em palavras a beleza da paisagem e cenário natural com que se vai deparar. Nunca o Atlântico lhe parecerá como se tivesse sido uma obra criada pela mão do homem ao mais ínfimo pormenor.
Neste trajeto, irá, ainda, descobrir locais mais comerciais, como é o caso das Ruas Cândido dos Reis e Teófilo Braga; a Rua Vasco da Gama, assim nomeada por se localizar ali a casa onde habitou o navegador – não, infelizmente a mesma não está disponível para visitas; e o Largo dos Penedos, ponto de observação do mar, algo que os pescadores faziam para saber o que as esperava antes de cada jornada de trabalho.
Centro de Artes de Sines
Enquanto deambula pelo centro histórico de Sines, irá encontrar o Centro de Artes de Sines, um edifício de arquitetura portuguesa contemporânea, fundado em 2005, e que contrasta com o restante cenário mais antigo.
Além disso, o centro é o principal equipamento cultural e de suporte às artes e educação em Sines.
Castelo de Sines
Mais do que um simples castelo, esta fortaleza rodeia parte da cidade de Sines, precisamente pela sua posição cimeira e altiva. Foi erguido em 1480, precisamente, para proteger a população e observar quem chegava via oceano. Ainda hoje é o melhor mirante da baía e o local ideal para tirar umas fotografias dignas de Instagram.
Forte do Revelim
E se o castelo permitia observar, o Forte do Revelim ou Forte da Nossa Senhora das Salas, protegia. Foi construído no séc. XVII, com o objetivo de proteger a zona ribeirinha de eventuais ataques de corsários e piratas.
Praias
Falar de Sines sem falar nas praias é quase pecado. Como tal, deve dedicar algum do seu tempo – ou bastante, se estiver a precisar de relaxar e descansar – para desfrutar das praias de Sines que em nada ficam a dever a outro locais internacionais.
Senão vejamos: areia clara e fina, águas calmas e cristalinas que permitem ir a banhos sem medos. Parece-lhe bem? Pois bem, saiba que encontrará tudo isto em Sines. O grande destaque vai para a Praia Vasco da Gama, Praia de S. Torpes e as pequenas praias de Porto Covo.
Locais que deve mesmo visitar em Melides
E se terminamos a falar das praias de Sines, este é o ponto de partida para conhecer Melides, mais pequena em tamanho, mas igualmente paradisíaca.
Também as praias, pois claro
Melides integra o concelho de Grândola onde se localiza “apenas” a maior extensão de praia do país. Assim sendo, não lhe faltam boas opções, para umas belas horas de puro relaxamento, especialmente a Praia de Melides e o seu enorme areal.
Ao redor, um pouco mais afastado, há outras praias que também valem a pena a visita, como, por exemplo, as concorridas praias de Tróia, Comporta, do Carvalhal e do Pêgo.
Lagoa de Melides
Se está em Melides, a lagoa é ponto de visita obrigatório. Sim, também poderá aventurar-se a banhos, mas o melhor da zona é mesmo a existência de um ecossistema sensível e peculiar. Graças a isso, este é o habitat natural de várias espécies de aves e peixes.
Recentemente, a Lagoa de Melides marcou presença nas notícias por outro facto curioso: foram encontrados destroços de uma embarcação, possivelmente um navio holandês do século XVII. Suspeita-se ser “ Schoonhoven”, um navio holandês que terá naufragado ao largo da freguesia em janeiro de 1626. Infelizmente, o achado arqueológico, só poderá ser visto durante a maré-baixa. Se tem curiosidade em conhecer, tenha este fator em conta.
Património histórico
A existência de destroços de um navio parecer ser apenas um dos muitos exemplos do grande património histórico presente em Melides e de diferentes períodos históricos. Destacam-se o Dólmen da Pedra Branca localizada na Herdade do Montum, e a Necrópole de cistas das Casas Velhas localizada na Herdade das Casas Velhas, ambos em Vale Figueira.
Aproveite ainda para visitar o núcleo urbano antigo da aldeia, onde as casas ainda conservam traçados dos séculos XVIII e XIX, com janelas de sacada e varandas de ferro forjado; as ruínas da igreja de Santa Marinha; e a Igreja de São Pedro que ostenta orgulhosamente a cruz da Ordem de Santiago.
Experiências a não perder
Naturalmente que a ligação e proximidade com o mar só poderia dar bons frutos, ou melhor, bons pratos. Assim sendo, a qualidade da comida é irrepreensível, pelo que a cidade está cheia de bons restaurantes, muitos deles com uma localização privilegiada, virados para o oceano.
Os pratos principais são feitos à base de peixe e marisco, como açorda de marisco, feijoada de búzios, arroz de marisco, saladas de choco, de búzio ou de ovas ou migas com peixe frito.
Mas, a refeição não termina sem um docinho. Os típicos da região são os “Vasquinhos”. São pequenos bolos feitos com amêndoa e assim nomeados em homenagem ao navegador Vasco da Gama.
Além das experiências gastronómicas há outras a considerar. E estas são destinadas aos estômagos mais aventureiros e têm o mar como palco.
Surf, windsurf, bodyboard, passeios de barco e caiaque, são apenas alguns exemplos, aos quais se juntam a pesca recreativa e a prática de mergulho.