Com um nome um pouco estranho, mas com uma importância enorme, poucos sabem o que é a sonda lambda e qual o papel deste componente.
Esta sonda, que também pode ser designada por sensor de oxigénio, deve a sua designação à letra λ (lambda), presente no alfabeto grego e que é utilizada para descrever a relação combustível-ar real presente nos gases emitidos pelo motor, e a relação que é considerada a ideal.
sonda lambda: Para que serve?
A sonda lambda tem como principal função: detetar os níveis de ar presentes nos gases emitidos, controlando a quantidade de combustível que deve ser enviada para o motor.
Assim, a sonda lambda é fundamental para um correto funcionamento dos veículos a combustão.
Nestes veículos, o motor funciona na sequência da explosão que acontece quando são misturados oxigénio e combustível.
E a mistura destes dois componentes deve acontecer em determinada proporção.
A mistura ideal entre a gasolina, diesel ou etanol e oxigénio é designada por relação ideal ou estequiométrica. Esta relação pode ser classificada de duas formas:
- Se o valor da relação combustível-ar real for inferior a um lambda (λ < 1): a quantidade de ar é inferior ao ideal, e considera-se que a relação combustível-ar é rica, ou seja, tem pouco ar e muito combustível, que torna o carro pouco eficiente porque está a queimar muito combustível
- Por outro lado, se existir um excesso de ar e, por isso, a relação combustível-ar real for superior a um lambda (λ > 1): a mistura é considerada pobre, ou seja, a mistura tem muito ar e pouco combustível para a realizar a combustão
Nos motores a gasolina, por exemplo, a relação estequiométrica ideal é de 14,7 partes de ar para uma parte de combustível. Contudo, esta proporção de ar-combustível não é sempre constante.
É afetada por vários fatores externos, nomeadamente: ambientais (temperatura, pressão e humidade do ar), e alguns inerentes ao funcionamento do próprio veículo (temperatura do motor e rotações).
Sem a sonda, o motor não funcionaria de forma eficiente. Este componente do automóvel contribui para a diminuição da emissão de gases poluentes, a economia de combustível e assegura que não se compromete a potência do motor.
Como funciona a sonda lambda?
A sonda fica localizada num ponto estratégico: junto ao motor, depois dos colectores de escape e alguns centímetros antes do catalisador, permitindo recolher os gases quando estes estão ainda quentes.
Existe ainda outra parte da sonda que fica em contato com o ar exterior. A sonda funciona de forma mais eficaz acima dos 300 ºC.
Algumas sondas não dependem da temperatura do motor para funcionarem, pois são aquecidas de forma elétrica. Neste caso, as sondas podem ser encontradas junto ao catalisador.
Existem também motores que contêm duas ou mais sondas lambda (localizadas antes e depois do catalisador), por forma a tornar o seu desempenho ainda mais eficiente.
A sonda pode ser composta por dióxido de zircónio ou por óxido de titânio.
Quando o dióxido de zircónio, um material cerâmico, atinge os 300 ºC, transforma-se num condutor de iões de oxigénio.
Analisando a variação de tensão (medida em mV ou milivolts), a sonda consegue identificar se existe uma grande ou pequena quantidade de oxigénio nos gases emitidos.
Uma tensão até, aproximadamente, 500 mV, representa uma mistura pobre. Acima dos 500 mV, a mistura é considerada rica.
Por outro lado, se a sonda for composta por óxido de titânio, esta não necessita medir a quantidade de oxigénio do exterior, pois consegue mensurar a concentração de oxigénio através de um semicondutor que altera a sua resistência elétrica.
A mistura é considerada pobre quando a resistência é de, aproximadamente, 20 kilo-ohm, e é considerada rica quando este valor é de 1 kilo-ohm.
Os sensores de óxido de titânio têm um menor tempo de resposta (embora o tempo de resposta de qualquer sonda seja curto, variando entre 0,13 e 0,30 segundos), mas são mais caros e têm uma maior sensibilidade a impactos mecânicos.
Os custos de reparação
A sua função é fundamental, mas a sonda lambda pode, muitas vezes, ser considerada como um grande problema.
Alguns dos sinais de que a sonda lambda pode ter problemas são:
- Aumento do consumo de combustível;
- Fumo preto libertado pelo cano de escape;
- Reduzido (ou difícil) desenvolvimento do motor, principalmente em velocidades baixas;
- Perda de potência quando em velocidades elevadas.
Muitos dos problemas associados à sonda lambda não estão realmente relacionados com esta sonda, mas com erros da componente electrónica do motor. Assim, a sonda é, algumas vezes, substituída sem ser efetivamente necessária a sua substituição.
Antes de substituir a sonda lambda verifique, ou solicite ao mecânico que verifique, alguns outros componentes, nomeadamente:
- Velas de ignição;
- Injetores;
- Bomba de combustível;
- Filtro do ar e de combustível;
- Válvulas do motor;
- Correia de distribuição;
- Combustível utilizado.
Caso seja necessário trocar a sonda lambda, e tendo esta uma função tão importante no funcionamento do automóvel, é recomendável optar por peças originais e de qualidade.
O custo da substituição da sonda lambda depende do modelo do automóvel e do custo de mão de obra.
Ao realizar uma pesquisa por uma sonda lambda para um Renault Clio 1.5 dCi de 110 cavalos de 4.ª geração, é possível perceber que uma sonda (não de origem) pode facilmente custar mais de 100€.
Considerando que ao custo da sonda (ou sondas) é necessário acrescentar o custo da mão de obra, a substituição desta peça pode tornar-se um pouco dispendiosa.
Para preservar a sonda lambda, é necessário realizar as manutenções necessárias ao automóvel e utilizar um combustível de qualidade. Com a correta manutenção do automóvel e revisão da sonda, é expectável que esta tenha uma durabilidade longa.