É oficial. Uma das redes sociais mais famosas do mundo, conhecida pelos seus vídeos curtos e altamente virais, foi oficialmente proibido nos Estados Unidos da América. Com o TikTok banido, começa uma nova disputa entre duas das maiores potências do mundo.
Esta decisão marca um ponto crítico na relação entre as autoridades norte-americanas e a aplicação de origem chinesa, propriedade da empresa ByteDance, levantando questões sobre segurança nacional, liberdade de expressão e o impacto económico desta proibição.
O TikTok tem enfrentado escrutínio nos EUA há vários anos, com as autoridades norte-americanas a expressarem preocupações sobre a forma como os dados dos utilizadores são recolhidos e armazenados. As principais razões apontadas para o banimento incluem, principalmente, preocupações com a segurança nacional.
O governo norte-americano argumenta que o TikTok representa uma ameaça à segurança nacional, devido à possibilidade de os dados dos utilizadores norte-americanos serem acedidos pelo governo chinês, através da ByteDance.
Alegadamente, a aplicação recolhe informações como localização, contactos e outros dados sensíveis que poderiam ser utilizados para espionagem ou manipulação.
Há ainda a questão da influência e manipulação política, com a plataforma a poder assumir-se como uma ferramenta para influenciar a opinião pública nos EUA, através de algoritmos que promovam determinados conteúdos ou desinformação.
Outro problema citado é o da privacidade dos dados. Não obstante as promessas feitas pela ByteDance para armazenar os dados dos utilizadores norte-americanos em servidores localizados nos EUA, as autoridades continuam a desconfiar do controlo exercido pela empresa-mãe, com sede na China.
Tiktok banido nos EUA: o processo
O banimento do TikTok nos EUA surge após anos de debates e investigações. O processo incluiu ameaças de banimento durante a administração Trump, o continuar da pressão com Biden e, por fim, a legislação que levou à proibição.
Esta situação tem uma série de impactos, a começar pelos utilizadores. Milhões de utilizadores norte-americanos, especialmente jovens, que usavam a aplicação para se expressar, entreter e criar conteúdo, perderão acesso à plataforma.
Ao mesmo tempo, os criadores de conteúdo influentes que dependem do TikTok para ganhar rendimento enfrentam incertezas, com muitos a transferirem a sua presença para outras plataformas como Instagram Reels ou YouTube Shorts.
Para as empresas e as marcas, o TikTok tem sido uma ferramenta importante para empresas e marcas alcançarem públicos jovens de forma criativa. A poribição da plataforma pode forçar muitas marcas a repensar as suas estratégias de marketing digital.
Relações bilaterais
Com o TikTok banido nos EUA, a ByteDance perderá um dos seus maiores mercados globais, o que pode impactar significativamente os seus resultados financeiros. Mas também empresas norte-americanas associadas ao TikTok, como agências de publicidade e influenciadores, poderão sofrer perdas económicas.
A verdade é que com o TikTok banido, as tensões entre os Estados Unidos e a China sobem de tom, numa altura em que as duas potências já enfrentam conflitos comerciais e geopolíticos.
No entanto, ainda há espaço para potenciais negociações. A ByteDance pode considerar vender a operação norte-americana do TikTok a uma empresa local para evitar restrições permanentes, como foi sugerido no passado.
Entretanto, alternativas como o Instagram Reels e o YouTube Shorts devem crescer em popularidade, aproveitando o vazio deixado pela saída do TikTok.