A administração de Trump bloqueou a continuação da Huawei no mercado americano. Os EUA afirmam que a empresa chinesa está aproveitar-se dos novos lançamentos 5G para fazer espionagem. A fabricante nega todas as acusações e não faz por menos: está a caminho um novo sistema operativo da Huawei.
Huawei Vs. EUA: o que aconteceu?
Há bem pouco tempo, os norte-americanos lançaram uma verdadeira “bomba” sobre a atuação da Huawei, uma das empresas chinesas mais bem sucedidas no mercado (sobretudo o dos smartphones). Em causa está a nova rede 5G, que a marca asiática afirma lançar o quanto antes.
Trump não gostou do gesto, sobretudo por o “inimigo” parecer antecipar-se aos Estados Unidos da América numa das maiores inovações do século. Dada a situação, o Presidente dos EUA acusou a Huawei de querer fazer espionagem diretamente para Pequim através da referida rede.
Com isto, Trump ordenou que a Google, responsável pelo desenvolvimento do sistema operativo Android, bloqueasse todo e qualquer fornecimento à Huawei, que se viu igualmente bloqueada por empresas como a Qualcomm (fabricante de processadores para dispositivos móveis).
A verdade é que, até à data, a gigante tecnológica chinesa tem todos os seus dispositivos equipados com o sistema Android, o que pode vir a constituir um grande problema para os utilizadores – a ordem de Trump pode ter consequências graves, já que se espera que mais nenhuma atualização chegue aos aparelhos Huawei.
De igual modo, passará a ser impossível os utilizadores da marca chinesa utilizarem a Google Play Store para fazer download de aplicações. O bloqueio é real e global, tendo “encostado” a Huawei “à parede”, que admite levar o assunto para os tribunais internacionais. Ainda assim, a marca já emitiu um comunicado a descansar os utilizadores.
Como irá reagir a empresa chinesa? Tudo indica que vem aí um novo sistema operativo da Huawei.
Sistema operativo da Huawei pronto a lançar
A confusão instalou-se e, depois da administração de Trump ter dado 90 dias à Huawei para retirar todos os seus aparelhos do mercado norte-americano, a empresa reagiu e gerou ainda mais confusão (interna e externa). Em declarações à TechRadar, Alaa Elshimy, Vice-Presidente da Huawei Enterprise Business Group no Médio Oriente, disse que o lançamento do novo sistema operativo não era a opção inicial.
“A Huawei sabia que isto poderia acontecer e estava preparada. O sistema operativo está pronto desde janeiro de 2018 e era o nosso ‘Plano B’. Não o queríamos lançar no mercado porque tínhamos uma forte relação com a Google e outras empresas e não queríamos estragar isso. Agora, vamos lançá-lo no próximo mês”.
Após a entrevista de Elshimy, a Huawei prontificou-se a desmentir a data de lançamento do novo sistema operativo, afirmando que tinha existido “confusão interna” e que não há, ainda, uma data oficial. O mês de junho talvez não seja, por isso, o escolhido, mas é certo que o Ark OS está pronto para ver a luz do dia.
De “Plano B” para “Plano A”
O nome do novo sistema operativo da Huawei ainda confirmado pela Huawei, mas tudo indica que o novo sistema operativo se chamará Ark OS e que, a ser lançado, vai concorrer com o Android, da Google e o iOS, da Apple. A interface será, naturalmente, diferente daquela a que os utilizadores estão habituados, mas as funcionalidades deverão manter-se.
Em vez da Play Store, os utilizadores vão passar a usar a AppGallery, loja da Huawei para download de aplicações que, de resto, sempre esteve presente nos dispositivos da marca (já pré-instalada). E não é só através da sua loja online que a empresa espera dar a volta à situação.
A importância da produção própria
Se o bloqueio não for anulado, a Huawei quer contornar a situação através de produção própria. A verdade é que, para além da Google, muitas outras empresas produtoras de componentes deram por encerrado o seu contributo à marca. Desse modo, como é que a empresa chinesa pode continuar a produzir aparelhos eletrónicos?
Alaa Elshimy foi mais longe ao explicar a importância da produção própria e do facto da Huawei ser autosustentável desde sempre. “As sanções dos EUA não vão afetar o sistema operativo da empresa nem os componentes utilizados, uma vez que somos auto-suficientes em vários aspetos.”
Elshimy acrescentou ainda que a empresa chinesa tem “todos os chipsets à exceção dos Intel para computadores e servidores. Todas as empresas no mercado estão a usar chipsets da Qualcomm e nós somos os únicos que usamos o nosso próprio chipset. É exatamente por isso que podemos ir à velocidade que queremos”.
Será que o novo sistema operativo da Huawei pode salvar a empresa? Tudo indica que sim, já que a empresa parece estar a preparar muitas novidades para os seus utilizadores que, de resto, querem comprovar que a marca sobrevive sem o contributo de empresas americanas.
Estará para breve uma Guerra Mundial tecnológica? Tudo indica que este é só o início e que os próximos dias serão cruciais para a estratégia da Huawei. Ainda que sem data, tudo indica que o novo sistema operativo está mesmo a chegar.