European Credit Transfer System ou ECTS é mais do que uma sigla atribuída, em quantidades distintas, às várias disciplinas de um curso superior, licenciatura ou mestrado. Trata-se de um sistema de créditos que surge com o Acordo de Bolonha e que traduz o tempo de trabalho relativo a cada unidade curricular, mas não só.
É um dos elementos que que permite o quebrar de fronteiras e o reconhecimento da formação académica entre diferentes países do Espaço Europeu de Ensino Superior.
Por isso, se frequenta ou pensa frequentar o ensino superior, vai gostar de saber tudo sobre ECTS.
Descubra as respostas a todas as dúvidas.
7 questões sobre ECTS
Para ficar devidamente esclarecido relativamente a ECTS, apresentamos-lhe 7 perguntas e respostas.
O que significa ECTS
Um ECTS é a sigla de “European Credit Transfer System”.
Um dos objetivos do Acordo de Bolonha assenta na possibilidade de qualquer estudante, independentemente da instituição ou país, poder ver a sua formação reconhecida mesmo fora do território de origem.
Nesse sentido, foi criado um sistema de créditos a aplicar em todos os países do Espaço Europeu de Ensino Superior (EEES), o qual ficou conhecido por ECTS.
O trabalho realizado ao longo do seu percurso académico é, assim, traduzido de uma forma numérica, inequívoca, legível e transferível em todo o Espaço Europeu de Ensino Superior (EEES).
Desta forma, pretende-se o reconhecimento dos estudos e diplomas obtidos nos diversos países signatários do Acordo de Bolonha – dentro do EEES e entre este e o resto do mundo. Para além disso, pretende-se promover a mobilidade dos estudantes e diplomados.
Quanto vale 1 ECTS?
O sistema de créditos traduz o tempo de trabalho efetuado pelo estudante em cada área científica e unidade curricular. Um ano de formação corresponde a 60 ECTS, um semestre a 30 e um trimestre a 20.
Assim, estima-se que a cada crédito europeu correspondem de 25 a 28 horas de trabalho, entre horas presenciais, em contexto de aula, e horas de trabalho autónomo.
Como se calculam os ECTS de uma unidade curricular?
O tempo de trabalho despendido por um estudante para obter aprovação numa unidade curricular é o somatório de todos os tempos em que existe interação entre aluno e professor, assim como os tempos não presenciais, nos quais os estudantes realizam trabalho de forma autónoma.
Se para fazer uma determinada unidade curricular um estudante tem de trabalhar durante um período estimado de 160 horas, incluindo as horas presenciais e de trabalho autónomo, a essa unidade curricular atribuem-se 6 ECTS (160 horas/26,7 horas/ECTS).
Os créditos de uma unidade curricular traduzem um determinado tempo de trabalho, não o grau de dificuldade para obter aprovação.
É importante perceber que o somatório dos tempos de trabalho efetuado em todas as unidades curriculares de um ano letivo terá de ser entre 1500 e 1680 horas, o que se traduz nos 60 ECTS acordados no EEES.
Como se monitorizam os créditos de uma unidade curricular?
A monitorização de ECTS é relativamente simples. No fim de cada semestre e ano letivo é feita uma apreciação das horas de trabalho efetivo despendido em cada unidade curricular, nomeadamente através de inquéritos dirigidos a estudantes e professores.
Os resultados desses inquéritos são utilizados, então, para monitorizar e ajustar a carga de trabalho exigida em cada unidade curricular. Se necessário, servem também para ajustar os próprios créditos atribuídos a uma disciplina no âmbito da estrutura curricular do respetivo curso.
Quantos ECTS tem uma licenciatura? E um mestrado?
No âmbito do Acordo de Bolonha, cada curso de Licenciatura tem, em média, 3 anos de duração, correspondendo a um total de 180 ECTS.
Por outro lado, um curso de Mestrado tem 1,5 a 2 anos, ou seja, entre 90 a 120.
Como saber os créditos que já tem?
Ao longo de todo um percurso formativo, os créditos correspondentes às unidades curriculares em que o estudante obteve aprovação e que integram o plano de estudos do curso, ou os correspondentes a outras formas de trabalho de nível superior que a instituição valide vão sendo incluídos no registo académico do aluno.
Assim, em qualquer momento é possível saber os créditos já acumulados em cada área científica.
Pode usar ECTS noutro curso, instituição ou depois de começar a trabalhar?
A resposta a esta pergunta é sim. O registo académico acompanha toda a vida do estudante. Ou seja, significa que vai sendo atualizada ao longo do tempo pelas instituições.
Considerando esse facto, o estudante que pretender, por exemplo, mudar para outra instituição de ensino superior, dentro ou fora do país de origem, pode usar o volume de ECTS já validado.
Agora que já sabe tudo sobre ECTS (European Credit Transfer System) será mais fácil perceber e gerir o seu percurso académico.