Transferir dinheiro para contas noutros bancos é um processo moroso, sobretudo se ocorrer ao fim de semana. No entanto, para quem está com pressa existem as transferências imediatas, uma solução rápida que permite que o dinheiro fique disponível na outra conta em poucos segundos.
A pressa, no entanto, paga-se. Há, por isso, um preçário específico para as transferências imediatas, bem como um limite para os valores envolvidos. Ainda assim, vale a pena conhecer a oferta existente.
O que são transferências imediatas?
As transferências imediatas são transferências bancárias que não estão sujeitas aos prazos regulares estipulados pelos bancos para proceder ao débito de dinheiro numa conta para creditar noutra.
Estas ofertas servem para casos em que a transação é muito urgente, e são oferecidas por vários bancos. Estão ao alcance de praticamente todos os clientes.
Como funcionam estas transferências?
O funcionamento das transferências imediatas é igual ao de todas as outras transferências intra ou interbancárias: o dinheiro é debitado numa conta e, após validação pelos bancos, é creditado noutra.
Importa, porém, referir que quer o ordenante, quer o beneficiário têm de ter uma conta numa instituição bancária aderente.
Quanto tempo demoram as transferências imediatas?
Surpreenda-se: as transferências imediatas demoram apenas alguns segundos. Na realidade, a parte mais demorada do processo é mesmo a autorização do banco do ordenante. Quando ela ocorre, bastam dez segundos para o dinheiro transitar para a conta do beneficiário e ficar disponível.
Porque é que as transferências imediatas podem ser mais rápidas?
Porque em causa está uma disponibilidade excecional das instituições bancárias. Apesar de o sistema usado para as transferências imediatas e não imediatas ser o mesmo, no primeiro caso este tem de estar disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano.
Basta pensar que, numa transferência regular, se quiser fazer a operação a um domingo o beneficiário só vai ter o dinheiro disponível na segunda feira seguinte – porque os bancos não estão em contacto permanente.
Se, em alternativa, fizer uma transferência imediata, o beneficiário tem de ver o dinheiro cair na conta poucos minutos depois, obrigando os bancos a um esforço extraordinário para alinhar contas.
Quem pode fazer estas transferências?
Qualquer cliente bancário, sejam empresas ou particulares, pode ordenar uma transferência imediata, embora essa operação dependa sempre do banco. Os bancos não são obrigados a disponibilizar o serviço de transferências imediatas, pelo que alguns não o têm.
Que bancos permitem fazer transferências imediatas?
Dos 18 bancos a operar em Portugal, só 10 disponibilizam o serviço de transferências imediatas.
BPI, Bankinter, Crédito Agrícola, Activo Bank, Best Bank, Millennium, Montepio, Novo Banco e Santander permitem fazer transferências imediatas online, enquanto o BBVA apenas dispõe deste serviço ao balcão.
Como se processam?
O procedimento é desencadeado por uma ordem de transferência. Quando ela ocorre, o sistema “pergunta” ao banco do ordenante se pode transferir o dinheiro.
Quando o banco diz que sim, o sistema envia o dinheiro para o outro banco (ou de novo para o mesmo, se as contas forem alojadas na mesma instituição) com a indicação de que deve ser disponibilizado ao beneficiário. O sistema do banco que recebe o dinheiro coloca então o valor em causa à disposição do titular da conta onde ele caiu.
Há limite para as transferências imediatas?
Não há limite para o número de transferências bancárias que pode fazer, mas há limite para o valor que pode transferir com este sistema.
As normas europeias determinam que as transferências imediatas sejam limitadas a 15.000 euros, embora os bancos possam acordar, entre si, o aumento deste valor. Para poder transferir mais do que o limite europeu tem de garantir que o seu banco tem um acordo bilateral com o banco do beneficiário.
Transferências imediatas para fora de Portugal
A boa notícia é que as transferências imediatas estão disponíveis para 36 países – que correspondem ao espaço SEPA (sigla de Single Euro Payment Area), ou seja, ao conjunto de países que partilham as mesmas leis, direitos e deveres de operadores de pagamento e clientes.
Quanto custam as transferências imediatas?
Por não serem um serviço obrigatório, as transferências imediatas podem ter vários preços. Em Portugal, os bancos tendem a praticar preçários distintos: os valores podem ir dos 0,52€ (no Bankinter) aos 2,60€ (no Novo Banco) – por operação.
Estes montantes, claro, são relativamente baixos porque estamos a falar de operações online. Se em causa estiverem as mesmas operações, mas ao balcão, prepare-se para gastar bem mais – o BBVA, por exemplo, cobra 12,48€ por cada transferência imediata ordenada ao balcão.
Tenha em atenção, no entanto, que alguns bancos oferecem um desconto nas transferências bancárias imediatas a alguns clientes, pelo que vale a pena confirmar com o seu banco se não arranja um preço mais em conta.
Compensa fazer transferências imediatas?
A verdade é que as transferências imediatas são muito mais caras do que as transferências regulares. A menos que tenha mesmo muita urgência e precise do dinheiro em segundos, não compensa proceder a transferências deste tipo.
As contas ganham ainda mais força se for cliente de um banco que nem sequer cobra nada por transferências bancárias regulares.
Assim, o melhor é dar prioridade a transferências regulares e aos serviços de netbanking, para reduzir a despesa de fazer circular o dinheiro.