A tosse é uma resposta fisiológica do organismo fruto da irritação das vias áreas. Consiste numa contração espasmódica, repentina e repetitiva da cavidade torácica. Assim, ao tossirmos expelimos ar dos pulmões e outros elementos nocivos como poeiras, bactérias, vírus, fungos, entre outras substâncias irritativas.
Porém, há diferentes tipos de tosse e as suas causas também podem ser diversas. Embora esta não seja uma doença, mas apenas um sintoma, habitualmente ligeiro e passageiro. Por isso, é importante saber diagnosticar a sua origem e tratamento, já que tossir constantemente pode ser indicador de um problema mais grave que carece de exame e acompanhamento médico.
Tosse: possíveis causas e sinais a que deve estar atento
Tipos
Essencialmente, a tosse pode ser aguda ou crónica; produtiva ou seca.
Tosse aguda vs crónica: A aguda é repentina e está, normalmente, associada a infeções respiratórias, geralmente também agudas e na maior parte dos casos irá desaparecer em dias ou semanas. Já a crónica prolonga-se no tempo, pois está relacionada com outras patologias mais complexas, muitas vezes também crónicas.
Tosse seca vs produtiva: A seca não tem secreções, é irritativa e costuma atingir a faringe, a laringe e as vias respiratórias superiores. Portanto, no que respeita à tosse produtiva, ela produz secreções que podem ser amarelo-esverdeada (no caso de infeção nas vias respiratórias) ou sanguinolenta (em situação de infeção pulmonar). Assim, se este último tipo de tosse persistir mais de duas semanas, deve consultar um médico.
Tosse alérgica
Um caso especial, que merece ser analisado aparte, é o da tosse alérgica, que pode caracterizar-se como uma tosse seca persistente e que vai ter a particularidade de se manifestar somente quando o indivíduo é exposto ao elemento a que é alérgico, seja pêlo de animal, seja pó ou pólen. Assim sendo, nestas situações, é aconselhada a toma de anti-histamínicos e evitar contactar com o alérgeno.
Causas
Como já adiantámos, a tosse pode ter várias causas. Ela pode ser motivada por:
- uma infeção respiratória (gripe ou constipação);
- alergia (pólen ou ácaros) ou asma;
- irritação por poluição, fumo de tabaco, etc.;
- doença pulmonar obstrutiva crónica;
- refluxo gastroesofágico;
- sinusite;
- rinite, laringite ou faringite;
- bronquite aguda;
- bronquiectasia;
- efeito secundário de medicamentos para o coração;
- pneumonia;
- edema ou embolia pulmonar;
- insuficiência cardíaca.
Sonoridade
Além da sua duração e natureza, o som que um indivíduo faz a tossir permite, muitas vezes, diagnosticar a origem e causa dessa tosse. Por isso, atente nos seguintes 3 tipos:
- Farfalheira: Este é o som caraterístico quando as secreções se acumularam na garganta ou nos brônquios. Este género de tosse tende a piorar à noite, quando o indivíduo se deita, pois as secreções escorrem do nariz para a garganta, provocando tosse.
- Pieira: Quando a tossir, parece chiar, deve-se aos brônquios estarem preenchidos por secreções, havendo resistência à passagem do ar, durante a expiração. Assim, é um indicador de problemas nos brônquios.
- Estridor: Neste caso, falamos de um som grave e rouco que indicia inflamação na laringe e/ou traqueia e dificuldade na entrada do ar.
Tratamento
Como é claro, todo o tratamento irá depender da causa do problema, da sua duração, natureza e, também, do quadro clínico do indivíduo. Contudo, há medidas “caseiras” que podemos tomar para aliviar este sintoma e eliminá-lo o mais depressa possível. Assim, procure:
- aumentar a ingestão de líquidos;
- fazer nubelizações;
- tomar pastilhas apropriadas para o problema;
- tomar um xarope, segundo a indicação médica. Em alternativa, pode tambem preparar xaropes caseiros, como o xarope de cenoura, de gengibre ou de mel e limão;
- não dormir com o cabelo molhado;
- agasalhar-se e manter os pés sempre quentes;
- não permanecer em locais com correntes de ar;
- evitar permanecer em locais com pó;
- dormir recostado em várias almofadas, para evitar a tosse noturna mais persistente.