Os suplementos para o cérebro e memória, os chamados nootrópicos, são compostos cujo objetivo é aumentar o desempenho cognitivo. Também conhecidos como smart drugs, podem até ajudar a otimizar diversas funções cerebrais a curto prazo. Mas, na verdade, não o tornam mais inteligente a longo prazo.
Muitos pais e alunos acreditam que, com determinados comprimidos e ampolas, é possível melhorar a memória e a concentração, permitindo estudar sem parar e conseguir boas notas. No entanto, as coisas não são assim tão fáceis.
Estes suplementos prometem aumentar as capacidades cognitivas e resolver problemas de cansaço, mas não existem ensaios clínicos que confirmem a eficácia naquilo a que se propõem.
O conjunto de vitaminas, sais minerais e os outros componentes não-farmacológicos destes produtos fazem com que sejam considerados suplementos alimentares e não medicamentos. Não sendo, por isso, obrigados a cumprir os ensaios clínicos para demonstrar eficácia e segurança a que os medicamentos estão sujeitos.
Segundo especialistas da área de nutrição e neurologia, uma alimentação correta é a melhor maneira de garantir que a função cognitiva é maximizada.
Suplementos para o cérebro e memória: qual é o problema?
Estes produtos, normalmente, não contêm as vitaminas básicas necessárias para um cérebro saudável e funcional, pois partem do princípio de que quem os vai consumir já recebe, seja pela alimentação ou multivitamínicos, estas vitaminas.
No fundo, embora possam dar a sensação de estar mais alerta, nenhum destes suplementos para o cérebro e memória vai preencher as lacunas nutricionais que possam ser fundamentais para o desempenho cognitivo.
Não é que seja perigoso tomar um suplemento cerebral, no entanto, para melhorar a capacidade cognitiva e desempenho escolar, é importante pensar em hidratação, nutrição, descanso, atividade física e, claro, estudar ao longo do ano através de um plano de estudo adequado que contemple pausas e momentos de lazer.
O nosso cérebro não tem recursos cognitivos ilimitados e não devemos colocar as nossas esperanças num comprimido ou ampolas para o transformar. No entanto, todos podemos beneficiar da adoção de hábitos que nos ajudam a ativar partes não exploradas dos nossos cérebros.
A chave é focar no básico e introduzir pequenas mudanças, porém eficazes, que podem ajudar o nosso cérebro a funcionar da melhor maneira possível.
5 hábitos que deve seguir para melhorar o desempenho intelectual
1. Aumentar o consumo de gorduras boas e hidratação
Se o cérebro é, principalmente, composto por gordura e água, naturalmente, ingerir as chamadas gorduras boas e água, será útil para a melhoria do seu desempenho.
Há várias pesquisas sobre os benefícios do ómega 3, um ácido gordo que pode ser encontrado em peixes gordos como, por exemplo, salmão, sardinha ou cavala.
Abacate, nozes e sementes são também alimentos com muitos micronutrientes, vitaminas e minerais e são também ricos em ómega 6. E beber muita água, claro.
2. Beber chá verde
Muitos suplementos para o cérebro e memória contêm L-teanina. Este ingrediente pode ser encontrado no chá verde e, quando combinado com a cafeína que o chá verde tem, pode melhorar o foco e a concentração.
3. Consumir mais alimentos ricos em antioxidantes
Os antioxidantes combatem os danos dos radicais livres, já deve ter ouvido isto no contexto de envelhecimento físico e prevenção do cancro, mas são igualmente importantes para prevenir o envelhecimento do cérebro. Os frutos vermelhos, por exemplo, são excelentes fontes de antioxidantes.
4. Aumentar a ingestão de vitaminas do complexo B
Vitaminas B (principalmente B6 e B12) são essenciais para uma função cerebral saudável. Estudos mostram que as carências destes nutrientes têm um impacto negativo na cognição, humor e neuro-plasticidade.
Ovos, cenouras, batata doce e espinafre são ricos em B6, assim como os grãos integrais. Tomar um suplemento de complexo B de boa qualidade para evitar fadiga e desgaste é uma opção que não deve descartar.
5. Diminuir o stress
Embora um certo nível de stress seja bom para qualquer um de nós, em excesso pode prejudicar a função cerebral e exacerbar o declínio cognitivo.
Existem várias maneiras de reduzir eficazmente o stress, desde o descanso às atividades de lazer. Importa, neste caso, que cada um encontre a sua forma de relaxar.
No entanto, pode dar uma ajuda com a ingestão de magnésio. Este mineral é, em situações de stress e ansiedade, libertado pelo nosso organismo e é esta substância que ajuda a regular o cortisol, a hormona responsável pelo stress. 75% da população mundial apresenta a carência deste mineral.