Share the post "Stress ocupacional: o que é e quais são suas consequências"
O stress ocupacional é já considerado um verdadeiro problema de saúde pública, segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA). Este é o segundo problema de saúde reportado com mais frequência na Europa, logo a seguir às perturbações músculo-esqueléticas. A EU-OSHA revela que “cerca de metade dos trabalhadores europeus considera o stress uma situação comum no local de trabalho, que contribui para cerca de 50% dos dias de trabalho perdidos”.
Em Portugal, 59% dos trabalhadores referem que o stress no trabalho é comum e apontam como causas principais a reorganização do trabalho, a insegurança no vínculo laboral e as horas de trabalho ou carga de trabalho, bem como a falta de apoio por parte dos colegas ou superiores.
O que é o stress ocupacional?
É o stress relacionado com o emprego ou ocupação, que pode ser definido como um conjunto de reações emocionais, cognitivas, comportamentais e fisiológicas a aspetos adversos da organização e do ambiente de trabalho.
Nalguns casos, o stress ocupacional não tratado pode gerar o síndrome de Burnout, caracterizado pelo esgotamento físico e psíquico devido ao trabalho.
O que pode desencadear o stress ocupacional?
- Excesso de trabalho
- Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções
- Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador
- Falta de controlo sobre a forma como executa o trabalho
- Má gestão de mudanças organizacionais
- Insegurança laboral
- Comunicação ineficaz
- Falta de apoio da parte de chefias e colegas
- Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros
- Insatisfação com o trabalho
- Atrasos no pagamento de salários
- Falta de compromisso da empresa com a saúde e segurança
- Salários inadequados
- Falta de oportunidades de crescimento na empresa
Quais os sintomas e consequências do stress ocupacional?
Para os trabalhadores:
- cansaço;
- irritabilidade;
- perturbações do sono;
- hipertensão arterial;
- dores de cabeça;
- dificuldades de memórias e concentração;
- perturbações gástricas;
- tristeza;
- baixo desempenho;
- absentismo;
- desmotivação;
- isolamento social.
Para as empresas:
- maior número de acidentes de trabalho;
- menor rendimento e produtividade;
- incumprimento de horários;
- aumento da taxa de rotação de pessoal;
- aumento da taxa de absentismo.
Como prevenir o stress ocupacional?
Os riscos psicossociais e o stress relacionado com o trabalho podem ser prevenidos e geridos da mesma forma lógica e sistemática que outros riscos de saúde e segurança no local de trabalho.
De acordo com a EU-OSHA , “a gestão do stress constitui não só uma obrigação moral e um bom investimento para as entidades empregadoras como também um imperativo legal estabelecido na Diretiva-Quadro 89/391/CEE, reforçado por acordos-quadro com os parceiros sociais sobre stress no trabalho e sobre assédio e violência no trabalho.”
Os princípios gerais de prevenção enumerados na diretiva são os seguintes:
- evitar riscos;
- avaliar os riscos;
- combater os riscos na fonte;
- adaptar o trabalho ao indivíduo;
- adaptar-se ao progresso técnico;
- substituir o perigoso pelo não ou o menos perigoso;
- desenvolver uma política de prevenção global coerente;
- priorizar medidas coletivas de proteção (sobre medidas de proteção individuais);
- dar instruções adequadas aos trabalhadores.
Se pretende saber mais sobre stress ocupacional, a EU-OSHA disponibiliza na sua página um vasto conjunto de informações e instrumentos práticos para a identificação, prevenção e gestão dos riscos psicossociais e do stress relacionado com o trabalho.
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