O aumento do preço dos transportes era já uma medida anunciada pela “troika” e vai-se realizar a partir de 1 de Agosto. Os bilhetes e passes sociais sofrem assim um aumento médio de 15%, o que significa que poderá haver alguns que aumentam 25%, o que se revela muito pesado para o orçamento familiar, assim como haverá outros que não irão sofrer qualquer actualização.
Analisar a estrutura tarifária e perceber os custos envolvidos é uma das medidas da troika, portanto, como se pretende apenas que os utilizadores paguem esta factura e não os contribuintes, a solução passa por eliminar ou reduzir algumas carreiras de serviço rodoviário, ferroviário ou fluvial.
Segundo os comunistas, este aumento dos transportes é uma forma do Governo encaixar dinheiro, já a prevenir as privatizações. Além disso, acusam o Governo de as actualizações nos preços estarem a ser bem superiores à inflacção.
De acordo com o PCP, as dívidas dos transportes estão relacionadas com o facto dos sucessivos Governos não incluirem no Orçamento investimentos na área dos transportes e que agora tentar pagar essas dívidas com o aumento nos preços dos títulos de transportes não é suficiente nem solução viável.
Nos últimos anos, o Estado não desempenhou o seu papel no que toca à construção de infra-estruturas públicas, obrigando as empresas públicas a contrair empréstimos bancários, segundo acusações da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).
O problema é que à medida que o preço dos transportes aumenta, menos pessoas estarão dispostas a pagar o serviço e a longo prazo tal vai reflectir-se na menor necessidade de trabalhadores.