Certamente já terá ouvido falar do sistema Common Rail. E não, não precisa de ser um aficionado dos automóveis ou de engenharia mecânica para conhecer este sistema, até porque ele existe em praticamente todos os carros a diesel do mercado e até já lhe poderá ter dado alguma despesa no mecânico, ou algumas dores de cabeça por ter avariado. Mas se por ventura faz parte daqueles que não conhece o que é este sistema ou para que serve, fique atento a este artigo. Vamos tentar explicar-lhe tudo isto de uma forma prática e simples.
A tecnologia utilizada no desenvolvimento de novos automóveis tem evoluído consideravelmente nos últimos anos, e graças à procura de modelos não só mais eficientes, como também mais ecológicos por parte dos utilizadores, praticamente todas as marcas adoptaram sistemas que reduzem não só os consumos, mas também as emissões de carbono. O sistema Common Rail foi um dos principais responsáveis por permitir que os carros a diesel mais modernos consigam fazer consumos na casa dos 4 litros a cada 100 quilómetros percorridos (e se quiser fazer descer este valor pode sempre seguir algumas destas dicas para poupar mais combustível).
Mas, como funciona exatamente este sistema?
Sistema Common Rail
O que é e como funciona?
O primeiro sistema Common Rail foi lançado pela FIAT e posteriormente melhorado e patenteado pela alemã Bosch em 1997, e recebeu este nome devido a ser essencialmente um acumulador de alta pressão repartido (uma espécie de tubo comum) que fornece o combustível a todos os cilindros.
Nos sistemas de injeção a gasóleo convencionais, a pressão do combustível gere-se de forma individual em cada uma. No entanto, no sistema Common Rail, a criação e a injeção de pressão realizam-se separadamente, pois todo o combustível é armazenado num tubo comum (daí o nome “common rail”), o que significa que o combustível está sempre disponível e na pressão necessária para a sua injeção, sendo esta admissão controlada por uma unidade eletrónica.
Esta unidade eletrónica monitoriza os dados fornecidos pelo motor como a temperatura, a pressão do turbo, ou a pressão que está a fazer no pedal, e mediante os dados lidos nessa unidade, vai administrar apenas a quantidade ideal de combustível para que esta seja misturada com o ar, garantido assim a combustão perfeita em cada cilindro e a máxima eficiência.
Quais são as principais vantagens?
A principal vantagem deste sistema de injeção é a performance. Como a quantidade de combustível injetada no motor é controlada, isto vai fazer com que o motor do seu carro trabalhe sempre com a máxima eficiência, garantindo assim que o seu motor vai ser capaz de fazer consumos bastante mais baixos, do que um motor que utilize outro sistema de combustão. Também lhe vai garantir que o seu motor vai ter as mesmas prestações enquanto estiver a trabalhar “a frio”, e vai também oferecer mais binário a rotações mais baixas, fazendo com que não tenha que recorrer à caixa de velocidades sempre que precisar de fazer uma ultrapassagem.
Outra das vantagens deste sistema é o facto de ele ser bastante mais ecológico, sendo clara a redução de emissão de gases poluentes, pois havendo menos combustão (este sistema consome menos 20% de combustível), há uma menor emissão de gases nocivos.
Devido a esta tecnologia ter um design modular, ela pode ser usada em qualquer modelo de qualquer marca, e cada uma das empresas atribui posteriormente uma designação diferente à motorização dos seus automóveis, sejam eles citadinos, sedans de luxo ou até mesmo off-roaders.
No caso da Mercedes é utilizada a designação CDI, no grupo Volkswagen são chamados TDI, na Kia e na Hyundai apelidam de CRDI, no caso da Peugeot e Citroen são motores HDI… Os nomes são vários, mas parte do segredo do seu carro diesel ter hoje um consumo de combustível tão baixo, quando comparado com um modelo semelhante dos anos 90 é mesmo a utilização do sistema Common Rail.
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