A escala dos diferentes tipos de arte é, desde a Antiguidade, um assunto pouco consensual, ou melhor, um assunto que foi sendo alvo de constantes revisões. Contudo, na atualidade, a que reúne mais consenso classifica 11 tipos de arte numa ordem muito específica. Antes de a apresentar, preparamos uma síntese da sua evolução na História.
Tipos de arte na História
No século XVIII, o termo ‘Belas-Artes’ surge pela primeira vez na “Encyclopédie. Dictionnaire raisonné des Sciences, des Arts et des métiers”, publicada em França entre 1751 e 1772 e coordenada por Denis Diderot e D’Alembert. O termo fazia referência à Arquitetura, à Escultura, à Pintura e à Gravura.
Esta última, já no século XIX, deixa de ser tão visível no campo das Belas-Artes, tanto que na escala da numeração dos tipos de arte, o filósofo alemão G. W. Friedrich Hegel já nem lhe faz referência. Apresenta uma escala de seis artes:
1. Arquitetura
2. Escultura
3. Pintura
4. Música
5. Dança
6. Poesia
No início do século XX, o teórico e crítico de cinema italiano Ricciotto Canudo, no seu “Manifesto das Sete Artes” (1912, publicado só em 1923) propõe que o cinema (a imagem em movimento) seja considerado a sétima arte, aumentando assim a lista inicial de Hegel. Na sua perspectiva, o cinema era visto como uma síntese de todas as artes, chegando mesmo a referir-se ao cinema como obra de arte total.
Na atualidade, tendo em consideração o desenvolvimento das tecnologias e da própria Arte – como forma de expressão do Homem -, a escala mais consensual dos diferentes tipos de arte passou a ser a que apresentamos a seguir.
Tipos de arte na atualidade
1ª Arte – Música
2ª Arte – Artes Cénicas (Dança, Teatro)
3ª Arte – Pintura
4ª Arte – Escultura
5ª Arte – Arquitetura
6ª Arte – Literatura
7ª Arte – Cinema
8ª Arte – Fotografia
9ª Arte – Banda desenhada
10ª Arte – Jogos Multimédia
11ª Arte – Artes Digitais
Não nos parece que a escala em si tenha sido pensada com o propósito de hierarquizar os diferentes tipos de arte, de valorizar mais uma arte do que outra. Bem, pelo menos na atualidade essa linha de pensamento não faz muito sentido. É interessante, contudo, observar a forma como cada um destes tipos de arte se relacionam com os sentidos. Se o objectivo é que nos sintamos imersos na imagem, quantos mais sentidos estiverem envolvidos na relação espectador-obra, mais a obra cumpre o seu objectivo.
Não resistimos, por isso, a citar uma passagem da obra de Richard Wagner – “A Obra de Arte do Futuro” (1849): “O Homem é exterior e interior. Os sentidos aos quais o homem se apresenta como objecto artístico são a visão e a audição: à visão representa-se o homem exterior, à audição o homem interior.”
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