Margarida Ferreira
Margarida Ferreira
22 Set, 2016 - 07:00

Trabalhar em Genebra: guia essencial

Margarida Ferreira

Genebra, a cidade suíça, parece-lhe ser o destino ideal para construir uma carreira de sucesso? De facto tem motivos para estar confiante.

Trabalhar em Genebra: guia essencial

Estamos a falar de uma cidade que oferece excelentes condições de vida e que recentemente ficou classificada no top 3 das cidades com melhores salários a nível mundial.


Por que devo procurar emprego e trabalhar em Genebra?

Conhecida como a ‘cidade da paz’, dado o elevado número de organizações internacionais que a escolheram como sede (Comité Internacional da Cruz Vermelha, sede europeia das Nações Unidas, UNESCO,..), Genebra é um importante centro financeiro (o 3.º a nível europeu). A presença constante nos rankings das cidades com melhor nível de vida é um extra bem atractivo.

Antes de fazer as malas e de se mudar, deve no entanto informar-se sobre a realidade profissional e social da cidade helvética. Analise com calma os prós e os contras da mudança e não se precipite. Leia com atenção o nosso artigo. Partilhamos consigo algumas informações pertinentes sobre trabalhar em Genebra, para que possa decidir em consciência.



Emprego

Com uma economia sobretudo direccionada para os serviços, a cidade suíça tem uma forte tradição no sector financeiro, nomeadamente na banca privada. Um cenário que proporciona boas oportunidades para os profissionais portugueses com formação em economia, finanças, gestão. A especialização é sempre uma vantagem.

Informática (sede europeia da HP) e saúde (hospitais públicos e privados) são, provavelmente, os sectores com mais e melhores ofertas para os candidatos nacionais. Além disso, as mais de 20 organizações internacionais e de 250 organizações não governamentais (ONG) estão sempre a procurar colaboradores qualificados para reforçar as suas equipas.

Importa realçar que a grande maioria dos empregadores pede uma qualificação, certificada por um diploma. Quem chega deve por isso tratar da respectiva equivalência. A restauração e a hotelaria acabam, muitas vezes, por ser a opção de recurso para quem não encontra o emprego desejado ou não consegue validar as suas competências profissionais.



Salários

Não existe um salário mínimo na Suíça e, por conseguinte, em Genebra. Vigoram acordos colectivos de trabalho que abrangem a quase totalidade da população activa e definem valores mínimos para alguns sectores.

A formação e a experiência profissional têm um peso substancial no cálculo do valor mensal auferido pelos trabalhadores. A idade e a região também contam. Em 2014, os suíços rejeitaram, nas urnas, aquele que seria o salário mínimo mais alto do mundo: cerca de 3.300 euros mensais. Não obstante, o salário médio pode variar entre os 3.330 e 4.856 euros por mês.



Custo de vida

Vencimentos elevados são sinónimo de nível de vida elevado. É o reverso da medalha. Prepare-se para abrir os cordões à bolsa porque viver em Genebra é dispendioso. Um quilo de maçãs pode custar cerca de 3,40 euros e uma dúzia de ovos 6 euros. Já uma garrafa de vinho tinto não fica por menos de 12 euros e uma pasta de dentes custa mais de 5 euros.

Se está a pensar alugar um apartamento num bairro com boa vizinhança, conte com uma renda mensal superior a 3 mil euros. E se quiser contratar uma empregada de limpeza, terá de desembolsar cerca de 23 euros/hora. Dois bilhetes para o cinema rondam os 35 euros e se antes for jantar fora a conta facilmente ultrapassa os 100 euros (com sobremesa e vinho).



Segurança

O Global Peace Index 2015, ranking do Instituo de Economia e Paz, coloca a Suíça em 5.º lugar. À semelhança do restante país, Genebra é uma cidade segura para se viver, com baixos índices de criminalidade. Nos lugares com mais turistas é conveniente ter alguns cuidados, mas são os mesmos que teria em Lisboa ou no Porto.



Cuidados de saúde

Todos os residentes têm de ter um seguro de saúde e de acidentes. A oferta é vasta e variada, sendo que cada um tem liberdade para escolher o que melhor satisfaz as suas necessidades. As seguradoras são obrigadas a oferecer um plano básico, sobre o qual não podem obter lucro. Pode ainda contratar um seguro complementar, opcional, com um custo suplementar.



Visto

Os cidadãos portugueses, membros da União Europeia, podem permanecer em Genebra até 90 dias sem precisarem de uma autorização. Para quem está a pensar em mudar-se por um período de tempo superior, é preciso obter um visto de residência. O país helvético disponibiliza alguns, sendo os mais comuns:

  • Visto de residência inicial (B): Válido por cinco anos, obtém-se mediante um contrato de trabalho por tempo indeterminado ou com mais de um ano de duração.
  • Visto de residência permanente (C): Obtido após os 5 anos do visto B, é atribuído por um período indeterminado e permite ao detentor mudar de emprego e de cantão.
  • Curto prazo (L): A validade é determinada pela duração do contrato de trabalho e, geralmente, varia entre os 3 e os 12 meses. Findo este período deve ser renovado por um visto de residência inicial.

Regra geral, só os vistos B ou C permitem ao seu portador viver em Genebra. É que só na posse de um poderá candidatar-se a alugar uma casa, fazer um contrato com uma operadora, fazer um seguro de saúde, que como foi mencionado anteriormente é obrigatório. 



Língua

O francês é a língua oficial do cantão de Genebra. Mas lembre-se que são 4 os idiomas oficiais do país: alemão, italiano, romanche e francês. Convém perceber o mínimo de outra língua para que a sua integração seja mais fácil. Inscreva-se num curso, faça uma reciclagem ao seu francês mas não inicie a aventura sem um bom domínio da língua.

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