Uma nova investigação sugere que um traumatismo craniano com lesão cerebral associada pode aumentar o risco de sofrer de doença de Parkinson. O estudo, liderado pelo investigador Paul Crane (professor de medicina na Universidade de Washington, em Seattle) e publicado recentemente no JAMA Neurology, envolveu mais de 7 mil adultos com idades médias de 80 anos.
Entre esses, cerca de 865 sofreram, em determinada altura das suas vidas, uma lesão cerebral com perda de consciência, sendo que desses, cerca de 142 estiveram inconscientes mais de uma hora. As investigações do estudo revelaram que mais 1500 dos indivíduos estudados sofriam de demência e outros 117 sofriam de Parkinson.
Quais são as consequências?
A premissa não é nova, outros estudos já tinham encontrado uma potencial associação entre as lesões cerebrais e a possibilidade de desenvolver doença de Parkinson. Segundo Paul Crane, a lesão cerebral pode dar início a uma série de efeitos que podem conduzir à doença de Parkinson. Ou, por outro lado, de acordo com o investigador, as lesões cerebrais ainda que possam não causar Parkinson, podem tornar mais difícil a recuperação, o ajuste ou o desenrolar da doença.
Ainda assim, importa frisar que o estudo não provou a relação direta entre as lesões cerebrais e a doença de Parkinson. Apenas revela que pode existir uma possível ligação entre as lesões cerebrais com perda de memória durante mais de uma hora e o risco de desenvolver Parkinson. O estudo revela ainda que pode existir uma relação entre este tipo de lesões e os acidentes vasculares cerebrais microscópicos.
A doença de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa que afeta os neurónios responsáveis pelo controlo do movimento. Trata-se de uma condição progressiva em que se verifica o aparecimento gradual dos sintomas e a sua evolução.
Segundo a Associação Europeia da Doença de Parkinson (EPDA), estima-se que em todo o mundo mais de 6.3 milhões de pessoas sofram de Parkinson, sendo que 1.2 milhões de pessoas serão da União Europeia. Em Portugal estima-se que a doença afete 22 mil pessoas.
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