Como será trabalhar na sociedade 5.0? O mundo laboral tem evoluído lado a lado com a tecnologia, e há muito vem sendo anunciada uma revolução digital que atingirá todos os setores e níveis da sociedade. É de facto no mundo laboral que as maiores alterações serão sentidas.
O termo sociedade 5.0 refere-se a um novo paradigma que tem como base o posicionamento do Homem como ponto chave da inovação e da transformação tecnológica.
Ou seja, a tecnologia passa a estar definitivamente ao serviço do bem-estar e da qualidade de vida. As pessoas viverão mais tempo e melhor, a criatividade individual será mais valorizada do que nunca, e as empresas irão focar-se mais em aspetos realmente importantes para o desenvolvimento humano, como a responsabilidade social, tudo isto com o suporte das novas tecnologias.
Sociedade 5.0: o próximo passo na evolução?
Viver na sociedade 5.0 significa vivermos num contexto económico e social em que as indústrias que estão a despontar neste momento, como a indústria de big data, a inteligência artificial, a bio-robótica ou a economia partilhada, já se encontram incorporadas no sistema vigente e funcionam em pleno, permitindo que as pessoas vivam de uma forma mais sustentável.
Esta noção de sociedade inteligente dará os primeiros passos no Japão, e prevê-se que depressa tenha repercussões no resto do mundo.
De entre as desigualdades e problemas que a sociedade 5.0 propõe resolver ou atenuar contam-se o envelhecimento da população, a poluição, a limitação de energia eléctrica, os desastres naturais, a insegurança e a desigualdade social.
O impacto da sociedade 5.0 na (r)evolução do mercado de trabalho
Pelo menos metade dos empregos atualmente poderão deixar de existir tal como os conhecemos. Contudo, isto não significa que se extingam. Podem, sim, vir a sofrer modificações drásticas que cheguem mesmo a dispensar a intervenção humana em muitos setores de atividade.
Novas formas de trabalhar e novas noções sobre o propósito do trabalho estarão certamente à espreita, e olha-se para tudo isto de uma forma otimista. O propósito desta nova forma de trabalhar vai refletir-se na melhoria das condições de vida para um número significativo de pessoas.
O papel das empresas na sociedade 5.0
O modo como as empresas vão encarar o trabalho, e a forma como os trabalhadores vão ser tratados no contexto da sociedade 5.0 parte de uma ideia que já se começa a verificar atualmente: a produtividade é muito maior quando as pessoas estão felizes.
As empresas começam finalmente a verificar que ao criarem condições para que os seus trabalhadores vivam vidas equilibradas e felizes, estão a contribuir para uma sociedade mais equilibrada.
A sociedade 5.0 questiona o valor do ser humano
Em alguns países já se antecipa este cenário, propondo-se um “salário mínimo universal”, a ser atribuído a todos, mesmo àqueles que não trabalhem.
O fundamento? A ideia de que numa sociedade em que as máquinas podem e irão fazer certas tarefas melhor que os humanos, o valor de cada pessoa deve ser independente daquilo que produz.
O mercado de trabalho
Comparativamente com o paradigma que vivemos agora, em que a eficiência é um aspeto central para o mercado de trabalho, no contexto da sociedade 5.0 os trabalhadores serão libertados dessa pressão de sentirem que têm que ser sempre eficientes.
As necessidade individuais, a solução de problemas e a criação de valor assumirão o lugar agora ocupado pela constante busca de eficiência no trabalho.
Em vez disso, a ênfase será colocada na satisfação das necessidades individuais, na solução de problemas e na criação de valor.
Os trabalhadores não serão propriamente trabalhadores, mas pessoas que vivem, aprendem e trabalham livres de influências opressoras sobre a individualidade, como por exemplo a discriminação por género, raça, ou nacionalidade. Os seus modos de pensar e valores serão respeitados.
A exclusão social na sociedade 5.0
Mas nem tudo é positivo: o conceito de pobreza, na sociedade 5.0, está intimamente ligado ao de exclusão tecnológica. De facto, as tecnologias trarão vantagens à população, mas não podemos generalizar.
As pessoas que, por alguma razão, não possam aceder à tecnologia estarão numa posição de fragilidade.
As novas tecnologias, como a inteligência artificial, permitirão gerar conhecimento e inteligência, que estarão ao serviço dos trabalhadores, permitindo que estes tenham melhores condições de vida e de trabalho.
A sociedade 5.0 será o sistema que trará sustentabilidade em todos os níveis (económico, ambiental, social e político, com o foco nas pessoas e na criação de valor).
A importância da sociedade para o mundo laboral passa, resumidamente, por libertar os trabalhadores das tarefas mais penosas, possibilitando que se concentrem no que realmente interessa, e isso passa pelo uso da imaginação e da criatividade.
Estamos a falar por exemplo de espaços de trabalho inteligentes controlados por wifi, veículos de transporte autónomos, robôs que passam a realizar certas tarefas rotineiras dos trabalhadores, permitindo que se concentrem em atividades que exigem mais das suas capacidades “humanas”, como a criatividade, a empatia, e a capacidade de relacionar ideias.